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Angel Food Cake {Bolo de Claras} com Calda de Maracujá

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Olá, tudo bem?
Quando você se aventura na cozinha e toma gosto pela coisa, esteja avisado: você vai precisar de armários maiores. 
É sério, enquanto alguns adoram andar de carro novo ou ter um celular de última geração ou gastar o que pode e o que não pode com roupas e sapatos, eu faço minhas pequenas estripulias financeiras nas lojas de  produtos para cozinha: panelas, equipamentos, fôrmas diferentes, ingredientes não muito comuns, inutilidades bonitinhas, tigelas estilosas, cortadores de biscoito e bicos de confeitar são minha perdição! 
Por sorte, ultimamente acabei me descobrindo um forte candidato à pão-durice, então meus gastos em geral são controlados. Esperei mais de ano, por exemplo, até comprar minha batedeira vermelha num bom preço - hoje ela custa mais que o dobro e sempre que eu vejo a propaganda da loja abro um sorrisinho por dentro. Mas tenho lá meus pecadinhos - comprei panela de ferro esmaltada sonho de consumo e usei no máximo umas 3 vezes, porque não cozinho em casa. Mas é tão linda que já até me perdoei. rs
Minha última aquisição culinária foi uma fôrma de Chiffon Cake. E pra essa eu não tinha desculpa: é uma fôrma utilizada para tipos muito específicos de bolo, leves e aerados como o Chiffon, o Sponge americano e o bolo de claras. Aparentemente uma fôrma de buraco no meio comum, ela tem diferenças importantes. Primeiro que o cone e o fundo são removíveis, coisa rara em fôrma de buraco no meio. Segundo que ela vem com um tipo de pedestal estranho onde a fôrma se encaixa, de ponta cabeça! E terceiro, e para mim a mais gritante das diferenças, é que ela é enorme - nas fotos não dá para ter muita noção disso, mas ela é realmente grande, com 25cm de diâmetro e 11cm de altura [você toma um susto ao desenformar seu primeiro bolo em uma fôrma dessas!].
Fiquei tão empolgado que usei a fôrma logo na tarde em que chegou: fiz um Chiffon de limão e sementes de papoula delicioso, que acabou antes de conseguir tirar uma foto sequer [vou fazer novamente em breve, e posto a receita aqui]. Esse bolo de claras foi o segundo.
Diferente do bolo Chiffon, que leva quase uma dúzia de gemas e um bocado de óleo na massa, o Angel Food Cake americano é um bolo sem gordura nenhuma - basicamente claras, açúcar e farinha. Leve, delicioso e super versátil, o resultado é um bolão que pode ser saboreado puro ou coberto e recheado, como eu quis fazer nessa versão com maracujá e creme batido.
Espero que gostem!

Ah, eu já fiz bolo de claras em forma de buraco no meio comum, há muito tempo atrás. Fica meio difícil de desenformar e provavelmente a massa não vá caber toda em uma fôrma só, mas acho que vale a tentativa. Se você preferir comprar, a fôrma de Chiffon importada é desnecessariamente cara, mas existem modelos nacionais genéricos iguais e com preço mais em conta. 



Angel Food Cake {ou Bolo de Claras} com creme e calda de Maracujá
[receita retirada daqui, rende um bolo de 25cm de diâmetro e 11cm de altura]

Ingredientes para a massa:
1 e 1/4 xícaras [125g] de farinha para bolo* peneirada;
1 e 1/2 xícaras [300g] de açúcar refinado;
1 e 1/2 xícaras [360ml] de claras em temperatura ambiente [aqui deram 11 claras];
1 colher de chá de cremor tártaro [se não encontrar, não use];
1/2 colher de chá de sal;
1 colher de sopa de suco de limão;
2 colheres de chá de extrato de baunilha;
1/2 colher de chá de extrato de amêndoas [usei licor Amaretto].

Ingredientes para a montagem:
Poupa de 2 maracujás grandes;
1/2 xícara de açúcar refinado;
1 xícara de creme de leite fresco gelado.

Prepare a massa:
Preaqueça o forno a 180 graus.
Em uma tigela grande peneire juntas a farinha para bolo e 3/4 de xícara [150g] do açúcar refinado. Reserve.
Na batedeira [se for planetária, use o batedor Globo ou Fouet] bata as claras, em velocidade média baixa, até começar a espumar. Acrescente o cremos tártaro, o sal e o suco de limão e bata em velocidade média até conseguir picos moles.
Com a batedeira ligada vá adicionando o açúcar restante [os outros 3/4 de xícara, ou 150g] bem devagar, uma colherada por vez, até conseguir picos firmes, lisos e brilhantes [ leva mais ou menos 5 minutos - o truque para saber se está no ponto é mergulhar o batedor no merengue, retirar e erguê-lo - o merengue deve formar uma ponta que não se dobra sobre si mesma]. Raspe as laterais da tigela, adicione a baunilha e o extrato de amêndoas e bata só para incorporar. Desligue a batedeira.
Peneire 1/4 da mistura de farinha e açúcar sobre as claras, misturando com uma colher grande, com movimentos delicados circulares de cima para baixo, até homogeneizar mas tomando muito cuidado para não perder o volume das claras. Peneire mais 1/4 e incorpore delicadamente novamente, e assim com o restante da mistura, em 4 vezes.
Passe a massa para a fôrma de Chiffon Cake sem untar nem enfarinhar. Corra uma faquinha ou espátula pela massa dentro da fôrma, para desmanchar quaisquer bolhas de ar.
Leve o bolo ao forno por cerca de 40 a 45 minutos. O bolo estará pronto quando um palitinho de madeira enfiado na massa saia limpo e seco. Tome cuidado para não assar demais o bolo.
Retire o bolo do forno e imediatamente vire a fôrma sobre o suporte, para que o bolo esfrie totalmente [pelo menos por uma hora e meia] estando de ponta cabeça - esse tipo de bolo acaba murchando e abaixando enquanto esfria, o que é resolvido quando o bolo é deixado de ponta cabeça.

Enquanto isso prepare a calda:
Em uma panelinha coloque a polpa de maracujá e o açúcar. Leve ao fogo médio, mexendo de vez em quando, até o açúcar se dissolver completamente e formar uma calda [cerca de 5 minutos]. Deixe esfriar.
Na batedeira ou com um fouet, bata o creme de leite fresco bem gelado até conseguir picos médios. Reserve na geladeira até a montagem.

Na hora de montar: 
Passe uma faquinha ou espátula fina por toda a lateral do bolo e vire-o para desenformar. Para retirar o fundo, é só passar a faquinha entre o bolo e o fundo removível.
Com uma régua, marque a metade do bolo em vários pontos. Corte-o seguindo as marcações, usando uma faca de serra e com bastante cuidado.
Retire a metade de cima do bolo, recheie a parte de baixo com o creme de leite batido e colheradas da calda fria de maracujá, coloque a outra metade da massa e por cima espalhe o restante do creme e da calda de maracujá. Sirva em seguida.
O bolo é mais gostoso servido no dia em que é feito, mas pode ser guardado na geladeira por alguns dias.

*A farinha de bolo é uma mistura de farinha de trigo comum e amido de milho. Meça 1 e 1/4 de xícara de farinha comum, retire uma colher de sopa cheia de farinha da medida e complete com 1 colher de sopa cheia de amido.


Chess Pie de Amendoim... e uma dica preciosa para tortas

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Olás, tudo bem?
Depois de anos pesquisando e praticando receitas, a gente acaba entendendo que, apesar de uma linha guia comum, existe uma grande variedade nos detalhes de proporções, tempos/modos de preparo e técnicas de assar e pré-assar quando se trata de tortas americanas. Eu vivo ensaiando escrever alguns posts bem direcionados a essas variáveis e às diferenças de resultado que elas geram, mas enquanto isso não sai, vamos falar rapidinho de um dos principais problemas que uma torta pode ter: massa crua no fundo.
Tem coisa mais triste partir uma torta e na primeira fatia perceber que a esperada massinha crocante da base [e eu sou daqueles que gosta mais da massa do que do recheio] está pálida e mole?! Ninguém gosta, e por isso todo fazedor de tortas que se preze tem seu truque contra massa crua. Na verdade é técnica, não truque, e existem basicamente duas linhas diferentes para se evitar o mesmo problema:
A primeira é bem óbvia e consiste em pré-assar: a massa vai para o forno coberta por papel manteiga ou alumínio, com pesos [eu uso grãos de feijão] por uns 20 minutos, para pré-assar. Depois se retira do forno, pincela toda a superfície da massa imediatamente com clara de ovo [para impermeabilizar], coloca-se o recheio por cima, depois da massa esfriar, e volta a torta para o forno por mais uns 40 minutos.
Ok, mas é demorado, né? E arriscado: se a torta tiver tampa [ou um trançado, ou recortes de massa] já complica, porque a massa crua não gruda na massa pré-assada. E se a torta precisar de muito tempo de forno [tortas de frutas frescas assam geralmente por aproximadamente uma hora] a base pode passar do ponto e virar uma pedra. 
É por isso que prefiro a segunda técnica: Preaqueço o forno aos 200 graus com a gradinha nos apoios mais baixos do forno [logo, mais próximo da fonte de calor]. Se você tiver uma pedra de forno, coloque-a sobre a gradinha, para aquecer junto - eu sempre uso e o resultado fica ainda melhor! Deixo a massa da torta no freezer por 10/15 minutos antes de assar [o suficiente para firmar], então coloco o recheio, colo a tampa [com um pouquinho de água pincelada nas bordas] se houver, e a torta vai para o forno sobre a pedra no nível mais baixo. E lá fica por pelo menos os primeiros 15 minutos [tortas sem tampa normalmente deixo 15/ 20 minutos, e com tampa 25/ 30 minutos]. Só depois abaixo o fogo para 180 graus [temperatura indicada para a maioria das tortas] e subo a gradinha com a pedra e a torta para os apoios de meia altura do forno. E lá fica até terminar de assar.
Não tem erro - a massa fica douradinha por baixo [dá pra ver quando se corta, ou quanto a fôrma é de vidro], crocante e sequinha, mesmo com recheios úmidos por cima. 

Aproveita a dica para para preparar a torta de hoje [eu adoro tortas de amendoim, não tem jeito!] e testar a técnica! Ah, e não esquece de me conta o resultado depois ;)

Espero que gostem!


Chess Pie de Amendoim {com camada de chocolate opcional, mas que fica muito bom tb!}
[Receita retirada daqui, rende uma torta de 23cm de diâmetro]

Ingredientes da massa:
1 e 1/4 xícaras de farinha de trigo;
1/2 colher de chá de sal;
2 colheres de chá de açúcar;
1/2 xícara [110g] de manteiga sem sal, gelada e em cubinhos;
1/2 xícara de água bem gelada.

Ingredientes do recheio:
1/2 xícara de manteiga sem sal, derretida e fria;
1/2 xícara de manteiga de amendoim [a receita original usa do tipo creamy, mas eu usei tipo crunch, porque adoro os pedacinhos de amendoim no meio];
4 ovos;
1 e 1/2 xícaras de açúcar refinado;
2 colheres de sopa de fubá;
1 colher de sopa de farinha de trigo;
1 colher de sopa de vinagre branco;
1 colher de sopa de extrato de baunilha.

Para a cobertura [super opcional, mas fica tão bom!]:
150g de chocolate ao leite picado em pedacinhos pequenos;
Raspas de chocolate ou granulados de boa qualidade para polvilhar.

Prepare a massa:
Em uma tigela grande junte a farinha, o açúcar e o sal. Adicione a manteiga e amasse com as pontas dos dedos, formando uma farofa úmida. Adicione 3 colheradas de água gelada e amasse rapidamente com as mãos, apenas para conseguir formar uma bola de massa [você pode adicionar mais colheradas de água, conforme a necessidade].
Achate a bola de massa até formar um disco, envolva em filme plástico e leve à geladeira por 20 minutos.
Sobre uma superfície limpa e enfarinhada coloque a massa gelada e abra com um rolo enfarinhado, até conseguir um disco de uns 27cm de diâmetro e pouco mais de meio centímetro de espessura. Enrole a massa cuidadosamente no rolo e desenrole sobre uma fôrma de torta de 23cm de diâmetro.
Corte os excessos e pressione as bordas com um garfo ou decorativamente com as pontas dos dedos para dar acabamento. Fure o fundo da masa com um garfo em diversos pontos.
Leve ao freezer por 10 minutos.
Preaqueça o forno a 200 graus, com a gradinha no apoio mais baixo do forno. Coloque uma assadeira retangular baixa ou uma pedra de forno na gradinha, pra aquecer junto.

Prepare o recheio:
Em uma tigela grande misture bem a manteiga derretida com a manteiga de amendoim. Sempre misturando com um fouet, adicione os ovos, açúcar, farinha, fubá, vinagre e baunilha. Mexa até ficar homogêneo.

Recheie a massa gelada com esse creme e leve ao forno, sobre a pedra [ou assadeira] preaquecido. Asse por 15/20 minutos, então passe a gradinha do forno para o apoio de meia altura e termine de assar a torta, por mais uns 15/20 minutos, até o recheio inchar mas o meio continuar levemente mole.

Retire do forno e deixe esfriar completamente.

Para a cobertura:
Derreta o chocolate em banho-maria ou no microondas, espalhe sobre a torta fria e polvilhe com raspas de chocolate ou granulado.

Sirva em temperatura ambiente, mas conserve a torta na geladeira.

Bolo {Chiffon} Floresta Negra

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Olás, tudo bem?
Desde que comprei minha fôrma para Chiffon Cake temos visto aqui em casa uma variedade enorme de bolos de buraco no meio de tamanho gigante e massa leve e fofa. Já fiz bolo de claras, Chiffon de Limão, de sementes de papoula e laranja, e uns dois ou três de chocolate, com aquela calda simples estilo bolo de cenoura por cima. Essa não é uma fôrma muito comum nas nossas cozinhas, mas eu acho que vale a pena comprar uma, principalmente se você tiver uma família grande. Já consegui fazer bolo Chiffon em fôrmas de buraco no meio comuns, mas acaba sobrando massa, ficando mais difícil de desenformar, alterando os tempos de forno.
Acontece que semana passada a seção Comidas e Bebidas da UOL me escreveu [pois é, e isso não é muito legal?!!] pedindo uma receita especial para as festas de final de ano, e eu logo pensei num Chiffon Cake bem bonitão, adaptado para sobremesa natalina. Juntei a massa de chocolate [que eu já estava bem treinado em fazer e que tinha gostado dos resultados] com creme chantilly aromatizado com licor de amêndoas e calda de cerejas caseira e consegui um Chiffon Floresta Negra lindíssimo, com cores natalinas, sabores natalinos e um belo de um impacto visual, capaz de se destacar em qualquer ceia ou almoço festivo. Fiquei super orgulhoso do meu bolo, e mais ainda quando a família toda devorou o dito cujo em poucas horas. E tentei tirar umas fotos bem bonitas, para enviar para a Uol. Aliás, para ver a matéria na UOL clique aqui. ;)
Agora, mudando de assunto, levei um baita susto com o preço das cerejas esse ano! Quase vinte reais por 350 gramas. E pensar que teve ano que fiz um monte de vidros de geléia de cerejas nessa época!
Vamos ver se logo depois das festas esse preço melhora. Isso me lembra que, se você não quiser comprar cerejas para essa receita, pode fazer com morangos que também fica delicioso!
Espero que gostem :)



Bolo {Chiffon} de Chocolate, estilo Floresta Negra
[receita da massa retirada daqui - aliás, tem um vídeo bem legal nesse link, mostrando o passo a passo]

Ingredientes para a massa:
2 xícaras [200g] de farinha de trigo menos 2 colheres de sopa [16g - meça ou pese a farinha total e depois descarte duas colheres de sopa dela];
2 colheres de sopa [15g] de amido de milho;
1/2 xícara [50g] de cacau puro em pó;
1 e 1/2 xícaras [300g] de açúcar refinado dividida em duas partes de 3/4 de xícara [150g];
2 colheres de chá [8g] de fermento em pó;
1/4 de colher de chá [1g] de bicarbonato de sódio;
1/2 colher de chá de sal;
6 gemas em temperatura ambiente;
1/2 xícara [120ml] de óleo de canola [ou milho, girassol];
3/4 de xícara [180ml] de café fresco [sem açúcar] em temperatura ambiente. Você pode trocar por água se preferir, mas o café valoriza bastante o sabor do chocolate, sem ser percebido como café;
1 e 1/2 colheres de chá de extrato de baunilha;
7 claras em temperatura ambiente;
1/2 colher de chá de cremor tártaro [opcional - se não achar troque por 5 gotas de suco de limão].

Ingredientes para as cerejas em calda:
2 colheres de chá de amido de milho;
1 xícara [240ml] de água;
1 xícara [220g] de açúcar refinado;
2 colheres de sopa de conhaque;
2 colheres de sopa de suco de limão siciliano;
Uma tira da casca amarela do limão siciliano, de 5cm de comprimento;
350g de cerejas frescas, com caroço e cabinho;

Ingredientes para o creme chantilly:
2 xícaras [480ml] de creme de leite fresco bem gelado;
4 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro;
1 colher de chá de licor de amêndoas [eu uso Amaretto].

Ingredientes para a cobertura de chocolate:
180g de chocolate meio amargo [usei 56% cacau] picado;
4 colheres de sopa [60g] de manteiga sem sal, picada;
2 colheres de sopa de glucose de milho, ou mel;
1 colher de sopa de licor de amêndoas [eu uso Amaretto].

Frutas vermelhas frescas, para decorar [opcional].

Prepare a massa:
Esse bolo usa uma fôrma específica chamada Fôrma de Chiffon Cake. Ela tem 25cm de diâmetro e 11 de altura e fundo removível, e é usada sem untar nem enfarinhar.

Preaqueça o forno a 165 graus.
Comece com os ingredientes secos: em uma tigela grande peneire juntos a farinha, o amido, o cacau, metade da medida [150g] do açúcar, o fermento em pó, o bicarbonato e o sal. Misture e peneire a mistura mais uma vez. Reserve.
Agora os ingredientes líquidos: na batedeira, em velocidade médio baixa, bata as gemas, o óleo, o café [ou água] e o extrato de baunilha, até a mistura crescer e espumar bastante. Desligue a batedeira.
Faça uma cavidade no meio da mistura dos ingredientes secos e despeje ali a mistura dos líquidos. Misture com um fouet até que fique homogêneo, lembrando de raspar as laterais da tigela. Reserve.
Faça o merengue: na tigela da batedeira bem lavada, seca e sem nenhum resquício de gordura, coloque as claras e leve para bater, em velocidade médio baixa. Quando começar a espumar, adicione o cremor tártaro e bata, em velocidade média, até formar picos macios. Sem desligar a batedeira, comece então a adicionar o açúcar, uma colherada por vez, até que o merengue fique branco, liso e brilhante, formando quase picos firmes. Desligue a batedeira.
Adicione 1/3 do merengue à massa reservada e misture com uma colher grande ou espátula, sem bater, fazendo movimentos circulares delicados de baixo para cima. para incorporar mas sem perder o ar do merengue. Adicione mais 1/3 e continue misturando com cuidado, não esquecendo de raspar as laterais. Por fim, adicione o restante do merengue e incorpore da mesma forma.
Passe a mistura para a fôrma, sem untar nem enfarinhar. Corra uma faquinha ou espátula pequena por dentro da massa na fôrma, para desfazer quaisquer bolhas de ar.
Leve o bolo ao forno por 55 a 60 minutos. O bolo estará pronto quando um palito de madeira inserido na massa saia limpo e seco. Cuidado para não assar demais.
Retire o bolo do forno e imediatamente vire a fôrma, apoiando o tubo central sobre um copo virado de boca para baixo [as fôrmas de bolo Chiffon já vem com um suporte para utilizar ao invés do copo. A idéia é que o bolo esfrie de ponta cabeça e com uma altura livre da bancada para ventilar. E como a fôrma não é untada, não tem perigo do bolo se soltar e cair]. Deixe o bolo esfriar assim, com a fôrma de ponta cabeça [assim ele não vai abaixar enquanto esfria], por pelo menos uma hora e meia.

Enquanto o bolo assa, prepare a calda de cerejas:
Em uma panela fora do fogo dissolva o amido e na água. Junte o açúcar, o conhaque, o suco e a casca de limão e mexa. Leve ao fogo médio-baixo e cozinhe, sem ferver, até dissolver o açúcar. Só então deixe levantar fervura e acrescente as cerejas. Cozinhe, sem tampar, por mais 10 minutos, até a calda engrossar e as cerejas ficarem macias. Deixe esfriar completamente.
Separe 2/3 das cerejas prontas e pique-as em pedaços grandes, descartando cabinhos e sementes. Reserve.

Enquanto o bolo esfria, bata o creme chantilly:
Bata o creme de leite fresco bem gelado na batedeira, em velocidade média, até conseguir picos moles. Adicione o açúcar, uma colher por vez, e o licor e bata mais para que o chantilly alcance picos firmes. Reserve na geladeira até o momento de usar.

Antes de montar, prepare a cobertura:
Em uma panela em banho-maria, derreta o chocolate com a manteiga e a glucose. Retire do calor, junte o licor e misture até que a cobertura fique lisa e homogênea. Deixe esfriar.

Na hora de montar:
Passe uma faquinha ou espátula fina por toda a lateral do bolo e pelo tubo central para desgrudá-lo da fôrma. Desenforme-o sobre o prato de servir e passe a faquinha para desgrudar o fundo removível.
Com uma régua, marque o bolo na metade da altura, em vários pontos. Usando uma faca de serra e bastante cuidado, corte o bolo ao meio seguindo as marcas. Retire a parte superior com um salva-bolos ou com uma gradinha. 
Coloque o creme chantilly batido em um saco de confeitar e espalhe sobre a parte de baixo do bolo, para formar o recheio. Sobre o chantilly distribua as cerejas picadas e regue com um pouco da calda.
Cuidadosamente, coloque a outra metade do bolo por cima.
Derrame a cobertura de chocolate sobre o topo do bolo, espalhando com uma colher, para escorrer pelas laterais.
Sobre a cobertura, faça espirais com o restante do chantilly, usando o saco de confeiteiro. Decore com as cerejas em calda e com frutas vermelhas frescas.

Você pode servir o bolo imediatamente ou deixar passar a noite na geladeira, para os sabores se misturarem bem.

Na hora de partir o bolo, use uma faca de serra com cuidado - o bolo é muito macio.
Conserve na geladeira.

Gâteau Saint-Honoré

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Olás, tudo bem?
Fazer massa folhada em casa é um desafio e tanto. Desafio impossível nesse calor de Dezembro, aliás. Mas não, eu não estou pensando em fazer. Na verdade eu ganhei um quilo de massa folhada pronta, congelada, e não sabia direito o que fazer com ela - parece que quando tenho certo ingrediente
menos comum em mãos, todas as receitas que pedem aquele ingrediente simplesmente evaporam!
Então numa manhã de domingo, em momento de ignorância inocente ou completa loucura, inventei de fazer um Gâteau Saint-Honoré. Só isso.
Gâteau Saint-Honoré é um clássico francês de nome complicado e receita muito mais complicada ainda: você tem que fazer a massa folhada para a base, a massa choux para a base e para as carolinas [chamam de éclairs, mas pra que complicar mais, né?], um caramelo no ponto correto pra banhar as benditas, creme confeiteiro para o recheio e uma tigela de creme chantilly. E eu só tinha a massa folhada pronta.
Pra ajudar, eu estava num estresse danado depois de, na noite de sábado [e planejando passar o domingo fora], receber um mail de cliente dizendo que todo o trabalho que eu deveria fazer durante a semana seguinte precisava estar pronto naquela segunda, pela manhã. Ninguém merece, né?
Então comecei o gâteau enquanto aguardava as correções no projeto da cliente.
Fiz o creme de confeiteiro e botei logo para resfriar. Fácil.
Fiz a massa choux [coisa que eu não fazia faz muito tempo], pinguei as carolinas com o bico e assei em forno quente. Enquanto elas inflavam lindamente dentro do forno, meu estresse foi murchando e sumindo. Meia hora depois eu tinha um monte de carolinas bem redondinhas e um sorriso no rosto.
Cortei a massa folhada descongelada num círculo, e com o restante da massa choux fiz três círculos concêntricos sobre ela. E forno.
Enquanto assava a base, bati o creme de leite em picos firmes e misturei metade ao creme confeiteiro já pronto, pra deixar mais leve e aerado. Isso é chamado creme Diplomata [algumas receitas levam folhas de gelatina hidratada, mas quem tem folhas de gelatina em casa em plena manhã de domingo, né?].
Tudo ficou pronto, a base esfriou e as carolinas foram recheadas com um pouco de creme. Ótimo, hora da montagem.
Caramelo é um problema sério: fácil de queimar, difícil de achar o ponto certo, perigoso se cair quente na pele. Fui seguindo a receita na empolgação, com o termômetro de doces à postos na panela. Só então vi que a receita não dava a temperatura do ponto da calda. E aparentemente todos os livros que continham essa informação se esconderam e todos os sites saíram do ar. O jeito foi seguir as dicas de quem escreveu a receita e me guiar pela cor - e gastar umas 5 carolinas para o teste da calda. E sabe que deu certo? Eu, na minha 'amadorice', diria que a calda está boa quando você molha a carolina nela e a carolina pega uma corzinha, não fica aquele melado de calda transparente/ amarelinho pálido. Comigo foi assim. Mordi uma carolina-teste e crac, aquela casquinha quebradiça tipo bala baiana. Delícia!
Terminei de banhar as carolinas e vi que a calda formava um fiozinho que secava no ar, quando você mergulhava um garfo nela e puxava. Um fiozinho bem fininho. Humm, pensei, será que é assim que se faz aquelas decorações de teias de fios de açúcar?! Mergulhei dois garfos na calda, e movimentei rapidamente sobre o papel manteiga, formando riscos fininhos de calda. E batata, funcionou! A teia de açúcar fica maleável tempo suficiente para você desgrudar do papel e enrolar, e daí fica durinha, linda, como farpas de gelo, como confeitaria profissional! Tá, nem tanto, mas fiquei tão feliz ao terminar meu Saint-Honoré com um detalhe de caramelo que passou estresse, mal humor, sono, tudo. Só ficou alegria. E fome.

Aproveitamos o bolo para comemorar os 85 anos da minha avó Gilda, e eu, em pensamento, aproveitei também para comemorar os 6 anos d'A Cozinha Coletiva no ar e todas as alegrias que isso me trás.
Muito obrigado pela companhia nesses 6 doces anos de sobremesas :)
Espero que gostem!


Gâteau Saint-Honoré
[Rende uma torta de 24cm de diâmetro. receita da massa choux daqui, retante e montagem daqui e daqui]

Para a base:
1 disco de massa folhada de 24cm de diâmetro, gelado.

Ingredientes para o creme de confeiteiro:
2 xícaras [480ml] de leite integral;
1/3 de xícara [40g] de amido de milho;
3/4 de xícara [135g] de açúcar;
4 gemas;
1/4 de xícara [50g] de manteiga sem sal;
1 colher de chá de extrato de baunilha.

Para o creme batido:
2 xícaras [480ml] de creme de leite fresco gelado. 

Ingredientes para a massa choux:
1 e 1/3 xícaras [320ml] de água;
2/3 de xícara [140g] de manteiga sem sal;
2 colheres de chá [6g] de sal;
2 colheres de chá [12g] de açúcar;
3 colheres de sopa de leite [30g] em pó;
1 e 2/3 xícaras [180g] de farinha de trigo;
6 ovos.

Para o caramelo: 
1 xícara [180g] de açúcar;
1/4 de xícara [60ml] de água;
2 colheres de sopa de glucose de milho.


Comece pelo creme de confeiteiro:
Em uma panela média leve o leite ao fogo, para ferver. Enquanto isso, em uma tigela e usando um fouet, bata o açúcar, o amido e as gemas, até formar um creme amarelo pálido.
Quando o leite ferver, derrame metade dele sobre a mistura de gemas, mexendo sem parar. Volte tudo para a panela e cozinhe, sempre mexendo, por mais dois minutos, até o creme engrossar e ficar liso e brilhante.
Passe o creme para uma tigela e deixe esfriar por 5 minutos. Depois disso junte a manteiga e a baunilha e misture até dissolver completamente.
Cubra o creme com um filme plástico rente à superfície, para não formar película, e reserve na geladeira.

Para o creme batido:
Na batedeira bata o creme de leite bem gelado, até conseguir picos médios. Não bata demais para não virar manteiga. Como o creme e o caramelo já são doces, optei por bater meu creme de leite sem adicionar açúcar. Mas se você quiser, pode adicionar duas colheres de sopa, no final, e bater para incorporar.
Reserve na geladeira.

Faça a massa choux:
Preaqueça o forno a 180 graus.
Forre duas assadeiras retangulares grandes com papel manteiga. Reserve.
Em uma panela leve a água, a manteiga, o sal e o açúcar ao fogo, para ferver. Assim que ferver junte o leite em pó, misture bem e deixe ferver novamente. 
Retire a panela do fogo, adicione a farinha toda de uma vez e misture bem.
Volte a panela ao fogo e cozinhe, mexendo vigorosamente a massa, por cerca de 3 minutos em fogo alto, até que se forme uma bola compacta de massa e ela desgrude completamente do fundo da panela.
Passe a massa para a tigela da batedeira e bata para esfriar, por 2 minutos.
Com a batedeira ligada,  comece a acrescentar os ovos, um por vez e batendo para homogeneizar completamente antes de acrescentar o próximo. A massa está pronta quando ficar totalmente lisa, escorrendo devagar, em uma fita larga, do batedor.
Passe 2/3 da massa para o saco de confeitar [reserve o restante para a base] com bico liso e pingue as carolinas sobre as assadeiras preparadas - elas devem ter 3cm de diâmetro e com uma distância de 3cm entre elas. Você vai precisar de 18 carolinas, mas faça algumas a mais, por garantia. 
Leve ao forno por 10 minutos, então diminua a temperatura para 170 graus e asse por mais 15 ou 20 minutos, até que fiquem douradas. Desligue o forno.
Retire as carolinas, e com um bico de confeitar fino faça furinhos nas bases. 
Volte a carolina ao forno recém- apagado, com a porta entreaberta, por mais 5 minutos, para secar por dentro.
Retire do forno e reserve até esfriar completamente.

Asse a base:
Preaqueça o forno a 200 graus.
Sobre o disco de massa folhada e utilizando o saco de confeiteiro com bico liso, faça discos concêntricos, começando por um bem na borda, com o restante da massa choux.
Leve ao forno por 20 minutos, até dourar bem e inflar.
Retire do forno e deixe esfriar completamente.

Recheie as carolinas:
Retire o creme confeiteiro da geladeira e bata com um fouet para ficar liso e maleável. Adicione metade do creme de leite batido e misture delicadamente com uma colher grande, fazendo movimentos de baixo para cima, para aerar o creme.
Passe metade do creme para um saco de confeitar com bico liso e fino e recheie as carolinas, através dos furinhos feitos na base.
Reserve na geladeira enquanto prepara a calda.

Prepare a calda de caramelo:
Reserve uma assadeira grande forrada com papel manteiga, para apoiar as carolinas.
Reserve uma tigela grande com água gelada e gelo, para controlar o cozimento da calda.
Em uma frigideira funda leve o açúcar, a água e a glucose ao fogo, sem mexer, apenas balançando a panela de vez em quando.
Cozinhe até que todo o açúcar derreta e forme uma calda dourada, cor de guaraná. Se você estiver utilizando um termômetro de calda, a temperatura estará a 175 graus. Retire a frigideira do fogo, coloque sobre a tigela de gelo e comece a banhar as carolinas, tomando cuidado para não se queimar com a calda. Apoie-as sobre o papel manteiga reservado.
Banhe todas as carolinas. Se a calda começar a ficar dura, volte ao fogo baixo rapidamente, para voltar ao ponto.

Monte a torta:
Coloque a base sobre o prato de servir. 
Com o caramelo das carolinas já solidificado [ele esfria e fica durinho, rapidinho] banhe levemente a parte oposta ao topo de cada carolina na calda quente e cole-as nas bordas da base de massa, formando um contorno. 
Espalhe o restante do creme confeiteiro sobre o meio da torta, e por cima distribua o restante do creme de leite batido, usando o saco de confeitar e o bico de sua preferência.
Reserve na geladeira até a hora de servir. O Saint-Honoré deve ser servido no dia em que é montado.

Para o enfeite de caramelo:
Com a calda no ponto de banhar as carolinas, mergulhe dois garfos na calda e mexa-os rapidamente sobre um papel manteiga, formando riscos bem finos de caramelo.
Enrole o papel rapidamente, para dar o formato de tubo ao caramelo e solte. Ele solidifica rapidamente, então cuidado para não quebrar.
Corte as aparas com uma tesoura, manuseando o caramelo o menos possível, e coloque o enfeite sobre o centro da  torta.

Torta de Mel ...com uma pitada de sal

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Olás, e feliz ano novo! :)

Para começar bem esse novo ano de receitas nada melhor do que assar uma torta, que é uma das coisas que mais gosto de fazer na vida. E para que 2016 seja um ano doce, então que seja uma Torta de Mel.
Pois é, resolvi fazer uma faxina de ano novo na cozinha e achei, no fundo do armário, um litro de mel de flor de laranjeira quase pela metade, que alguém possivelmente comprou pra curar gripe e depois esqueceu ali. E, por sorte, ainda não estava açucarado. Isso me fez lembrar de uma torta de mel que eu tinha feito uns anos atrás, com textura de pudim e uma boa polvilhada de flor de sal por cima, para quebrar a doçura. Na época acho que as fotos não ficaram boas e a receita não veio para o blog, mas agora poderia vir!
Para a massa, eu tinha apenas 50 gramas de manteiga, o que era pouco. O jeito foi completar com gordura vegetal [não margarina, que é cremosa, mas aquela branca e dura, vendida em pacotes], coisa que faz tempo que eu tenho evitado de utilizar. Mas, por mais que eu defenda o uso da manteiga, é preciso dar o braço a torcer - a gordura vegetal dá uma textura flocada e leve incrível à massa de torta. É notável a diferença. Por isso, cá entre nós: prefira manteiga. Mas de vez em quando um bem-bolado de manteiga e gordura vegetal não faz mal a ninguém [e faz muito bem à crosta da sua torta].
Massa pronta, o resto é fácil: misturar todos os ingredientes do recheio, rechear a massa e levar ao forno. Depois é esfriar e espalhar o sal.
Espero que gostem!


Torta de Mel... com uma pitada de sal
[receita levemente adaptada daqui, rende uma torta de 23cm de diâmetro]

Ingredientes para a massa:
1 e 1/4 xícaras de farinha de trigo;
1 e 1/2 colheres de chá de açúcar;
1/2 colher de chá de sal;
110g de manteiga sem sal bem gelada, picada em cubinhos [usei metade manteiga, metade gordura vegetal];
1/2 xícara de água gelada;
2 colheres de sopa de vinagre de maçã.

Ingredientes do recheio:
1/2 xícara de manteiga sem sal, derretida;
3/4 de xícara de açúcar [usei quase 1/2 xícara, apenas];
1 colher de sopa de fubá;
1 colher de chá de extrato de baunilha;
1/2 colher de chá de sal;
3/4 de xícara de mel;
3 ovos;
1/2 xícara de creme de leite fresco;
2 colheres de chá de vinagre branco;
1 colher de sopa de sal em flocos [usei flor de sal moída], para polvilhar.

Prepare a massa:
Em uma tigela misture farinha, açúcar e sal. Junte os cubinhos de manteiga e amasse com as pontas dos dedos até formar uma farofa úmida. Em uma tigelinha misture a água gelada com o vinagre e adicione colheradas dessa mistura à farofa de manteiga,  misturando apenas até conseguir formar uma bola com a massa, sem amassar demais. Normalmente umas 3 ou 4 colheres de água já são suficientes.
Forme uma bola com a massa, achate essa bola para formar um disco e envolva o disco em filme plástico. Leve à geladeira por pelo menos meia hora.
Retire a massa da geladeira e abra sobre uma superfície limpa e levemente enfarinhada, utilizando um rolo, até conseguir um círculo de 26cm de diâmetro, mais ou menos.
Forre uma fôrma de torta de 23cm de diâmetro com a massa, apare as bordas com uma tesoura e aperte, com os dedos ou pressionando com um garfo, para dar acabamento.
Mantenha a fôrma no freezer enquanto prepara o recheio, até ficar dura.

Prepare o recheio:
Preaqueça o forno a 190 graus. Passe a gradinha do forno para o apoio mais baixo, e coloque uma pedra de forno ou uma assadeira retangular baixa sobre ela, pra aquecer junto.
Em uma tigela misture a manteiga derretida, o açúcar, o fubá, a baunilha e o sal. Junte o mel e misture bem. Adicione os ovos, um de cada vez e misturando bem após cada adição, até ficar bem homogêneo. Por fim, junte o creme de leite e o vinagre e misture até incorporar e a mistura ficar clara.

Recheie a massa gelada com essa mistura e leve ao forno por 30 minutos. Depois disso, gire a torta a 180 graus, para a parte de trás ficar para a frente, e asse por mais 15 ou 20 minutos, até as beiradas do recheio estufarem e o meio ficar ainda meio mole.
Retire a torta do forno e  deixe esfriar completamente, por umas três horas. 
Na hora de servir, espalhe o sal por cima.
Conserve a torta na geladeira.


Chess Pie de Maracujá e Limão

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Olás, tudo bem?
Eu tenho uma séria dificuldade com redes sociais. Demorou bastante para eu entrar no Facebook, mais ainda para criar a fan page d'A cozinha Coletiva. Entrei logo no Twitter, mas logo parei de me comunicar por lá com frequência. Instagram eu só fui ter quando meu irmão, todo ligado em tecnologias, trocou de celular e me deu o antigo aparelho dele, que era desses que acessava internet. Criei o Instagram mas nunca achei muita graça, até porque a câmera do celular era tão ruinzinha que o único modo de postar boas fotos era tirar com a câmera, passar pro PC, dele para o celular, e aí postar. Fora que em eventos eu nunca tinha a malícia de sair fotografando com o celular, nem procurando hashtags oficiais. Preferia levar minha câmera mesmo, e assim minhas imagens nunca eram 'em tempo real'. Acho que os organizadores dos eventos não gostavam muito disso. 
Cá entre nós, para uma atividade que é um hobby, administrar o blog mais esse monte de redes sociais acaba sendo bem trabalhoso. E basta criar o perfil em uma delas que imediatamente surge outra, nova. Ah, não. Não me esperem em Snapchat, Periscope, e seja mais o que aparecer. Não dou conta.
Agora que finalmente estou com um celular daqueles da maçã, que tem uma câmera bem melhorzinha, estou me divertindo um pouco com o Instagram. Percebi que é um ótimo recurso para "making of" das receitas e das fotos oficiais que vão para o blog, além de ser uma janela pra cenas e imagens que eu goste, seja de comida ou não. 
Mas confesso: ainda prefiro mil vezes admirar uma foto grande, trabalhada, em alta, numa tela de pc ou impressa, do que aquela fotinha minúscula, que não precisa de resolução porque só aparece num quadradinho. Acho que estou ficando velho.
Falando da receita de hoje, é um clássico levemente tropicalizado. As Chess Pie são tortas cremosas assadas clássicas americanas, que podem ser simples ou com adição de sabores como chocolate, coco, frutas cítricas ou caramelo. Eu incrementei uma boa receita de Chess Pie de Limão  com um pouco de polpa do nosso maracujá, e ficou incrível! Espero que gostem!


Chess Pie de Maracujá e Limão
[receita levemente adaptada daqui, rende uma torta de 23cm de diâmetro]

Para a massa:
1 e 1/4 xícaras de farinha de trigo;
1 e 1/2 colheres de chá de açúcar;
1/2 colher de chá de sal;
110g [1/2 xícara] de manteiga sem sal gelada, picada em cubinhos;
1/2 xícara de água bem gelada;
2 colheres de sopa de vinagre de maçã.

Para o recheio:
Raspas de 1 limão siciliano;
1 e 1/2 xícaras de açúcar;
1 colher de sopa de fubá;
1 colher de sopa de farinha de trigo;
1/2 colher de chá de sal;
5 colheres de sopa [75g] de manteiga sem sal, derretida;
5 ovos;
2/3 xícara de creme de leite fresco;
1/2 xícara de suco de maracujá sem as sementes [prefira o fresco];
1/4 de xícara de suco de limão siciliano;
1/2 colher de chá de extrato de baunilha.

Para servir:
2/3 de xícara de creme de leite fresco gelado, batido em picos médios.
Frutas vermelhas [morangos ou amoras ou framboesas] frescas, para decorar [totalmente opcional, né?].

Prepare a massa:
Em uma tigela misture farinha, açúcar e sal. Junte os cubinhos de manteiga e amasse, com as pontas dos dedos, até formar uma farofa úmida e grossa. 
Em uma tigelinha misture a água gelada com o vinagre e adicione colheradas dessa mistura à farofinha de manteiga, o suficiente para, amassando, conseguir formar uma bola de massa - normalmente 4 colheres de sopa de água já são suficientes. Não trabalhe demais a massa.
Forme um disco com ela, envolva em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos meia hora.
Retire a massa da geladeira e abra sobre uma superfície limpa e enfarinhada, usando um rolo de macarrão também enfarinhado. Abra até conseguir um círculo de mais ou menos 26cm de diâmetro.
Forre uma forma de torta de 23cm de diâmetro com a massa. Apare as bordas com uma tesoura e aperte com os dedos, ou pressionando com um garfo, para dar acabamento.
Leve a fôrma ao freezer, para endurecer enquanto prepara o recheio.

Prepare o recheio:
Preaqueça o forno a 170 graus. Se você tiver uma pedra de forno, coloque-a para aquecer junto, com a gradinha do forno na altura média. Se não tiver a pedra pode ser uma assadeira retangular baixa.
Em uma tigela grande misture as raspas, o açúcar, o fubá e a farinha. Junte a manteiga derretida e misture bem, com uma espátula ou colher de pau. Adicione os ovos, um a um, misturando bem após cada adição. Misture bem o creme, até que ele fique com uma cor mais clara. Então adicione o creme de leite fresco, o suco de maracujá, o suco de limão e a baunilha. Prove uma pontinha de colher do creme - se não estiver azedinho, adicione mais algumas gotas de suco de limão.  

Retire a massa, já firme, do freezer, recheie com o creme preparado e leve ao forno, sobre a pedra ou assadeira. Asse por 30 minutos, então gire a torta 180 graus dentro do forno e asse por mais 15 ou 20 minutos. A torta estará pronta quando as bordas do recheio estiverem crescidas e o centro ainda levemente mole, e com uma cor dourada clara.
Retire a torta do forno e deixe esfriar sobre uma grade por 3 ou 4 horas.
Sirva imediatamente ou conserve na geladeira.
Para servir, espalhe o creme de leite fresco batido sobre o centro da torta ou sirva colheradas sobre as fatias individuais.


Bolo de Merengue e Maracujá da Nigella

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Olás, tudo bem?
Faz um tempão que eu venho paquerando o Lemon Meringue Cake do site da Nigella! Diferente dos bolos de limão e merengue comuns, nessa receita o suspiro assa no forno junto com a massa do bolo, formando uma camada macia e esponjosa, como o interior de uma pavlova, e uma casquinha crocante por cima. Tudo isso recheado com creme chantilly e curd de limão. Não tem como não ficar bom, né?!
Aproveitei que semana passada eu havia feito uma receita de curd de maracujá [minha tia planta maracujás no sítio e quando é época a família toda ganha quilos da fruta, todas enrugadas e pesadinhas] e resolvi botar, finalmente, a vontade do bolo da Nigella em prática. E só depois do curd pronto, o merengue batido e todos os ingredientes da massa do bolo separadinhos e pesados, percebi que minhas fôrmas redondas estavam todas, sim, todas, na casa do meu irmão. 
É que quase todo final de semana acontece um tráfico de sobremesas da minha cozinha direto para a casa do meu irmão, sabe? O problema é que eu sempre me esqueço de trazer as fôrmas, tigelas e recipientes de volta. 
Então o jeito foi engolir meu orgulho de bolos redondos [não gosto de bolos de camada quadrados, nem acho que ficam bons nas fotografias] e assar meu bolo todo numa fôrma retangular mesmo, de 32x23cm, cortar o bolo ao meio depois de pronto e rechear. É claro que essa gambiarra resultou num bolo com formato estranho, alto demais, retangular demais, com cara de meio bolo. Mas ficou tão gostoso que resolvi postar assim mesmo! Afinal, aparência não é tudo, certo? 
A receita abaixo está como a da Nigella, usando formas redondas. 
Espero que gostem!


Bolo de Merengue e Maracujá da Nigella
[adaptado daqui]

OBS: a receita abaixo, original, assa o bolo em duas fôrmas redondas de 20cm de diâmetro. Como eu estava sem minhas fôrmas em casa, assei meu bolo todo em uma fôrma retangular de 32x23cm e na montagem cortei o bolo ao meio [ficando duas metades de 23x16cm cada], para poder rechear].

Para o curd de maracujá:
1/2 xícara de suco de maracujá natural;
Suco de meio limão;
1/2 xícara de açúcar refinado;
1 ovo mais 1 gema;
4 colheres de sopa [60g] de manteiga sem sal;
1/2 colher de chá de extrato de baunilha.

Para a massa do bolo:
125g de manteiga sem sal, em ponto de pomada;
4 gemas;
1/2 xícara mais 1 colher de sopa [100g] de açúcar refinado;
3 colheres de sopa [25g] de amido de milho;
3/4 de xícara mais 1 colher de sopa [100g] de farinha de trigo;
1 colher de chá de fermento em pó;
1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio;
Raspas da casca de 1 limão;
4 colheres de chá de suco de limão;
1/4 de xícara de leite.

Para o merengue:
4 claras de ovo;
1/2 colher de chá de cremor tártaro;
200g de açúcar refinado;
1/2 colher de chá de extrato de baunilha.

Para o recheio:
150ml de creme de leite fresco bem gelado;
1 colher de sopa de açúcar refinado.

Comece pelo curd de maracujá:
Em uma panela pequena de fundo grosso leve ao fogo o suco de maracujá, o suco de limão e o açúcar, em fogo baixo até começar a ferver. Enquanto isso em uma tigelinha bata levemente o ovo e a gema. 
Quando a mistura ferver, derrame metade dela sobre a mistura de ovo, misturando sem parar com um fouet para que os ovos não cozinhem. Volte tudo para a panela e cozinhe em fogo baixo, mexendo sem parar, até que o creme engrosse e fique amarelo translúcido. Faça o teste: mergulhe uma colher no creme retire - ela deve ficar recoberta de curd.
Espere esfriar por 10 minutos, então adicione a manteiga, um pedacinho por vez, misturando até dissolver. Por fim junte a baunilha.
Cubra o curd com um filme plástico, para não formar película, e mantenha na geladeira enquanto prepara o bolo.

Prepare o bolo:
Preaqueça o forno a 200 graus.
Unte 2 fôrmas de 20cm de diâmetro com manteiga e cubra o fundo das fôrmas com um disco de papel manteiga cada. Unte também o papel manteiga. Reserve.
Na batedeira bata a manteiga, as gemas e o açúcar, até ficar claro e cremoso. Junte o amido; a farinha, o fermento e o bicarbonato e bata para incorporar. Por fim junte o suco de limão e o leite, e bata rapidamente.
Divida a massa entre as duas fôrmas preparadas, nivelando a superfície com uma espátula. Reserve.

Prepare o merengue: 
Na batedeira bata as claras e o cremor tártaro até espumar e formar picos moles. Com a batedeira ligada adicione o açúcar, uma colherada por vez, batendo bem até que o merengue fique bem liso e brilhante. Junte a baunilha e misture com uma colher grande.
Divida o merengue entre as duas fôrmas, cobrindo a massa crua com o merengue.
Leve as fôrmas ao forno e asse por 25 minutos.
Retire os bolos do forno e deixe que esfriem na fôrma. 
Passe uma faquinha sem serra com cuidado ao redor de cada bolo, para desgrudar a fôrma, e vire-os sobre uma folha de papel alumínio. vire os bolos novamente, com cuidado, para ficarem com o merengue para cima. Reserve.

Prepare o recheio: 
Bata o creme de leite fresco bem gelado com o açúcar até conseguir picos médios. Reserve na geladeira.

Na hora de montar:
Sobre o prato de servir coloque um dos bolos, totalmente frio, com o merengue virado para cima. Sobre ele, espalhe o chantilly, e por cima distribua colheradas do curd de maracujá, mesclando com uma colher. Coloque o outro bolo com cuidado, por cima, com o merengue virado para cima.
Conserve o bolo na geladeira até o momento de servir.

Pão Artesanal, primeira e segunda tentativas

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Olás, tudo bem?
Eu definitivamente não sou de fazer pão - não tenho a experiência necessária para saber se tá dando certo, se é preciso mais farinha, se está no ponto, nem nada. Por isso nem tento. Mas é que outro dia vi uma receita tão, mas tão fácil, e com um resultado tão bonito, que tive que botar a mão na massa. Botar a mão na massa só no sentido literal, porque esse pão é tão fácil que nem precisa amssar. A receita é a seguinte:


Pão Artesanal sem sova
[É esse da foto acima] 

Em uma tigela grande misture 3 xícaras de farinha de trigo + 2 colheres de chá de sal  +  1 colher de chá de fermento biológico seco. Junte 1 e 1/2 xícaras de água morna e misture com um garfo. Cubra a tigela com filme plástico e deixe descansar em temperatura ambiente por pelo menos 8 e no máximo 18 horas. 
Depois disso passe a massa para uma superfície limpa e enfarinhada e com as mãos, também enfarinhadas, molde uma bola. Cubra a bola de massa com filme plástico e reserve por 30 minutos.
Esse 30 minutos serão o tempo certinho de preaquecer o forno: ligue o forno a 230 graus e dentro coloque uma panela de ferro grande com tampa. A minha tem 24cm de diâmetro. Pode ser esmaltada, sem esmalte, de barro ou cerâmica. Deixe esquentar por 30 minutos.
Retire a panela quente do forno com cuidado, e dentro dela coloque a bola de massa [se sua panela não for esmaltada, cubra o fundo com um disco de papel manteiga levemente enfarinhado]. Tampe a panela e volte para o forno por meia hora. Então retire a tampa da panela de deixe mais 15 minutos no forno. Retire o pão, deixe esfriar por umas 2 horas sobre uma grade e pronto.

Diferente de tudo o que é receita de pão, né? E fica lindo, com cara de pão italiano: casca grossa, miolo bem mais pesado que do pão francês, formato redondo. Realmente um bom resultado para uma primeira tentativa, ainda mais com uma receita tão preguiçosa.
Só fica devendo em sabor - pão italiano tem um gosto azedo bem característico que esse não tem. Talvez por isso você possa adicionar sabores à massa, logo na mistura inicial, como queijo parmesão, ervas, azeitona, linguiça defumada. Eu não tentei. Ah, consegui melhores resultados com farinha para pão [tem no mercado ou você pode pedr na padaria, ara te venderem um pouco, também].

Minha segunda tentativa veio da procura de uma receita mais complexa [em busca de um sabor mais sofisticado e de um pouco de leveza na massa], mas que ainda usasse a panela de ferro. É que de outra forma eu precisaria de um forno com vapor, ou simular vapor no forno, o que já complicaria as coisas.
Achei a receita na Bon Appétit e, bom, ela é realmente mais complexa - usa uma mistura de farinhas [comum, integral e centeio], tem muito mais etapas no preparo e demora 3 ou 4 dias. Então fica a dica - só faça se estiver muito a fim.
Como eu não tinha farinha de centeio e tinha pouca farinha integral em casa, acabei adaptando minha receita para farinha branca mesmo. Minha mãe, que é padeira, disse que isso não foi uma boa idéia, mas enfim.
Mesmo assim, consegui um pão muito, mas muito mais saboroso que o anterior. Diferença gritante mesmo. E sim, bem mais leve, e todo cheio de alvéolos. Gostei! 
Minha mãe disse também que se eu tivesse usado as farinha corretas pedidas na receita, teria ficado perfeito, e que a farinha branca para pão, que é rica em glúten, acaba deixando o miolo mais 'plastificado' [isto é, menos 'felpudo'] do que deveria ser e acaba também alterando para menos a quantidade de água da receita. Por isso deixo aqui a receita original, que um dia pretendo seguir à risca.
Meu próximo passo no caminho da panificação vai ser migrar para fermentação natural e para pães franceses. Mais isso vai ter que esperar um pouco, estou com saudade de preparar uma boa sobremesa!
Espero que gostem!


Pão Rústico da Bon Appétit
A receita é retirada daqui - super recomendo uma visita  - tem até um vídeo e fotos do passo a passo, bem explicadinho.

Dia 1: 
Preparando o poolish, ou "esponja":
Em uma tigela grande [use a tigela da sua batedeira planetária] misture 117g de farinha de trigo integral; 75g de farinha de centeio; 1/8 da colher de chá de fermento biológico seco e 1 e 1/4 xícaras [300g] de água em temperatura ambiente. Misture com uma espátula até que não sobre nenhum pedacinho seco. Cubra a tigela com filme plástico e deixe descansar em temperatura ambiente por 14 a 18 horas.

Dia 2: 
Faça o 'teste de flutuação': 
Encha uma tigelinha de água em temperatura ambiente e coloque uma pontinha de colher da 'esponja' nela: se a massa flutuar é porque já está madura. Se não, tente novamente em 30 minutos.

Processo de Autólise:
Junte 1 e 1/4 xícaras [300g] de água em temperatura ambienteà esponja, e misture bem com uma colher de pau. 
Adicione 103g de farinha integral e 412g de farinha de trigo brancaà mistura e misture bem, com a colher de pau, até não sobrarem mais pedacinhos secos.
Cubra a tigela com filme plástico e deixe descansar por 2 horas.

Salgando e batendo a massa:
Adicione à massa 17g de sal mais 1/4 de xícara mais 1 colher de chá [65g] de água em temperatura ambiente. Bata na batedeira, com o gancho para massas pesadas, em velocidade médio-baixa por 2 minutos. Então aumente a velocidade para médio-alta e bata por 8 a 12 minutos, até quase toda a massa enrolar no gancho enquanto bate. Cubra a tigela com filme plástico e deixe descansar por 15 minutos.

Trabalhando a massa:
Trabalhe a massa sobre uma superfície lisa e limpa, e usando uma espátula ou raspador: puxe a massa da mesa, até a altura dos olhos, e bata ela de volta à mesa, com força. No começo isso vai parecer complicado porque a massa é grudenta demais, mas com o tempo ela vai ficando mais elástica e menos líquida. Trabalhei a massa dessa forma uns 15 minutos, mais ou menos, até conseguir o ponto de véu.

Teste do ponto de véu:
Pegue um pedacinho da massa e puxe entre suas mãos, esticando com os dedos - a massa deve formar uma película lisa, quase transparente, antes de rasgar.

Volte toda a massa para a tiela, cubra com filme plástico e deixe descansar por meia hora.
Retire o filme plástico e com o raspador de massa puxe um dos lados dela para o alto, dobrando-a de volta sobre si mesma. Faça isso em 4 lados da massa, como em cruz. Cubra a tigela novamente com filme plástico e deixe descansar mais meia hora.
Repita esse processo por mais 2 vezes, deixando a massa descansar meia hora entre cada vez.
Por fim deixe a massa descansar, cobertura, por entre 30 minutos e 1 hora, até dobrar de volume.

Faça o teste de fermentação:
Molhe a ponta do dedo em óleo e pressione um ponto da massa, fazendo um buraquinho - a massa deve voltar devagar, mas ainda manter uma depressãozinha.

Passe a massa para uma superfície enfarinhada [use farinha branca] e repita o processo das 4 dobras [em cruz, erguendo cada lado e dobrando sobre si mesma] pela última vez. Vire a massa com essas dobras para baixo, enfarinhe sua superfície e cubra com um pano de prato limpo. Deixe descansar até que a massa cresça e apareçam algumas bolhas - entre 30 e 50 minutos.

Forre um escorredor de macarrão de 24cm de diâmetro com um pano de prato limpo e polvilhe com uma camada uniforme de farinha de arroz ou fubá. Reserve.

Boleando a massa: 
Retire o pano de prato que estava sobre a massa, polvilhe-a com um pouco mais de farinha branca e, usando as mãos e o raspador, vá emburrando de leve aos bordas da massa sob ela mesma, para dar formato ao pão. Gire a bola de massa sobre si mesma ligeiramente e vá repetindo os movimentos e empurrar as bordas para baixo da própria massa, até conseguir uma bola lisa de massa.
Com cuidado  levante a bola de massa da bancada e passe-a para o escorredor preparado, com a parte lisa voltada para baixo. O escorredor vai conservar o formato do pão enquanto ele descansa na geladeira. Enfarinha a parte da massa virada para cima, ligeiramente, cubra com filme plástico e leve à geladeira, 
Reserve na geladeira por um dia ou dois - quanto mais tempo, mais complexo os sabores do pão. 

Dia 3 ou 4: 
Finalmente é hora de assar o pão:
Ligue o forno a 230 - 250 graus. Coloque a gradinha do forno no apoio do meio e sobre ela uma panela de ferro grande [24cm de diâmetro, pelo menos], com tampa, para esquentar [pode ser panela de ferro esmaltada, sem esmalte, de cerâmica ou barro]. Deixe esquentar por 40 minutos.

Corte um disco de papel manteiga com pouco mais de 24cm de diâmetro, polvilhe farinha sobre ele [eu esqueci de polvilhar e o papel grudou todo no pão] e vire o escorredor com a massa sobre ele, para desenformar.
Com uma navalha ou estilete faça uns 4 cortes sobre a massa, de 1 e 1/2 cm de profundidade.
Retire a panela com cuidado do forno quente e transfira com cuidado a massa sobre o disco de papel manteiga para dentro dela. Cuidado para não se queimar.
Cubra a panela e volte ao forno por 15 minutos. Então retire a tampa da panela e deixe o pão cozinhar por mais 30 a 40 minutos, até a crusta ficar bem bonita e escura, quase deixando queimar. Eu disse quase.
Retire o pão da panela e deixe descansar sobre uma grade para esfriar. Assim que esfrie o suficiente para ser manuseado, retire o papel manteiga.
Deixe esfriar por pelo menos 2 horas antes de cortar.


Pudim de pão com curd de limão e mirtilos

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Olás, tudo bem?
Pudim de pão é puro confort food! É fácil de fazer, dá um fim digno para aquele pão amanhecido e ainda permite um monte de combinações, inclusive com ingredientes que sobram de pouquinho no fundo do armário, tipo coco ralado, gotas de chocolate, goiabada, até bala toffee.
Quando o pão de fôrma está próximo do vencimento ou quando tenho um dia especialmente ruim, me permito fazer uma cumbuquinha de pudim de pão e devorar tudo quentinho ainda, com um copo de leite. 
Semana passada, quando preparei minha primeira Challah [um pão tradicional judaico parecido com a nossa rosca simples - em breve posto a receita aqui], tratei de guardar um bom pedaço para transformar em pudim de pão - a textura macia de sabor bem neutro parecia ideal para isso! Puxei essa receita dos meus favoritos - faz tempo que eu estava ensaiando para testar - e em cinco minutinhos fiz meia receita de curd fresquinho. Besuntei bem as fatias de pão com manteiga e bastante curd, montei no refratário, espalhei uns mirtilos que eu tinha congelado e fiz o creme - aliás, meu creme levou mais açúcar que o da receita original, gosto pessoal mesmo [até porque minha receita de curd é pouco doce, bem azedinha]. Afoguei bem as fatias de pão no creme antes de levar ao forno e deixei descansar uns minutinhos. Depois foi só esperar assar e pronto, uma travessa cheia de pudim de pão cítrico, dourado e fumegante! Claro que ninguém nem esperou amornar.
Essa versão de pudim de pão é assada em banho-maria, assim o creme cozinha, doura e infla sem risco de talhar.


Pudim de Pão com Curd de Limão e Mirtilos
[receita levemente adaptada daqui]

Ingredientes:
200g de um pão macio de casca fina [vale brioche, pão de forma, rosca - fiz com Challah];
30g de manteiga sem sal, amolecida;
6 colheres de sopa de curd de limão [pra uma receita fácil clique aqui, meia receita basta];
150g de mirtilos;
250ml de leite integral;
250ml de creme de leite fresco [já usei de caixinha para fazer pudim de pão e no desespero funciona];
3 ovos;
1/2 xícara [100g] de açúcar [você pode colocar menos ou adicionar mais, vai do gosto. A receita original pede apenas 25g, mas para o meu gosto é pouco];
Raspas de 1 limão mais uma colher de sopa do suco do limão;
Açúcar de confeiteiro para polvilhar [eu não coloquei].

Preparo:
Preaqueça o forno a 180 graus.
Coloque uma chaleira com água no fogo, para o banho-maria.
Corte o pão em fatias de 1cm de espessura, retirando e descartando a casca [eu não retirei, não acho que precise se seu pão tem casca fina e macia]. Pincele manteiga e o lemon curd [generosamente] em todas as fatias, e então corte-as em 2 ou 3 partes, formando triângulos [se for pão de fôrma, corte em 4 partes para conseguir 4 triângulos].
Distribua metade das fatias sobre um refratário com capacidade para 1 e 1/2 litros [ele deve ter uns 6 cm de altura, pelo menos]. Sobre elas espalhe metade dos mirtilos. Então cubra com o restante das fatias de pão e por cima o restante dos mirtilos. Se sobrou um restinho do lemon curd, pincele um pouco mais sobre as fatias superiores. Reserve.
Em uma tigela misture bem o leite, o creme, os ovos, o açúcar, as raspas e o suco de limão. Despeje com delicadeza essa mistura sobre as fatias montadas no refratário e deixe descansar por 5 minutos, pressionando as fatias de pão da camada superior para baixo de vez em quando, para que todas absorvam bastante da mistura de leite.
Coloque o refratário dentro de uma assadeira retangular média, que tenha pelo menos 5cm de altura, e coloque dentro do forno. Para o banho-maria, cuidadosamente adicione a água fervente na assadeira até alcançar a altura da metade do refratário.
Asse por 30 a 35 minutos até que dourar e inflar. Retire a assadeira do forno, retire o refratário do banho-maria e deixe esfriar por uns 3 minutos. Sirva quente/morno, com açúcar de confeiteiro polvilhado por cima.



Torta {sem forno} de Chocolate e Merengue Tostado

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Olás, tudo bem?
De todas as sobremesas postadas ao longo desses seis anos de blog eu não tenho dúvidas de que as achocolatadas são as mais populares. Acho que mais do que de sobremesas, as pessoas gostam mesmo é do chocolate! Por isso sábado pela manhã, enquanto eu mexia uma panela de creme quente e ia derramando chocolate por cima, enquanto aquele aroma forte e delicioso subia direto para o meu rosto, eu pensava "essa receita vai fazer sucesso entre os meus leitores!".
Tomei conhecimento dessa torta perto do Ano Novo, através do Instagram da revista Bon Apéttit que alardeava o sucesso dessa sobremesa nas festas de Natal. A revista também destacava a praticidade da receita, que não precisava de forno.
Bom, a receita realmente não precisa de forno, mas o creme é cozido na panela, na boca do fogão, o que para mim acaba dando na mesma. Facilidades à parte, achei a torta tão linda que precisava ser feita sem demora.
Bom, mas o 'sem demora' levou quase três meses, né? A verdade é que no final do ano o meu modesto estoque de chocolate belga [trago de São Paulo sempre um pacote, quando vou] acabou, e por aqui, nessas cidadezinhas de menos de 50 mil habitantes do interior de São Paulo, só existe chocolate ao leite! Sério, nem uma barra de chocolate meio amargo daqueles bem comerciais [que são doces pra dedéu, aliás] você consegue achar!
Deus abençoe os Correios que me trouxeram, semana passada, um quilo de Callebaut em uma caixinha de isopor sem perigo nenhum de derretimento [meu medo de comprar chocolate em lojas na internet era de chegar aqui tudo derretido, por isso nunca comprava] e permitiu a execução dessa torta linda! 
Aqui em casa dividi a torta em três partes: ficamos com uma, minha mãe levou outra e meu irmão a terceira. Todo mundo adorou! Espero que vocês também gostem :)




Torta de Chocolate e Merengue Tostado
[receita levemente adaptada daqui, rende uma torta de 23cm de diâmetro].

Ingredientes para a massa:
5 colheres de sopa de manteiga sem sal;
200g de biscoito de chocolate sem recheio [na receita original eles usam um biscoito americano que lembra, na cor e no sabor forte, o Negresco ou Oreo - como eu não gosto muito usei biscoito de chocolate comum. Ah, se for usar Negresco descarte o recheio, tá?];
Uma pitada de sal;
60g de chocolate meio amargo [usei 56% da Callebaut].

Ingredientes para o creme:
4 colheres de sopa de manteiga sem sal;
4 gemas;
3 colheres de sopa de amido de milho;
1 e 1/2 xícaras de creme de leite fresco;
2 colheres de sopa de cacau em pó;
1 e 1/2 xícaras de leite integral;
3/4 de xícara de leite condensado;
200g de chocolate meio amargo [usei 56% da Callebaut].

Ingredientes para o merengue:
4 claras em temperatura ambiente;
1/2 xícara de açúcar refinado;
3/4 de xícara de açúcar de confeiteiro;
1 colher de chá de extrato de baunilha [coloquei por conta].

Prepare a torta:
Cozinhe a manteiga em uma panela pequena e em fogo médio, até espumar e ficar marrom meio cor de caramelo, sem queimar - demora uns 4 minutos. Retire do fogo.
Enquanto isso bata os biscoitos no processador até formar uma farinha fina. Transfira para uma tigela média.
Adicione a manteiga preparada e uma pitada de sal aos biscoitos triturados e misture bem, até conseguir uma farofa úmida. Passe a mistura para uma fôrma de torta de 23cm de diâmetro e pressione a farofinha contra as laterais e o fundo da fôrma, usando as costas de uma colher, para compactar e formar a massa. Leve para a geladeira por 20 minutos.
Enquanto isso derreta o chocolate, em banho-maria ou no microondas.
Depois da massa gelada, pincele delicadamente o chocolate sobre a massa, criando uma camada impermeável [que não vai deixar o recheio umedecer a massa]. Volte a fôrma para a geladeira enquanto prepara o creme.

Prepare o creme:
Cozinhe a manteiga em uma panela pequena e em fogo médio, até espumar e ficar marrom meio cor de caramelo, sem queimar - demora uns 4 minutos. Retire do fogo e reserve.
Derreta as 200g de chocolate em banho-maria ou no microondas. Reserve.
Em uma tigela média misture, usando um fouet, as gemas e o amido. Reserve.
Em uma panela média misture o creme de leite fresco com o cacau em pó até desmanchar todos os grumos. Junte o leite e o leite condensado e leve ao fogo médio, até quase começar a ferver.
Quando estiver prestes a ferver, retire a panela do fogo e derrame 1/3 da mistura quente sobre a mistura de gemas, misturando sem parar para não cozinhar as gemas. Volte tudo para a panela e volte a panela ao fogo médio, mexendo sem parar, até que a mistura ferva e engrosse bem [uns 4 minutos após o início da fervura são suficientes]. Retire do fogo.
Adicione o chocolate derretido ao creme, misturando com delicadeza. Por fim adicione a manteiga e a baunilha, e misture bem. 
Cubra o creme com plástico filme, rente à superfície para não formar película, e deixe esfriar por meia hora. Depois disso mexa bem o creme e recheie a massa de torta com ele. Alise a superfície, cubra com um outro filme plástico, também rente à superfície, e leve à geladeira por pelo menos 2 horas.

Prepare o merengue:
Na batedeira em velocidade médio alta bata as claras até conseguir picos moles. Adicione o açúcar refinado aos poucos, batendo sem parar até que o merengue fique mais firme e brilhante [5 minutos]. Vá juntando o açúcar de confeiteiro e batendo, por mais 2 minutos.
Espalhe o merengue sobre a torta gelada e fazendo movimentos rápidos com uma colher, para decorar. Doure o merengue com um maçarico.

Você pode preparar a torta com 1 dia de antecedência e deixar só para dourar o merengue na hora de servir.

Fazendas de Cacau na Bahia e Fábrica da Mendoá Chocolates

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Olás, tudo bem?
Por aqui coisas lindas tem acontecido! E, bem a calhar, em vésperas da Páscoa.
Depois de 30 anos de vida, semana passada andei pela primeira vez de avião! E se isso já foi um sonho realizado, imagina então o motivo dessa viagem: conhecer uma fábrica de chocolates no meio da floresta atlântica em Ilhéus, na Bahia!
A Mendoá Chocolates, que me convidou para o passeio, nos levou à Riachuelo, um conjunto de fazendas produtoras de cacau na zona rural de Ilhéus. Esses produtores, em paralelo ao cultivo de cacau comercial [aquele que é vendido para as grandes empresas de chocolate], criaram um laboratório para pesquisa e desenvolvimento de amêndoas de cacau selecionadas, com maior qualidade do que as de mercado. Com o sucesso das amêndoas, o passo seguinte foi agregar à produção de matéria prima a criação de um chocolate fino, de qualidade, com alto teor de cacau, à partir dessas amêndoas especiais. E é isso que a Mendoá faz desde 2013.

O Sr. Raimundo Mororó, um dos sócios, biólogo e especialista na produção de cacau fino [um entusiasta, completamente apaixonado pelo que faz, daqueles que dá gosto de ficar ouvindo, sabe?] nos explicou passo a passo a produção dos chocolates Mendoá e nos acompanhou desde o cacaueiro até o produto final embalado. Nem Willy Wonka faria melhor!
Eu gravei quase todas as conversas com o Seu Mororó no celular, pronto para escrever um posto bem completo e tal, e depois perdi tudo. Tudo bem, mas mesmo assim consegui resumir aqui um pouco de tudo o que aprendemos com ele, oh:

{cacaueiro e fruto sendo partido pelo Seu Mororó}

Na plantação: a fazenda, a partir de matrizes selecionadas, produz suas sementes e mudas de cacaueiro. Normalmente a muda é enxertada no tronco cortado de um antigo pé de cacau, aproveitando assim o enraizamento existente para diminuir o tempo da primeira produção de frutos. E olha, depois da primeira colheita o cacaueiro não pára mais: acredita que eles deixam de ser produtivos só depois de uns 50 anos?! E o mais bacana é que a lavoura de cacau é feita no sistema Cabruca, no qual os pés de cacau são plantados em meio à mata atlântica, sem desmate e protegidos pelas copas das grandes árvores.

{barcaça de secagem e amostra para seleção das amêndoas por lote}

A seleção/fermentação/secagem: depois de colhidos, os frutos são levados em grandes cestos no lombo de burros até a fábrica [alias, a fábrica ficar situada no mesmo local do plantio é muito legal para garantir a saúde dos frutos, que chegam rapidamente à fábrica], onde acontece a limpeza, seleção e classificação dos frutos [conforme aparência saudável, época de maturação e tipo de fruto, Fosteiro e Trinitário]. São 5% da produção de cacau das fazendas selecionados para beneficiamento na Mendoá.
Os frutos selecionados são então abertos e as sementes vão para grandes cochos de madeira, para a etapa de fermentação. Esses coxos tem a temperatura interna controlada através de medidores em três níveis de altura e as amêndoas são revolvidas com frequência, para que as do fundo, por exemplo, alcancem o mesmo grau de fermentação que as da superfície.
Na fermentação as amêndoas desenvolvem características importantes para o seu sabor final e perdem características indesejáveis, como excesso de acidez e adstringência. 
Em seguida as amêndoas com fermentação ideal são espalhadas em grandes barcaças de chapa perfurada [que permite a ventilação por cima e por baixo das amêndoas] e com cobertura móvel onde secam ao sol, sendo revolvidas regularmente e passando pela última seleção. 

{Descasque e quebra das amêndoas; Moagem}

{Conchagem da massa de cacau e Temperagem}

Torrefação/ Moagem/ Conchagem/ Temperagem: A partir de agora, as etapas todas se passam dentro da fábrica, um espaço limpíssimo, todo transparente, com divisórias em policarbonato, e com um aroma de deixar com água na boca.
Depois de secas, as amêndoas são divididas em lotes e armazenadas. E é então que começa a mágica: as amêndoas passam pela torrefação [que é a torra controlada das amêndoas, da temperatura ambiente até 120 graus] e a fábrica ganha aromas deliciosos. Na torrefação acontecem as reações químicas e enzimáticas responsáveis pelas características de aroma e sabor do chocolate.
Segundo o Sr. Mororó, boa fermentação/secagem e torra já garantem grande parte da qualidade do final do chocolate.
As amêndoas então são descascadas e quebradas mecanicamente e partem para a etapa de Moagem e Conchagem: dentro de uma espécie de processador de alimentos gigante as sementes são trituradas e depois passadas através de cilindros para refino, até alcançarem a granulação ideal. A massa de cacau sai desses cilindros parecendo raspas de chocolate e vai para tanques onde é aquecida e misturada por agitadores sem parar. A conchagem é um processo longo onde o chocolate perde umidade, perde viscosidade e perde por evaporação os últimos compostos volúveis indesejados, mudando de coloração e de textura. É nessa etapa também que se adiciona manteiga de cacau à massa de cacau.
Da conchagem a massa de cacau vai para tanques de estocagem e recebe os demais ingredientes conforme a formulação de cada chocolate, como açúcar, leite em pó, coco, castanhas, café, azeite, etc. É feita então a Temperagem, um choque térmico que melhora o brilho e a textura do chocolate, sendo responsável pelo famoso 'snap' que é aquele barulhinho característico do chocolate que se quebra.

{Repouso pós-moldagem e embalagem dos tabletes; Tablete e Ovos}

Moldagem/ Embalagem/ Estocamento: O chocolate então é distribuído nos moldes, resfriado no túnel de resfriamento e deixado descansar numa sala que é tipo o céu dos chocólatras - prateleiras e mais prateleiras detabletes e ovos prontos, só esperando. Máquinas que parecem coisa d' Os Jetsons, com esteiras rolantes e braços mecânicos ,embalam os chocolates que, pronto, são mandados de avião para todos os pontos de venda da Mendoá!

Olha, foi uma experiência inesquecível e fantástica poder ver de perto todas essas etapas, pisar no chão coberto de folhas de uma plantação de cacau, provar a fruto cacau pela primeira vez, sentir o aroma delicioso que toma toda a fábrica, conhecer Ilhéus, seus sorvetes, sua culinária, o Bataclan e ainda poder aprender tanto com as histórias do Sr. Mossoró. Até andar de avião foi legal ;)
Ah, não dá pra não falar da companhia na viagem: a Sandra, que organizou tudo [obrigado, "tia" Sandra! :P], a Simone do Chocolatria, a Ângela do Aventuras Gastronômicas,  e os jornalistas Bruna, de Salvador, e Armando, de Fortaleza. Formamos uma turma animadíssima! :D

{entorno da fábrica da Mendoá e Cacau no pé}

Preciso ainda lembrar que a Mendoá Chocolates tem sua qualidade reconhecida internacionalmente: é o único chocolate brasileiro com stand próprio no Salon du Chocolat em Paris e está entre os 50 finalistas mundiais que concorrem ao prêmio Cacau de Excelência, no Salon.
Além disso, atende preocupações como produto sem glúten, sem lactose, sem conservantes e sem gordura animal e/ou hidrogenada. E até o final do ano deve lançar sua linha totalmente orgânica.
Para conhecer a linha completa dos produtos [eles tem produtos de estação, como Chocotone de Brigadeiro e Chocolate ao leite e Ovos de Páscoa 70% cacau recheados de cupuaçu, que são incríveis] e os pontos de venda da Mendoá Chocolates visite o site clicando aqui.

Bolo Cremoso de Milho Verde

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Olás, tudo bem?
Ontem quando minha tia chegou do sítio com dois sacos de espigas de milho verde para minha mãe eu tratei logo de separar umas dez para mim, já pensando em fazer bolo de milho. 
Eu nunca fui muito entusiasmado com doces de milho - pamonha doce sem queijo dentro eu gosto, já curau e sorvete acho muito enjoativo. Acontece que semana passada minha mãe tinha feito um bolo de milho daqueles que vai bagaço e o aroma do bolo assando me lembrou dos bolos cremosos de milho verde de Águas da Prata.
Águas da Prata é uma cidadezinha na divisa com Minas Gerais, pertinho de Poços de Caldas. Assim como Poços, no passado era famosa por turismo de águas termais e cassinos. Hoje, depois de um período de declínio, a cidade vem se reerguendo com o ecoturismo/ turismo de aventura. E é lá que engarrafam a água mineral Prata, que todo mundo conhece. Bom, quando criança eu viajava com meus pais todas as férias para lá, e em todas as viagens era obrigatório parar no Bosque da Prata para comer bolo de milho. 
O bosque é uma encosta de morro arborizada e com fontes de água mineral, cheio de barracas de artesanato e, essencialmente, de produtos de milho. O bolo de milho de lá sempre foi de arregalar os olhos: bem dourado por cima, quase queimado, e amarelo cremoso por dentro, feito pudim. Era vendido aos pedaços, uns quadrados que me pareciam enormes, ainda mornos, e perfumadíssimos! Que vontade de fazer um bolo como aqueles!
Mas o duro era encontrar a receita! Receitas típicas da roça as vezes parecem simples mais é puro engano: quase sempre não são precisas [afinal, o olho da cozinheira é que dá a medida] e muitas vezes acabam adaptadas para as facilidades da cidade e perdem toda a graça própria. 
Sorte que, como diz o ditado, quem tem amigos tem tudo: liguei pra Minas Gerais, pra mãe da Gi, minha amiga, e ela me passou a receita. Bom, dizer que ela me passou a receita é resumir demais a história, né? A mãe da Gi, uma senhorinha típica do interior de Minas, simpática e falante, me passou os ingredientes da receita da mãe dela. Passou também a versão que a manicure dela faz [na qual o milho não é coado e vqai com bagaço e tudo], me falou do bacalhau de Páscoa, da família que veio para comer, do destino do bacalhau que sobrou, de como se escolhe um bom bacalhau, dos filhos, dos netos, de se encontrar bichinhos no meio das verduras e legumes [eu contei do susto que levei ao encontrar uma lagarta dentro da espiga de milho], de que isso pode ser bom sinal de pouco veneno usado na plantação, do quanto ela é gulosa e por isso não faz muito doce em casa para não comer tudo sozinha e, principalmente, da importância de se ter sempre um pouco de 'cabornato' [bicarbonato de sódio] em casa, porque comer muito doce dá azia. Foi muita fofura!
Desliguei o telefone feliz de ouvir a boa prosa mineira da mãe da Gi [e olha que foram só dois dedinhos de prosa, ela tinha muito ainda o que contar, com certeza] e fui para a cozinha. 
E [alterando uma coisinha ou outra] fiz esse bolo.  Espero que gostem!


Bolo Cremoso de Milho Verde
[receita adaptada da vó da Gi, rende um bolo de 25cm de diâmetro].

Ingredientes:
De 8 ou 9 espigas de milho verde, descascadas, e limpas [devem render umas 7 xícaras de grãos de milho];
450ml de leite integral [usei 250ml de leite integral e 200ml de leite de coco];
2 xícaras de açúcar refinado;
3 ovos;
3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado fino;
3 colheres de sopa [45g] de manteiga sem sal em temperatura ambiente;
1/2 colher de chá de fermento em pó;
1 pitada de sal.

Canela em pó para polvilhar [opcional].

Prepare o bolo:
Preaqueça o forno a 200 graus.´
Unte com manteiga uma fôrma alta de 25cm de diâmetro. Reserve. [você pode assar o bolo também em uma fôrma grande de buraco no meio ou em uma forma média retangular - os tempos de forno podem mudar conforme a fôrma].
Sobre uma bacia grande e usando uma faca afiada, corte as espigas de milho na vertical, rente ao sabugo, para retirar os grãos. Você vai conseguir cerca de 7 xícaras de grãos. Descarte os sabugos e reserve os grãos.
Reserve também uma tigela grande com uma peneira grossa por cima.
No liquidificador coloque metade da quantidade de milho, metade da quantidade de leite e bata bem, até formar um purê - não precisa ter pressa. Despeje o purê sobre a peneira e bata o restante do milho com o restante do leite. Passe todo o purê pela peneira apertando bem, até que todo o líquido escorra para a tigela e só fique o bagaço seco do milho. Descarte o bagaço.
Ao caldo peneirado junte o açúcar, os ovos, o queijo, a manteiga, o fermento, o sal e misture bem até ficar homogêneo. A mistura fica bem líquida.
Passe a mistura para a fôrma preparada e leve ao forno por cerca de 45 minutos [o meu foram 41 minutos, mas pode demorar até uma hora] até o bolo dourar e firmar nas bordas, mantendo o centro ainda levemente mole.
Deixe esfriar antes de cortar - fica mais fácil cortar o bolo depois de frio.
Polvilhe canela para servir, se gostar.

Torta de Brigadeiro, Banana e Amendoim {ou uma versão pessoal da Banoffee}

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Olás, tudo bem?
Toda vez que meu irmão viaja eu me ofereço para ficar cuidando da casa e da cachorra dele, a Bela. Isso pode soar meio chato, do tipo "sobrou para mim", mas a verdade é que eu adoro, e mesmo que eu precise levar meus computadores para trabalhar, ainda assim encaro como dias de férias.
Já virou ritual, nessas ocasiões, fazer uma receita de brigadeiro de chocolate meio amargo, juntar um bocado de amendoim torrado e salgado no meio e deixar na cozinha para, vez em quando, ir lá roubar uma colherada.
Deve ser por isso que, preparando uma Banoffee Tart para levar para o meu irmão no final de semana, inventei de fazer umas alteraçõezinhas: temperei a massa da torta com uma pitadinha de canela [canela + banana = amor, né?], troquei o doce de leite do recheio por brigadeiro [afinal, banana e chocolate também formar um belo par], adicionei amendoim torrado pra dar mais 'crocância' [na verdade porque, para mim, brigadeiro sempre pede amendoim - mas sem sal dessa vez, porque não é todo mundo que gosta de misturar salgado na sobremesa, né?] e pronto, tinha em mãos uma irmã rebelde e latina da Banoffee inglesa!
Só faltou um nome tão bom quanto Banoffee - que é a combinação de duas palavras, Banana e Toffee. Tentei combinar 'brigadeiro' com 'banana' de várias formas mas nada soou agradável. Alguma sugestão? ;)
Espero que gostem!


Torta de Brigadeiro, Banana e Amendoim [ou uma versão pessoal da Banoffee Tart]
Rende uma torta de 23cm de diâmetro.

Ingredientes para a massa [pâte sablée]:
125g [pouco menos de 3/4 de xícara] de açúcar refinado;
1 pitada de sal;
1 pitada de canela em pó;
250g [2 xícaras mais 1 colher de sopa] de farinha de trigo;
125g [1/2 xícara mais 2 colheres de sopa] de manteiga sem sal, em temperatura ambiente;
1 ovo.

Para o recheio de brigadeiro:
1 lata de leite condensado;
1 colher de sopa [15g] de manteiga;
100g de chocolate meio amargo picado [eu usei 70% da Mendoá].

Para a cobertura de creme chantilly:
1 xícara [240ml] de creme de leite fresco bem gelado;
1 colher de sopa de açúcar de confeiteiro.

Para a montagem da torta:
5 ou 6 bananas tipo nanica maduras, cortadas em fatias não muito finas;
Suco de meia laranja [você pode usar limão também, mas a laranja interfere menos no sabor].
100g de amendoim torrado;
1/4 de xícara de gotas de chocolate meio amargo, para decorar [ou raspas de chocolate].
Cacau em pó para polvilhar [opcional].

Prepare a massa:
Em uma tigela peneire o açúcar, o sal, a canela e a farinha juntos. Junte a manteiga, em pedaços, e o ovo e amasse com delicadeza até formar a massa. Você pode fazer isso também no processador, pulsando todos os ingredientes até formar uma massa.
Faça uma bola com a massa e achate para formar um disco. Envolva o disco de massa em filme plástico e leve para a geladeira por pelo menos uma hora.
Retire a massa da geladeira, desembrulhe o filme plástico e abra a massa gelada, usando um rolo e sobre uma superfície levemente enfarinhada, até conseguir um disco de 26cm de diâmetro e 1/2cm de espessura, aproximadamente. 
Com cuidado, enrole a massa no rolo e desenrole sobre a fôrma de torta. Aperte a massa contra a fôrma, forrando o fundo e as laterais, e corte o excesso com uma faca. Fure a massa em diversos pontos com um garfo, para não crescer no forno. Leve a fôrma para o freezer, enquanto preaquece o forno.
Preaqueça o forno a 180 graus por 15 minutos.
Retire a fôrma do freezer, cubra a massa com uma folha de papel manteiga e preencha a cavidade com feijões crus, para fazer peso. Leve ao forno por 20 a 25 minutos.
Aumente o forno para 200 graus, retire a fôrma e descarte os feijões e o papel manteiga. Volte a fôrma ao forno para dourar a massa por mais 7 a 10 minutos.
Retire do forno e deixe esfriar completamente antes de rechear.

Ah, se sobrou massa, aproveite para abrir e cortar uns biscoitinhos. Asse-os por uns 10 minutos. Ficam deliciosos! 

Enquanto a massa assa, prepare o brigadeiro:
Em uma panela de fundo grosso leve todos os ingredientes ao fogo médio, mexendo sem parar. Cozinhe, mexendo sempre, até que a mistura ferva, engrosse e comece a desgrudar do fundo da panela. Retire do fogo e deixe esfriar.

Com massa e recheio já frios, prepare o chantilly:
Na batedeira bata o creme de leite fresco bem gelado até conseguir picos médios. Junte o açúcar e bata para incorporar. Cuidado para não bater demais, ou a mistura separa e vira manteiga.

Montando a torta:
Em um prato coloque todas as fatias de banana e regue com o suco de laranja, até envolver bem as fatias. Reserve.
Retire a massa da fôrma, com a ajuda do fundo removível, e passe para um prato de servir [ou você pode montar a torta dentro da fôrma e desenformar só na hora de servir, se preferir].
Espalhe com cuidado o brigadeiro sobre a massa da torta. Por cima, espalhe uma camada de amendoim torrado.
Sobre o amendoim, distribua as fatias de banana, formando círculos concêntricos das bordas para o centro. Espalhe algumas gotinhas de chocolate sobre as bananas.
Por cima, coloque o creme chantilly e decore com o restante do amendoim e das gotas de chocolate.
Conserve na geladeira até a hora de servir. Na hora de servir, polvilhe o cacau em pó. 

Bolo Chiffon de Tangerina

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Olás, tudo bem?
Minha avó, já tem alguns anos, não faz mais bolo nenhum, por conta da idade. Antes, praticamente toda semana ela assava um bolo, ou de buraco no meio ou retangular com açúcar e canela por cima, para ser comido aos poucos nos cafés da manhã, cafés da tarde, visitas inesperadas ou naqueles momentos em que dá vontade de comer um docinho. São os chamados 'bolos de nada', provavelmente por terem, no máximo, um pouco de laranja ou canela para dar sabor. Mas aqui em casa sempre foram conhecidos como 'bolo mata-fome'.
Depois que minha avó parou de cozinhar, meu pai andou comprando mistura pronta para bolo e preparado ele mesmo, como se fosse a coisa mais complicada do mundo, aqueles bolinhos sem gracinha de caixinha. Ninguém gostava especialmente deles, mas na falta de coisa melhor, acabavam sendo comidos. Fazer o que né?
Isso durou um tempinho até que meu pai deve ter cansado de assar bolinhos todo sábado e resolveu comprá-los prontos. Por aqui, de uns tempos para cá, ficaram bem comuns esses bolos simples de buraco no meio vendidos prontos, nos clássicos sabores laranja, coco, abacaxi, chocolate, ou nas novidades leite condensado, banana, mandioca, queijadinha, limão cremoso e por aí vai. Todos com a mesma cara, mesma textura [apesar de uns se dizerem cremosos] e com praticamente o mesmo gosto. Tudo mistura pronta, óbvio. E não são nada baratos, sabe? Uma vez uma pessoa que trabalhava comigo e não sabia cozinhar veio, super feliz, me contar do bolinho de buraco no meio que tinha comprado e achado baratinho. Levei um susto: de barato não tinha nada!
É por isso que depois dessas tentativas frustradas de continuar a tradição do bolo mata-fome do meu pai, eu sempre que posso bato um bolinho caseiro mesmo e deixo para os meus avós tomarem café. E o Bolo Chiffon é o que mais aparece por aqui: leve e mega fofinho, com sabores suaves mas marcantes e ainda enorme, demora para acabar! Ou deveria demorar...
Esse, da receita de hoje, é da Martha Stewart - na verdade era um bolo de laranja, que mudei para tangerina. Mas já fiz com laranja mesmo e fica muito bom também. Eu adoro essa receita porque, diferente da maioria dos Chiffon que levam em torno de 10 ovos [já fiz receita até com 12!] esse leva só 6 e mesmo assim rende um bolo tão grande e macio quanto.
É o bolinho simples mais especial que existe ;)
Espero que gostem!


Bolo Chiffon de Tangerina
[receita levemente adaptada da Martha Stewart, rende um bolo de 12cm de altura e 25 de diâmetro]

Ingredientes:
2 xícaras de farinha de trigo, menos duas colheres de sopa [meça a xícara e retire uma colher de sopa da farinha medida];
2 colheres de sopa de amido de milho;
4 colheres de chá de fermento em pó;
1/2 colher de chá de sal;
1 e 1/2 xícaras de açúcar;
1/2 xícara de óleo de girassol, canola ou outro óleo vegetal sem sabor;
6 gemas em temperatura ambiente;
2 colheres de sopa bem cheias de raspas da casca da tangerina;
1/2 xícara de suco de tangerina natural, espremido na hora;
1/4 de xícara de água gelada;
6 claras em temperatura ambiente;
1/4 de colher de chá de cremor tártaro [se não encontrar, não use].

Açúcar de confeiteiro para polvilhar.

Modo de preparo:
Preaqueça o forno a 160 graus.
Peneire juntos, em uma tigela grande, a farinha, o amido, o fermento, o sal e 1 xícara do açúcar. Peneire a mistura mais uma vez.
Faça uma cavidade no meio da mistura de farinha e junte o óleo, as gemas, as raspas e o suco de tangerina e a água gelada. Bata com um fouet até a massa ficar lisa e homogênea.
Na batedeira, em velocidade médio-alta, bata as claras com o cremor tártaro até conseguir picos moles. Com a batedeira ligada adicione a 1/2 xícara de açúcar restante aos poucos, colherada por colherada, até que o merengue alcance picos firmes e fique liso e brilhante. 
Adicione metade do merengue à massa e misture, com uma espátula ou colher grande, delicadamente, fazendo movimentos circulares de cima para baixo. Junte o restante do merengue e incorpore da mesma forma, sem misturar demais.
Passe a massa para uma fôrma de bolo chiffon, de buraco no meio, fundo removível e diâmetro de 25cm, sem untar. Leve ao forno por 55 ou 60 minutos, até que, enfiando um palito no centro, ele saia limpo. Não deixe assar demais.
Retire do forno e imediatamente vire a fôrma de cabeça para baixo, com o tubo do meio apoioado sobre o fundo de um copo ou sobre o apoio metálico que normalmente vem com a fôrma de bolo chiffon [como na foto]. Deixe esfriar completamente assim, de ponta cabeça, por pelo menos 1 hora e meia [eu sempre preparo o bolo antes de dormir e deixo assim durante a noite].
Depois de totalmente frio, passe uma faquinha sem serra com cuidado pelas laterais da fôrma e em torno do tubo central, e desenforme empurrando o fundo falso. Ainda com cuidado, passe a faca entre o bolo e o fundo falso e retire o fundo falso.
Passe o bolo para o prato de servir e polvilhe com açúcar de confeiteiro.

Torta de Cookie de Chocolate

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Olás, tudo bem?
Dá para acreditar que essa é a receita de torta número 99 aqui do blog?! Quem diria que, lá em 2010 quando ganhei o meu primeiro livro de tortas americanas, eu fosse me apaixonar desse jeito por essa sobremesa! Eu adoro fazer tortas. Adoro abrir a massa e ver os pontos amarelos de manteiga mal dissolvidos [na verdade dissolvidos à perfeição] na massa, e dobrar as bordas, tentando novas decorações de acabamento. Adoro a combinação da massa crocante que é ao mesmo tempo comida e 'embalagem' e o contraste do recheio cremoso com as bordas sequinhas. Adoro a ponto de as vezes estar com tanta vontade de preparar torta que abro a massa, forro a fôrma, decoro as bordas e só então penso "hum, mas do que será que eu faço essa?". É que, depois de pelo menos 99 variações de recheio [o número na verdade é maior, já que algumas receitas acabaram não sendo publicadas], escolher uma novidade começa a ficar um pouquinho mais difícil.
Voltando a morar perto do meu irmão e a conviver semanalmente com o gosto 'infantil' por sobremesas que ele tem, fui percebendo que ainda há toda uma gama de sabores de torta que eu havia, por gosto pessoal [quase sempre prefiro tortas de frutas], deixado passar. Estou falando dessas tortas que levam crocantes, coberturas, caldas, chantilly e que lembram barrinhas de chocolate das que a gente gostava quando criança, tipo Crunch, Charge, Chokito, etc. E é nessa categoria que a receita de hoje se encaixa, com recheio semelhante a uma massa de cookies bem molhadinha, pipocada com gotas de chocolate e com castanhas. E para deixar ainda mais divertida e menos 'adulta', completei a versão com creme chantilly e calda de caramelo. Opcionais, é claro, mas deliciosos!
Meu irmão adorou e, tenho que dar meu braço a torcer, eu também. Tanto que comi escondido o último pedaço que ele tinha guardado para o outro dia! rs Espero que vocês gostem :)



Torta de Cookie de Chocolate
[receita levemente adaptada daqui e calda de caramelo daqui

Ingredientes para a massa:
1 e 1/3 xícaras de farinha de trigo;
1 colher de chá de açúcar refinado;
1/4 da colher de chá de sal;
1/2 xícara [100g] de manteiga sem sal gelada, cortada em cubinhos;
3 a 5 colheres de sopa de água gelada.

Ingredientes para o recheio:
2 ovos;
1/2 xícara de farinha de trigo;
1/2 xícara de açúcar refinado;
1/2 xícara de açúcar mascavo;
1/2 colher de chá de sal;
3/4 de xícara [150g] de manteiga sem sal, em temperatura ambiente [em ponto de pomada];
1 xícara de gotas de chocolate meio-amargo de boa qualidade [usei uma parte de gotas meio amargo, uma parte de chocolate 70% picadinho];
1 xícara de castanhas da sua preferência, picadas [usei metade nozes comuns, metade pecãs].

Para a calda de caramelo fácil [opcional, mas fica a dica da receita]:
1/2 xícara de açúcar refinado;
1/2 xícara de açúcar mascavo;
1/2 xícara de creme de leite tipo leve [15% de gordura];
4 colheres de sopa [60g] de manteiga sem sal;
1 pitada generosa de sal;
1 colher de sopa de extrato de baunilha.

Creme chantilly para servir.

Prepare a massa:
Em uma tigela misture farinha, açúcar e sal. Junte os cubos de manteiga gelada e amasse, usando as pontas dos dedos, até formar uma farofa úmida. Adicione as colheres de água gelada, um pouco por vez, amassando o suficiente apenas para conseguir formar uma bola de massa.
Achate a bola de massa para formar um disco, envolva em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 30 minutos.
Sobre uma superfície limpa e enfarinhada, abra o disco de massa gelada, usando um rolo, até conseguir um círculo de mais ou menos 26cm de diâmetro e 1/2cm de espessura. Cuidadosamente, enrole a massa no rolo e desenrole sobre a fôrma. Pressione delicadamente a massa sobre fundo e laterais da fôrma, corte os excessos com uma tesoura e pressione as bordas com os dedos ou com um garfo, para dar acabamento. Leve a fôrma ao freezer por 10 minutos, até ficar durinha.

Enquanto isso prepare o recheio:
Preaqueça o forno a 165 graus. Baixe a gradinha do forno para os apoios mais baixos. Coloque uma assadeira retangular ou pedra de forno para preaquecer junto. 
Em uma tigela média misture as gotas de chocolate com as castanhas e 1 colher de sopa de farinha de trigo. Reserve
Em uma tigela grande, usando um fouet [ou na batedeira], bata os ovos até que espumem bastante. Junte a farinha, os açúcares e o sal e bata. Junte a manteiga e bata bem, até formar um creme homogêneo. Adicione as gotas e as castanhas e misture bem.
Passe o recheio para a massa da torta, nivele com uma espátula e leve ao forno, sobre a assadeira ou pedra de forno, por 55 a 60 minutos, até que enfiando a ponta de um palito a meio caminho da borda para o centro, ele saia limpo.
Retire do forno e deixe esfriar totalmente sobre uma gradinha. 
Você pode servir a torta dessa forma [já fica incrível!] ou optar por servir acompanhada de chantilly e calda de caramelo. 

Para o molho de caramelo:
Em uma panelinha de fundo grosso e em fogo médio baixo misture os açúcares, o creme, a manteiga e o sal. Cozinhe, misturando sem parar, por de 5 a 7 minutos, até que comesse a engrossar. Junte a baunilha e cozinhe por mais um minuto.
Retire do fogo e deixe esfriar completamente.
[vai sobrar calda, mas você pode usar o restante como acompanhamento de sorvetes, bolos, cremes, etc].

Montagem:
Decore a torta, totalmente fria, com pitangas de chantilly e com a calda de caramelo. Sirva.
Conserve as sobras da torta na geladeira.

Bolo Tiramisù

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Olás, tudo bem?
Teve uma vez em que uma amiga e eu marcamos de nos encontrar em uma cafeteria, para bater papo e decidirmos o filme que a gente ia ver mais tarde, no cinema que ficava ao lado. Estava um calor insuportável e a ideia de tomar espresso pegando fogo não parecia nada atrativa, por isso minha amiga, que já conhecia a casa, sugeriu o Afogatto. Na época eu não sabia o que era e fiquei bem feliz ao ver aqueles dois copos gigantes estilo milk-shake com direito a calda e chantilly chegando na nossa mesa! Suguei do canudinho e - eca! - era café. Café adoçado. Café adoçado gelado com sorvete de creme. E eu odeio café adoçado ou misturado com qualquer coisa doce. Odeio. Minha amiga teve que tomar o dela e o meu.
Desde pequeno nunca suportei nem café com leite, e olha que minha mãe tentou com afinco me fazer gostar! Sem contar que, quando eu era criança, parece que toda dona de casa tinha [e usava!] um daqueles livrinhos dalguma marca de café, cheio de receitas de batidas e sobremesas. Até com pudim de café eu já topei. Mas não encarei.
Tomo café todo dia, mas sempre puro e amargo. Os chocolates com café da minha viagem à Ilheus sobraram todos [foram os únicos que não foram rapidamente consumidos]. Aliás, durante a viagem, até comentei com a Simone, do blog Chocolatria, sobre essa minha aversão a café em doces. Ela me olhou com cara de choque e perguntou: "Mas nem Tiramisù?!". E eu tive que confessar, envergonhado, que já tinha feito Tiramisù algumas vezes, mas sempre omitindo o café.
Acho que foi a lembrança dessa conversa que me fez enfrentar esse meu último [será mesmo o último?] grande resquício de paladar infantil e preparar uma sobremesa com café, esse Bolo Tiramisú.
{Sobre esse nome, foi só agora, escrevendo o post, que percebi que chamado assim esse bolo parece saído da modinha de bolos churros, bem casado, sonho e afins. Mas não é. Não intencionalmente, ao menos. Na verdade é um Tiramiù, só que ao invés de biscoito Champagne, leva pão-de-ló}
E diferente da experiência com o Afogatto, esse bolo foi paixão à primeira garfada: o creme é delicioso, claro, e o café umedecendo o pão-de-ló, juntamente com o licor e o rum, quebra a doçura do bolo sem se mostrar totalmente. Me arrependi de ter excluído o café dos Tiramisús que já fiz na vida.
Ah, e preste atenção à dica do Queijo Mascarpone caseiro! O comprado pronto custa os olhos da cara!
Espero que gostem.

Queijo Mascarpone Caseiro
[receita daqui, rende aproximadamente 500g de Mascarpone]

Ingredientes:
1L de creme de leite fresco;
2 colheres de sopa de suco de limão.

Preparo:
Em uma panelinha de fundo grosso leve o creme de leite ao fogo baixo, até que medindo com um termômetro de calda, ele alcance 82 graus Celsius [é pouco antes de ferver, quando aparecem aquelas bolhinhas em volta da panela]. Mantenha o creme nessa temperatura por 3 minutos [você pode erguer a panela, aumentando a distância da chama, ou mesmo usar uma chapa [aquelas que simulam um banho-maria] sob a panela, para a temperatura não subir muito mais do que isso]. Adicione o suco de limão e mantenha no fogo na mesma temperatura, mexendo de vez em quando, por mais uns 5 minutos, até o creme engrossar um pouco e começar a cheirar como um molho branco que está no fogo. Retire a panela do fogo e deixe esfriar em temperatura ambiente.
Para drenar o soro, cubra um escorredor ou uma peneira funda com duas camadas de um tecido de fralda limpo e nunca usado [ou você pode deixar escorrer até mesmo em um coador de papel tipo os de café] e despeje sobre ele o creme. Coloque uma tigela por baixo, para conter o soro, e leve à geladeira assim, durante 14 horas.
Descarte o soro que escorreu e retire o Mascarpone do tecido, passando para um recipiente limpo com tampa. Dura uns 4 dias na geladeira.


Bolo Tiramisù
[receita adaptada à partir do Tiramisú do Buddy Valastro, rende um bolo de 23cm de diâmetro]

Para o creme de Mascarpone:
1 xícara de creme de leite fresco bem gelado;
1/2 xícara de açúcar;
4 gemas de ovos frescos;
450g de Queijo Mascarpone;
2 colheres de sopa de vinho Marsala [ou Porto ou Vin Santo ou outro bom vinho de sobremesa].

Para o pão-de-ló genovês:
6 ovos em temperatura ambiente;
1 xícara de açúcar refinado;
2 xícaras de farinha de trigo;
1/2 colher de sopa de fermento em pó;
1 pitada de sal;
1/2 colher de chá de extrato de baunilha.

Para a calda:
1 xícara de café espresso ou café forte, sem açúcar;
1/4 de xícara de açúcar;
1/4 de xícara de rum ou licor de café [eu usei rum e licor de amêndoas misturados].

Cacau em pó [ou chocolate 70% cacau ralado] para polvilhar.

Prepare o creme de Mascarpone:
Bata o creme de leite bem gelado na batedeira, até conseguir picos firmes. Reserve.
Em outra tigela coloque o açúcar, as gemas, o Mascarpone e o vinho. Bata na batedeira por 7 minutos, até que o creme fique claro e fofo. 
Desligue a batedeira e, com uma colher grande ou espátula, incorpore o creme de leite batido delicadamente, fazendo movimentos do fundo para cima.
Cubra a tigela com filme plástico e reserve na geladeira enquanto prepara o bolo.

Prepare o pão-de-ló:
Unte com manteiga uma fôrma rendonda de 23cm de diâmetro. Cubra o fundo da fôrma com um disco de mesmo diâmetro de papel manteiga e unte o papel. Polvilhe farinha de trigo, espalhe bem e bata para retirar o excesso. Reserve.
Preaqueça o forno a 200 graus.
Em uma tigelinha misture a farinha com o fermento em pó. Reserve.
Na batedeira, bata os ovos em velocidade alta com o garfo tipo fouet por uns 4 minutos, até formar uma gemada espumosa e clara. Junte o açúcar e bata por mais 8 minutos, para conseguir um creme leve e super aerado, como uma espuma. Junte a baunilha e bata para incorporar. Peneire por cima a farinha e o fermento e misture delicadamente, com uma colher grande, fazendo movimentos do fundo da tigela para cima, sem bater, até que a farinha seja incorporada totalmente, mas sem a mistura perder a textura espumosa. 
Passe a massa para a forma preparada e leve ao forno por cerca de 35 minutos. até que enfiando um palitinho de madeira no bolo, ele saia limpo.
Retire o bolo do forno e deixe esfriar dentro da fôrma por 10 minutos.
Desenforme o bolo sobre uma gradinha, descarte o papel manteiga e deixe esfriar completamente.

Enquanto o bolo assa, prepare a calda:
Leve o café e o açúcar ao fogo, mexendo até dissolver completamente. Apague o fogo, deixe esfriar e adicione a bebida alcoólica. Reserve.

Montagem:
Com o bolo completamente frio, use uma faca grande de serra para cortá-lo ao meio. 
Umedeça uma das metades do bolo com a calda. Espere uns minutinhos, vire-a e umedeça o outro lado. Então coloque-a no prato de servir. com o lado cortado para cima. 
Sobre ela, espalhe uma quantidade generosa do creme de Mascarpone [entre um terço e metade da quantidade total]. Polvilhe cacau em pó sobre o creme.
Umedeça da mesma forma a outra metade do bolo, de ambos os lados, e coloque-a sobre a camada de creme, com o lado cortado para baixo. Leve à geladeira por uns 15 minutos pelo menos, para ficar mais fácil de decorar.
Retire o bolo da geladeira e espalhe um pouco de creme sobre o topo e as laterais. Retire o excesso, alisando com uma espátula, para o bolo ficar com cara de 'mal decorado'. 
Passe o restante do creme para um saco de confeitar com bico liso e decore o topo do bolo, fazendo 'pitangas' sobre ele.
Polvilhe com cacau em pó e mantenha na geladeira por pelo menos umas 2 horas, antes de servir, para os sabores se misturarem bem.

Madeleines de Cardamomo & Laranja

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Olás, tudo bem?
Por aqui tá complicado. Eu já falei várias vezes aqui sobre a minha avó, né? Então, minha avó sofre de Mal de Parkinson  desde 2010, e essa doença, além do tremor característico, tem uma fase de delírios e alucinações. Começa com uma frasezinha estranha solta, uma mania de perseguição que aparece no fim de tarde, depois vozes imaginárias na tarde toda, depois o dia todo e por fim dia e noite, direto. Como se não bastasse, pouco mais de um mês atrás, fugindo dos seus bandidos imaginários, ela acabou caindo e fraturando o fêmur. A cirurgia foi um sucesso mas ela continua acamada, porque sua confusão mental dificulta a fisioterapia e a segurança para andar novamente. E como eu sou o único familiar que trabalha de casa, com horários flexíveis, estou cuidando dela junto com a minha tia, porque praticamente tudo precisa ser feito em dois. Parece ruim [e a idéia de um dia ter que fazer isso também parecia ruim para mim] mas no fundo faz a gente aprender bastante, além de ser um modo de devolver um pouco do tanto de cuidados que ela sempre teve comigo.
Como isso tudo exige muito tempo, tenho usado minhas horas livres para trabalhar como arquiteto, então não sobra muita coisa para o blog, por isso essa minha sumida por aqui. Mas com o tempo isso se normaliza, é mais pegar o jeito.

Falando agora de coisa boa, faz quase que exatamente três anos [olha que coincidência!] que minha amiga Bárbara me emprestou sua fôrma de Madeleines para eu testar umas receitas. Na época cheguei a ir até a loja onde ela comprou ver se tinha mais, mas aparentemente nenhum atendente sabia do que eu estava falando. Não pensei mais no assunto até que essa semana passei pela tal loja, entrei para olhar e achei a fôrma. Importada, custava bem caro, R$89,90. Fui para o caixa pensando 'será que eles parcelam?' e tive uma super surpresa: o preço tinha caído para R$29,90! Aproveitei!

Madeleines não tem segredos: são pequenos bolinhos amanteigados e super aromáticos, que assam em forma de concha do mar e ficam com uma barriguinha quando estão prontos. Tem mil variações de sabores para receitas de Madeleine, mas prefiro sempre as com toque cítrico. Nessa receita o cítrico/frutado/fresco da massa é dado pelo cardamomo e destacado pelo glacê de laranja, daqueles que açucaram e formam uma casquinha. Uma delícia, ainda mais se devorados mornos. Espero que gostem!



Madeleines de Cardamomo & Laranja
[receita levemente adaptada da Martha Stewart, rende 12 Madeleines padrão]

Ingredientes:
1/4 de xícara [50g] de manteiga sem sal;
1 colher de sopa de mel de boa qualidade;
1 colher de chá de extrato de baunilha;
3/4 de xícara de farinha de trigo;
1 colher de chá de fermento em pó;
3/4 da colher de chá de cardamomo moído;
1/4 da colher de chá de sal;
1/4 de xícara de açúcar;
2 ovos.

Manteiga para untar as fôrmas e farinha de trigo para polvilhar.

Para o glacê de cobertura:
3/4 de xícara de açúcar de confeiteiro;
1 colher de chá de raspas de laranja ralada bem fininho;
3 ou 4 colheres de sopa de suco de laranja.

Preparo:
Unte 12 cavidades para Madeleines com manteiga. Peneire farinha por cima, bata a fôrma para espalhar bem e retirar todo o excesso de farinha. Reserve.

Em uma panelinha pequena derreta a manteiga em fogo baixo. Apague o fogo e adicione o mel e a baunilha. Deixe esfriar por 10 minutos. Reserve.
Em uma tigela peneire a farinha, o fermento, o sal e o cardamomo. Reserve.
Em uma tigela grande bata ovos e o açúcar, até ficar levemente espumante e claro. Peneire a mistura de farinha por cima, misturando delicadamente com uma espátula. Junte a mistura de manteiga e continue mexendo, até ficar homogêneo. Cubra a tigela com filme plástico e leve à geladeira por 30 minutos. Preaqueça o forno a 170 graus.
Espalhe a massa nas cavidades da fôrma [eu prefiro fazer com um saco de confeiteiro sem bico, mas você pode colocar com a colher mesmo, se quiser], enchendo pouco mais da metade de cada uma.
Bata a fôrma na bancada, para desfazer possíveis bolhas de ar na massa.
Leve ao forno quente até que as Madeleines ganhem uma "barriguinha" no meio e fiquem douradas nas bordas.
Retire do forno e passe as Madeleines para uma gradinha, para esfriarem. 

Enquanto isso, a cobertura:
Em uma tigelinha junte o açúcar de confeiteiro e as raspas de laranja. Adicione o suco às colheradas, misturando bem após cada adição, até ficar um glacê bem grosso e homogêneo. Você vai ver que a quantidade de suco parece pouca para o glacê, mas é só insistir e misturar bem que funciona.
Pincele o glacê sobre as Madeleines ainda mornas.
Você pode servi-las assim ou deixar que esfriem e o glacê cristalize.

Se sobrar alguma para contar a hitória [acho difícil], conserve em recipiente fechado.

Torta de Caramelo Salgado & Chocolate

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Olás, tudo bem?
A receita de hoje é uma torta, mas parece um bombom ou uma dessas barrinhas doces de chocolate que a gente compra no caixa do supermercado, só que muito melhor. Tem uma base crocante e amanteigada feita à partir de farinha de amêndoas [e deus sabe o quanto adoro biscoitos amanteigados de amêndoas!], um recheio brilhante, cremoso e levemente puxa de caramelo toffee [você já fez caramelo toffee em casa? Tem um cheiro tão bom que eu sempre deixo para fazer a noite, com a casa fechada, para o aroma ficar!], e uma casquinha de chocolate amargo [as receitas geralmente pedem meio amargo, mas prefiro pelo menos 70% cacau] para, juntamente com a flor de sal polvilhada, cortar o excesso de doçura do recheio. 
É claro que essa receita não é novidade - ainda mais depois da moda gastronômica do caramelo salgado - mas, diferente da maioria das variações dessa torta, esse caramelo é feito sem glucose de milho [algumas receitas, aliás, levam quantidades enormes de glucose], por isso é, sem dúvidas, minha preferida. Eu de você correria para a cozinha agora!

Ahhh, e olha o que eu acabei de perceber: essa é a centésima receita de torta publicada aqui n'A Cozinha Coletiva! Já dá um livrão, hein? Fato é que desde 2010 [na verdade antes mesmo disso, porque no começo da faculdade eu já vendia tortinhas de chocolate e de limão] as tortas tem estado presentes na minha vida, seja em referências literárias e de cinema, seja caçando receitas novas, seja colecionando fôrmas típicas [viraram minha paixão!], seja finalizando refeições especiais. Espero alcançar mais 100 novas receitas rapidinho! 
Espero que gostem e muito obrigado por me acompanharem nessas 100 primeiras tortas ;)

PS: agradeço muito também a todos os comentários e mensagens de carinho sobre a saúde da minha avó.


Torta de Caramelo Salgado & Chocolate

Ingredientes da massa:
1 xícara [150g] de farinha de trigo;
1/4 de xícara [55g] de açúcar;
1/2 xícara [60g] de farinha de amêndoas;
1/3 de xícara [75g] de manteiga sem sal, gelada, picada em cubinhos;
1 ovo, levemente batido.

Ingredientes para o caramelo salgado:
1 e 1/2 xícaras [300g] de açúcar refinado;
1/2 xícara [100g] de água;
1/2 xícara [120g] de creme de leite fresco;
5 colheres de sopa [75g] de manteiga sem sal;
1 colher de chá de extrato de baunilha;
1 colher de chá de sal.

Ingredientes para a ganache:
120g de chocolate amargo [usei 70%] picadinho;
1/2 xícara [120g] de creme de leite fresco.

Flor de sal para polvilhar.

Prepare a massa:
Você pode preparar essa massa à mão ou no processador.
Em uma tigela misture a farinha, o açúcar e a farinha de amêndoas. Junte a manteiga e amasse, com as pontas dos dedos, até formar uma farofinha. Junte o ovo batido e amasse o suficiente para dar liga e formar uma bola de massa.
Com as pontas dos dedos, pressione essa massa sobre o fundo e as laterais de uma fôrma de torta canelada de 24cm de diâmetro [no meu caso uma retangular de 28 x 18cm]. Fure a massa com um garfo, em diversos pontos, e leve a fôrma para o freezer por pelo menos 15 minutos.
Enquanto isso preaqueça o forno a 200 graus.
Retire a massa do freezer, cubra-a com uma folha de papel alumínio e preencha a cavidade com grãos de feijão, para a massa não crescer enquanto assa. Leve ao forno por 15 - 20 minutos.
Abaixe o forno para 170 graus, retire o papel alumínio com os feijões e deixe a massa assar por mais uns 8 minutos, até dourar.
Retire a massa do forno e reserve.

Prepare o caramelo salgado:
Coloque o açúcar e a água em uma panela de fundo grosso e leve ao fogo médio, sem mexer [no máximo você pode balançar de leve a panela, mas não precisa] , até que o açúcar derreta completamente, a calda comece a ferve e alcance uma cor âmbar, tipo cor de guaraná [leva uns 15 minutos].
Retire a panela do fogo e adicione o creme de leite fresco. Cuidado porque espirra um bocado. 
Volte a panela ao fogo, misturando sem parar, até que o caramelo fique homogêneo.
Apague o fogo, junte a manteiga, o sal e a baunilha e misture para incorporar. 
Deixe o caramelo esfriar por uns 10 minutos e então recheie a massa pronta da torta com ele.
Leve a torta à geladeira por pelo menos 4 horas.

Prepare a ganache:
Coloque o chocolate picado em uma tigelinha.
Em uma panela pequena, leve o creme de leite fresco ao fogo até quase ferver. 
Derrame o creme de leite quente sobre o chocolate e reserve por 2 minutos. Então misture com uma colher até que a ganache fique brilhante e homogênea. Despeje a ganache sobre a torta gelada e espalhe com uma espátula. 
Leve à geladeira até a ganache firmar [1 hora]. 
Na hora de servir, retire a torta da geladeira e polvilhe levemente com flor de sal.


Flan Parisien

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Olá, tudo bem?
A receita de hoje é uma das sobremesas mais simples do mundo: uma crosta crocante [que pode ser de massa folhada, massa brisée ou massa sablée] recheada de creme de confeiteiro, que é a receita-base mais famosa da culinária clássica. Eu, particularmente, adoro creme de confeiteiro! Mas tem que ser o feito em casa, com leite integral, gemas frescas [se forem de ovos caipiras o creme fica ainda mais bonito!], açúcar, amido, manteiga e baunilha de verdade. Nada daqueles cremes amarelo manga feitos de leite [ou água, acredite] e mistura pronta, tão comuns em padarias, ou da versão preguiçosa e excessivamente doce, sem gemas e com leite condensado, que aparecem volta e meia nas "receitas super fáceis" que a gente vê por aí.
Além de simples, a receita de hoje é também uma das mais antigas e populares sobremesas do mundo! Presente nas mesas da nobreza medieval [inclusive em banquetes dos reis franceses] a torta de creme está presente na culinária de praticamente todo país do velho mundo, desde as Custard Tarts inglesas [clarinhas por cima, menos doce e engrossada com gemas], passando pelo nosso velho conhecido Pastel de Belém português [servidos em porções individuais e com crosta de massa folhada], pelas tortinhas de creme tampadas [como empadas] chamadas de Pasticciotti na Itália, até as delicadas Dan Ta chinesas. 
A variante francesa da torta de creme, chamada de Flan Parisian ou Flan Pâtissier, é minha favorita porque une qualidades importantes, como a superfície queimada, que dá um toque caramelado especial ao sabor, com  facilidades na execução - é muito mais fácil fazer uma massa de torta tipo brisée ou sablée, do que fazer massa folhada em casa para usar como base, né? Espero que vocês também gostem!
Ah, uma observação importante: assei meu Flan Parisian em uma fôrma de 20cm de diâmetro e 7cm de altura porque acho que o resultado fica mais bonito, mas pode-se utilizar fôrmas mais largas e mais baixas, sem problema nenhum.


Flan Parisien
[receita do livro Doces | Maison Ladurée, rende uma torta de 23cm de diâmetro e 3,5cm de altura ou, no meu caso, uma fôrma de 20cm de diâmetro e 7 de altura]

Ingredientes para a massa brisée:
250g de farinha de trigo;
125g de manteiga gelada picada em cubos;
1 pitada de sal;
4 colheres de sopa de água;
2 gemas.

Ingredientes para o creme de confeiteiro:
2 favas de baunilha*;
500ml de leite integral;
325g de creme de leite fresco;
2 ovos;
2 gemas;
210g de açúcar refinado;
85g de amido de milho;
25g de manteiga sem sal.


Prepare a massa brisée:
Misture a água e as gemas em uma tigelinha. Reserve.
Em uma tigela peneire a farinha de trigo e o sal. Junte a manteiga gelada picadinha e amasse, com as pontas dos dedos, até formar uma farofa úmida. Junte a mistura de água e gemas, amassando apenas o suficiente para conseguir formar uma bola de massa. Você pode fazer esse mesmo processo no processador, pulsando varias vezes, ou na batedeira com o garfo tipo raquete.
Forme uma bola de massa, achate para conseguir um disco, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por 1 hora.
Retire a massa da geladeira e abra-a com um rolo, sobre uma superfície enfarinhada. A massa deve ficar com menos de 0.5cm de espessura, e em formato de círculo de uns 28cm de diâmetro.
Com cuidado, enrole a massa no rolo e desenrole sobre sua fôrma, pressionando com delicadeza até a massa cobrir fundo e laterais da fôrma. Corte os excessos e com um garfo faça furos em toda a massa.
Reserve no freezer por pelo menos 15 minutos.

Enquanto isso, começe o creme confeiteiro:
Com uma faquinha lisa parta as favas de baunilha ao meio, no sentido do comprimento, e raspe o interior delas para extrair as sementes. Despeje o leite e o creme de leite fresco em uma panela, junte as favas e as sementes e leve ao fogo até ferver. Apague o fogo, tampe a panela e deixe em infusão por 15 minutos. Descarte as favas e reserve.

Assando a massa:
preaqueça o forno a 180 graus. 
Retire a fôrma do freezer e cubra com um disco de papel manteiga de uns 28cm de diâmetro, moldando-o cuidadosamente para cobrir o fundo e as bordas da massa. Distribua pesos por cima [uso feijões ou arroz crus]. Leve ao forno por 20 minutos, até que as bordas comecem a ficar douradas.
Retire a massa do forno e deixe esfriar. Descarte os pesos e o papel manteiga. Reserve.

Finalizando o creme:
Em uma tigela, bata os ovos, as gemas e o açúcar até que a mistura fique clara. Junte o amido de milho e misture para incorporar.
Leve a panela de leite, creme e baunilha de volta ao fogo, até ferver novamente. Quando ferver, despeje 1/3 da mistura de leite sobre a mistura de gemas, mexendo sem parar com o fouet. Volte tudo para a panela e cozinhe, sem parar de mexer, até a mistura ferver. Conte um minuto após a fervura e apague o fogo. Não esqueça de raspar bem as bordas da panela.
Retire do fogo e passe para uma tigela. Deixe esfriar por 10 minutos e então junte a manteiga. Misture até dissolver.

Enquanto isso, preaqueça o forno novamente a 180 graus.
Despeje o creme sobre a massa de torta pré-assada. Leve ao forno por mais 45 minutos, até que a superfície queime ligeiramente. Se sua torta for alta, como a minha, esse tempo pode aumentar em uns 10 minutos.
Retire do forno, deixe esfriar e leve à geladeira por umas 3 horas, antes de servir [tentei cortar antes e o creme ainda não tinha firmado]. 

* Se você não tem favas de baunilha, que são difíceis de achar e caras, pode usar o extrato. Use 2 colheres de chá, mas só adicione no final do preparo do creme, junto com a manteiga.

Bolo Zebra

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Olás, tudo bem?
Sabe quando você prepara um bolo, leva para assar e na hora em que retira do forno percebe que a maravilha que você esperava virou um tijolinho baixinho e pesadão? Se nesses momentos você pensa "ih, deu zebra!", está na hora de rever seus conceitos. Depois da receita de hoje, nunca mais um bolo que "deu zebra" vai ser sinônimo de coisa ruim, muito pelo contrário!
Brincadeiras à parte [até porque essa expressão "deu zebra" não é tão usada atualmente, é?], esse bolo não passa de uma receita de Pound Cake, aqueles bolos amanteigados ingleses que a gente costuma chamar de Bolo Inglês, num estilo marmorizado, aquele tão conhecido das nossas mães e avós, só que com um bocadinho mais de capricho na hora de misturar as massas: basta ir colocando colheradas alternadas de massa branca e preta, uma por cima da outra, sempre no mesmo ponto, que a gravidade, densidade dos líquidos ou seja lá o que for faz o seu trabalho, a massa se espalha e quando o bolo é cortado você tem esse lindo padrão de listrinhas branco e preta! Quer coisa mais simples que isso?!
Aliás, a receita também é bem simples, sem nenhum ingrediente diferente ou difícil, como um bom bolo caseiro de buraco no meio deve ser. E a cobertura, que eu fiz só para dar um charminho, é claro que pode ser dispensada sem nenhum prejuízo ao sabor. Bolo de tomar café da tarde, bolo de comer com um copo de leite, bolo de beliscar no meio da manhã. Bolo de fazer para a avó que, doente, faz manha para conseguir um docinho para variar no café da manhã. 
Aqui em casa durou pouco. espero que vocês também gostem.

Ah, um aviso: há quem vá estranhar a quantidade de manteiga da receita - calma, esses bolos ingleses são assim mesmo. Mas você pode fazer sua velha conhecida receita de bolo mármore mesmo e só aproveitar a dica da montagem, para ele também ficar de zebrinha. Animal print nunca sai de moda, não é? Ou sai? ;)


Bolo Zebra
[receita retirada daqui, rende uma assadeira de buraco no meio de 25cm de diâmetro e 8cm de altura - se a sua for menor, reduza em um terço ou pela metade]

Ingredientes:
2 xícaras e meia de farinha de trigo;
1/2 xícara de amido de milho;
2 colheres de chá de fermento em pó;
1/2 colher de chá de sal;
2 e 1/2 xícaras de açúcar refinado, dividido;
1/2 xícara de cacau em pó;
6 colheres de sopa de água;
1 e 1/2 xícaras de manteiga sem sal, derretida e fria;
1 e 1/2 colheres de chá de extrato de baunilha;
5 ovos;
1/2 xícara de leite.

Ingredientes para a cobertura:
3/4 de xícara de açúcar de confeiteiro;
3 colheres de sopa de leite de coco.

Prepare o bolo:
Unte com manteiga e enfarinhe a fôrma de buraco no meio. Bata para retirar o excesso de farinha. Reserve.
Preaqueça o forno a 180 graus.
Em uma tigela peneire a farinha, o amido, o fermento e o sal. Reserve.
Em uma tigelinha pequena misture 1/2 xícara do açúcar, o cacau em pó e a água. Misture bem até ficar homogêneo. Reserve.
Coloque o restante do açúcar [2xícaras] e a manteiga derretida na batedeira e bata em velocidade médio alta por 1 minuto [se sua batedeira for planetária, use o garfo tipo raquete]. Junte a baunilha e bata para misturar. Adicione os ovos, um por vez e batendo após cada adição. Bata até que a mistura fique clara e fofa.
Desligue a batedeira e adicione a mistura de farinha em três vezes, alternado com o leite em duas vezes e misturando com uma espátula até ficar homogêneo.
Separe duas xícaras dessa massa, junte a mistura de cacau e misture bem, até dissolver completamente.
Agora o segredo: usando uma colher de pegar sorvete ou uma colher grande, coloque duas colheradas da massa branca na fôrma preparada. Agora por cima coloque uma colherada da mistura de chocolate. Vá alternando entre a massa branca e a preta, sempre uma sobre a outra no mesmo ponto, até acabar. A massa sozinha vai se ajeitando na fôrma, então não vá mexer.
Asse o bolo por cerca de 55 minutos, ou até que enfiando um palito de madeira, ele saia limpo.
Deixe o bolo esfriar por 15 minutos na fôrma e então desenforme com cuidado sobre o prato de server.

Para a cobertura: em uma tigelinha misture o açúcar com o leite de coco. Misture bem - no começo vai parecer que é pouco líquido para muito açúcar, mas depois dá certo. Quando ficar homogêneo, despeje sobre o bolo ainda morno. Espere esfriar, para a coberturar formar aquela casquinha. Isso se você conseguir.

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