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Channel: A Cozinha Coletiva

Torta Tiramisù

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Olás, tudo bem?
Antes de falar sobre a receita de hoje, não tem como não contar uma coisa que acabou de acontecer e que me cortou o coração: Sem querer soltei minha câmera do tripé e ela caiu.
Caiu.
No chão.
Mais de 1,7m de altura de queda.
Com a lente virada para baixo.
Sério, destruí minha lente [do tipo voou pedaço para todo lado] e ainda quebrei minha câmera. Dá para acreditar?! Pois é, nem eu estou acreditando. Vontade de chorar, real. Canon, a fim de me patrocinar? haha... humpf
Mas as vezes é necessário dar uma de Scarlet O'Hara e deixar para pensar nisso depois.
No momento preciso falar dessa torta: descobri a receita na internet outro dia em que eu estava com vontade de comer Tiramisù [depois do Bolo Tiramisù, meu [des]gosto por misturar café e açúcar mudou consideravelmente!] e com vontade de fazer torta [na verdade vontade de estrear minha fôrma de torta retangular nova], as duas vontades ao mesmo tempo. Joguei 'torta + tiramisù' no Google, achando que não ia dar em nada, mas não é que a mistura já tinha sido inventada?!
Tomei a receita como base, fazendo algumas adaptações: troquei a massa comum por uma mais delicada, tipo amanteigado de amêndoas; adicionei um extra de café também no recheio de chocolate [para deixar claro que não é uma torta de chocolate enfeitada] e aumentei um tantinho de mascarpone e de café no creme de cobertura. Creme esse que, aliás, leva gelatina sem sabor, ingrediente para o qual geralmente torço o nariz mas que aqui achei necessário - ele dá textura e peso ao creme, que passa de uma simples cobertura de chantilly para uma fundamental camada superior. Combinação realmente perfeita entre camadas, gostei muito!
E como final da semana é Páscoa, deixo essa sugestão de sobremesa ;)

PS: como tenho um pequeno arquivo de imagens de receitas nunca postadas, por algumas semanas ainda consigo manter o blog atualizado, mesmo sem câmera. Daí a gente vê o que acontece.


Torta Tiramisù
[receita adaptada daqui, rende uma torta de 23cm de diâmetro - fiz na fôrma retangular por boniteza, mesmo]

Ingredientes para a massa:
1 xícara de farinha de trigo;
1/2 xícara de farinha de amêndoas;
1 pitada de sal;
1/4 de xícara de açúcar de confeiteiro;
1/2 xícara mais 1 colher de sopa [115g] de manteiga sem sal, em temperatura de pasta;
1 ovo, levemente batido;
1/2 colher de chá de licor de amêndoas [Amaretto] ou uma gota de extrato de amêndoas.

Ingredientes para o recheio:
240g de chocolate pelo menos 56% cacau [usei uma mistura de 56% e 70%], picadinho;
3/4 de xícara de creme de leite fresco;
1/2 xícara de leite integral;
1 colher de chá de licor de café;
1 ovo, levemente batido.

Ingredientes para o creme de mascarpone:
2 colheres de sopa de água gelada;
1 colher de chá de gelatina sem sabor incolor em pó;
2 colheres de chá de café solúvel instantâneo;
1 e 1/2 colheres de chá de licor de amêndoas ou rum [prefiro licor de amêndoas];
1 e 1/2 xícaras de creme de leite fresco bem gelado;
1/2 xícara de queijo mascarpone*;
1/4 de xícara de açúcar.

Cacau em pó, para polvilhar.

Prepare a massa:
Você pode fazer à mão, na batedeira ou no processador. Eu fiz no processador.
No processador, misture as farinhas [trigo e amêndoas], o sal e o açúcar de confeiteiro. Junte a manteiga e pulse algumas vezes até conseguir uma farofa fina e úmida.
Separadamente, misture o ovo batido com o licor de amêndoas e junte à massa, pulsando mais algumas vezes só até dar liga na massa.
Retire a massa do processador e forme uma bola com ela. Achate para formar um disco, envolva em filme plástico e leve à geladeira por 20 minutos, para firmar um pouco.
Retire a massa da geladeira e, pressionando com os dedos, espalhe a massa uniformemente [deverá ter mais ou menos 0.5cm de espessura] sobre o fundo e as laterais de uma fôrma de tortas canelada de 23cm de diâmetro. É claro que você pode fazer isso de outro modo, abrindo a massa, com o rolo de macarrão, entre 2 folhas de papel manteiga ou sobre uma superfície enfarinhada, até conseguir um disco de 26cm de diâmetro e 0.5cm de espessura, e então transferir a massa para a fôrma. Faça como achar mais fácil. 
Apare as bordas da massa e fure toda a superfície com um garfo, para que não cresça enquanto assa. 
Leve a fôrma com a massa ao freezer por 15 minutos, até endurecer. 
Preaqueça o forno a 200 graus.
Retire a fôrma do freezer, cubra a massa com uma folha de papel manteiga e preencha a cavidade com grãos de feijão cru ou algum tipo de peso. Asse por 20 minutos.
Retire do forno, descarte os feijões [você pode guardar os feijões para suas próximas tortas] e o papel manteiga e volte a fôrma ao forno por mais 8 minutos, para secar a superfície da massa e começar a dourar levemente nas bordas. Retire e deixe esfriar completamente.
Baixe o forno para 170 graus.

Enquanto a massa esfriar, prepare o recheio:
Coloque o chocolate picado em uma tigela média, resistente ao calor.
Em uma panelinha de fundo grosso leve o creme de leite fresco e o leite ao fogo médio, até começar a formar bolhas nas bordas - quase ferver. Retire do fogo e despeje imediatamente sobre o chocolate picado. Deixe descansar por um minuto e então comece a misturar delicadamente, do centro para as bordas. Misture até que o creme fique escuro, homogêneo e brilhante. Deixe esfriar por cinco minutos. 
Junte o ovo e o licor ao creme de chocolate, misture bem e despeje sobre a massa de torta já fria. Leve ao forno por mais 20 ou 25 minutos, até que o recheio firme nas bordas mas mantenha o centro ainda levemente mole.
Retire do forno, deixe esfriar e leve para a geladeira.

Então prepare o creme de mascarpone:
Coloque a água gelada em um potinho e polvilhe a gelatina sem sabor por cima. Reserve por 5 minutos.
Enquanto isso, em outro potinho, dissolva o café solúvel no Amaretto. Reserve.
Leve o potinho de gelatina ao microondas por 10 segundos, apenas para a gelatina derreter.
Na batedeira bata o creme de leite fresco, o mascarpone e o açúcar até conseguir picos firmes. Diminua a velocidade da batedeira para mínima e adicione a gelatina e a mistura de Amaretto. Bata apenas para incorporar.
Você pode espalhar o creme sobre a torta com uma espátula ou com o auxílio de um saco de confeitar. Eu usei o saco de confeitar com bico liso para dar um efeito 'bolinhas'.
Polvilhe cacau em pó, usando uma peneira, sobre todo o creme de mascarpone.
Leve à geladeira novamente por pelo menos mais uma hora, antes de servir.

*Você pode preparar o mascarpone em casa, clique aqui para saber como. 



Banana Blueberry Bundt, ou a mais saborosa das aliterações

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Olás, tudo bem?
Semana passada a foto de um bolo que fiz em 2012, o primeiro Bundt Cake do blog, fez tanto sucesso no meu Instagram que até eu fiquei com vontade de comê-lo! Para quem não viu, trata-se de um bolo de massa amanteigada, aromatizado com limão e cheio de pontinhos roxos - os mirtilos - que explodem no meio da massa durante o cozimento! A receita original você pode ver clicando aqui.
Pois bem, encontrar caixinhas de mirtilos frescos no supermercado no mesmo dia [considerando que estou numa cidadezinha minúscula no interior de SP] foi um sinal de confirmação para eu refazer o bolo! 
Chegando em casa dei um pulinho no Google para ver variações da receita do Blueberry Bundt e achei essa versão, que combina mirtilos e banana. Essa mistura se tornou bem popular, ainda mais depois da onda do Smoothie, uma espécie de milk shake ou "vitamina" [que é como chamamos leite batido com frutas por aqui] sem leite, ou algo assim - nunca tomei Smoothie nem nunca tinha misturado banana com blueberry, então resolvi experimentar.
Como a maioria das receitas que encontrei pediam ingredientes 'saudáveis' que não costumo ter, como farinha integral ou aquelas sementinhas marrons que esqueci o nome, resolvi improvisar em cima da minha receita clássica: mantive as raspas de limão, mas troquei o siciliano pelo cravo [sou apaixonado por limão cravo!]; adicionei 2 bananas madura amassadas - normalmente bolos de banana pedem pelo menos 4, mas o perigo do sabor da banana dominar tudo é grande [e a cor também - banana deixa a massa do bolo com cor de caramelo, depois de assado], por isso cortei pela metade; reduzi os mirtilos de 3 para 1 e meia xícaras [ficou pintadinho e saboroso do mesmo jeito. Ah, e troquei a cobertura por um bocadinho despretensioso de açúcar de confeiteiro polvilhado.
Sabe que o resultado ficou surpreendente?! É sério! O sabor da banana em si fica pouco destacado, mas tem um efeito potencializador no mirtilo! Eu não sei explicar direito, só provando mesmo, mas a mistura dá muito certo! Dá para entender a mania dessa dupla em shakes e sucos!
Espero que gostem :)


Banana Blueberry Bundt
[rende um bolo de 24cm de diâmetro e 8cm de altura]

Ingredientes:
2 e 1/2 xícaras de farinha de trigo;
2 colheres de chá de fermento em pó;
1 colher de chá de sal;
1 e 1/2 xícaras de açúcar refinado;
Raspas de 1 limão cravo;
1 xícara [200g] de manteiga sem sal, em temperatura ambiente;
3 ovos, em temperatura ambiente;
1/2 colher de chá de extrato de baunilha;
2 bananas médias, tipo nanica [ou banana d'água] bem maduras, amassadas;
3/4 de xícara de buttermilk*;
1 e 1/2 xícaras de mirtilos, frescos ou congelados;
1 colher de sopa de farinha de trigo para envolver os mirtilos.

Açúcar de confeiteiro para polvilhar.

Preparo:
Preaqueça o forno a 180 graus. Unte com manteiga uma fôrma de buraco no meio medindo 24cm de diâmetro por 8cm de altura e polvilhe com farinha de trigo. Bata para retirar o excesso de farinha. Reserve.
Em uma tigela misture farinha, fermento e sal. Reserve.
Na tigela da batedeira coloque o açúcar e as raspas de limão. Amasse com as pontas dos dedos para o atrito fazer com que as raspas liberem todo o seu aroma. Junte a manteiga e bata em velocidade média por 5 minutos, até formar um creme claro e fofo. Use o batedor tipo raquete, se sua batedeira flor planetária. Diminua a velocidade da batedeira e acrescente os ovos, um a um, a baunilha e a banana amassada, batendo após cada adição.
Retire a tigela da batedeira e peneire 1/3 da mistura de farinha por cima. Junte metade do buttermilk e misture com uma espátula para homogenizar. Junte mais 1/3 da farinha, o restante do buttermilk e por fim a última parte da farinha, misturando sempre.
Em uma tigelinha misture os mirtilos com a colher de farinha de trigo. Junte-os à massa e misture com delicadeza, para incorporá-los.
Passe a massa para a fôrma preparada e nivele a superfície com uma espátula.
Leve para assar por 55 ou 60 minutos, até que enfiando um palito fundo no bolo ele saia limpo.
Retire do forno, deixe esfriar na fôrma por 15 minutos e então desenforme o bolo sobre uma gradinha. Deixe esfriar completamente.
Na hora de servir, passe o bolo para um prato bonito e peneire açúcar de confeiteiro por cima.

*Para preparar seu buttermilk em casa há duas opções:
Você pode misturar 3/4 de xícara de leite integral em temperatura ambiente com 1 colher de sopa de limão e deixar descansar uns 15 minutos, até azedar. Ou você pode substituir a quantidade de buttermilk por metade iogurte natural, metade leite.


Pão doce caseiro... ou rosca simples

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Olás, tudo bem?
Apesar de ser filho de padeira e neto de avós que assaram seu próprio pão a vida inteira nas colônias das fazendas, não tenho intimidade com massa de pão. Ando praticando, mas ainda não reconheço de cara se a textura está certa, se já tem sova o suficiente, se já cresceu demais ou de menos. E se uso fermento biológico fresco, as dificuldades ficam ainda maiores. Enquanto umas aulas práticas com a minha mãe não acontecem [sempre falamos sobre isso, mas nunca dá tempo], vou praticando na tentativa e erro ou, quando estou realmente com vontade de comer um bom pão caseiro, vou direto nas [poucas] receitas que já domino: Brioche Francês se estou com tempo, ou esse pão caseiro clássico, receita de avó mesmo, se o que preciso é me sentir seguro, confortado, em casa.
A receita é simples, não tem muita pegadinha. É preciso sovar o pão, mas isso não é o fim do mundo, né? Encare como 15 minutos de academia... e certifique-se que sua mesa é firme [a minha quase desmontou quando sovei essa receita]. Claro que se você tiver uma batedeira planetária fica moleza. Fora isso, são necessários 2 crescimentos, um mínimo de habilidade para fazer as tranças [ou você pode enrolar como um pão mesmo, que não demanda habilidade alguma] e meia hora de forno. E pronto, é isso! Dois pães quentinhos que são suficientes para perfumar a casa toda por horas! Aqui em casa o aroma costuma durar mais que os pães, aliás!
Apesar do nome, esse pão doce não é tão doce assim - sim, ele é mais doce que salgado, mas vai bem tanto com manteiga quanto com geléia. Por aqui são conhecidos também como rosca simples.
Eu costumo conservar os meus pães empacotando em saquinhos plásticos assim que esfriam - dessa forma eles continuam macios por mais tempo. E caso você esqueça esse detalhe, é só passar manteiga e aquecer na chapa - voltam a ficar macios na hora!
Espero que gostem!


Pão Doce Caseiro {ou Rosca Simples}
[rende dois pães médios]

Ingredientes:
500g de farinha de trigo de boa qualidade;
8,5g de fermento biológico seco [pouco mais de 3/4 do pacotinho de 10g];
1/2 xícara de açúcar refinado;
1 colher de chá de sal;
1/2 xícara de leite integral [eu gosto de usar leite gordo, que é mais 'forte'] em temperatura ambiente;
3 ovos, em temperatura ambiente;
2 colheres de sopa de manteiga [ou 1 de manteiga e 1 de banha de porco, se preferir];
1/2 colher de chá de sementes de erva doce [opcional, mas acho que dá um toque muito especial].

Uma gema misturada com uma colher de água, para pincelar.

Preparo:
Na tigela da batedeira, usando o batedor tipo gancho, misture todos os ingredientes em velocidade baixa. Aumente para velocidade média e deixe bater por 8 ou 10 minutos, até que a massa fique lisa e bem elástica.
Caso você não tenha uma batedeira planetária, misture todos os ingredientes em uma tigela, passa a massa para uma superfície lisa e levemente enfarinhada e sove por uns 15 minutos.
Separe uma bolinha [do tamanho de uma bolinha de gude] pequena de massa e coloque em um copo com água fria. Reserve.
Coloque a massa dentro de uma tigela grande, levemente untada com óleo. Cubra com filme plástico e deixe crescer num local quente e sem vento [dentro do forno desligado ou no microondas é o lugar ideal].
Fique de olho no copo com a bolinha de massa: quando ela boiar é sinal de que o crescimento terminou. Aqui demora normalmente 1 hora e meia.
Unte e enfarinhe uma fôrma retangular grande. Reserve.
Retire a massa da tigela e passe para uma superfície limpa e levemente enfarinhada. Achate a massa com as mãos, para retirar todo o ar.
Divida a massa em duas metades. Trabalhe uma metade de casa vez [mantendo a outra parte coberta com filme plástico, enquanto trabalha].
Divida uma metade em 3 partes. Abra cada uma delas, formando três rolos de uns 30cm de comprimento, mais ou menos. 
Junte as pontas dos 3 rolos e aperte bem, para uni-las de um lado. Trance a massa sem apertar muito. No final, aperte bem as pontas juntas novamente, para fechar a trança. 
Faça o mesmo com a outra metade de massa.
Coloque as tranças na fôrma preparada, cobra com uma toalha limpa e deixe crescer novamente, por mais 1 hora.
Enquanto isso preaqueça o forno a 190 graus.
Pincele os pães com a mistura de gema e água e leve ao forno por pelo menos 30 minutos, até dourar bem. Se você bater nas laterais das tranças com o dedo deverá ouvir um som de oco, quando estiverem totalmente assadas.
Retire do forno e deixe esfriarem completamente, sobre uma gradinha.

Bolo de coco, o injustiçado

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Olás, tudo bem?
Num mundo dominado pelo paladar infantil, onde absolutamente tudo tem gosto de Nutella e leite ninho, o bolo de coco é o mais injustiçado. Eterno injustiçado, aliás, porque não é de hoje que esse pobre desse bolo é evitado sem dó: quem nunca, ao escolher seu bolo de aniversário, torceu o nariz para o coco e correu para o chocolate que atire a primeira pedra. 
Em casa sempre foi uma briga: meu irmão contra [time bolo de chocolate] e eu totalmente a favor do bendito coco. Não é a toa que meu favorito durante a infância era o delicioso Bolo Toalha Felpuda, um clássico brasileiro que certamente você conhece. E se conhece, talvez também ame ou odeie. E se não conhece, logo eu posto ele aqui.
Acho que grande parte desse desdém é causado pelo coco ralado de saquinho que a gente compra: seco, esturricado, parece miolo de painel de compensado, daqueles de fazer fundo de móveis. Serve no máximo para decoração, e olhe lá! Coco ralado fresco é outra coisa, incomparável. 
Leite do coco caseiro também é infinitamente mais gostoso! Eu, que as vezes sou bem preguiçoso, normalmente compro de garrafinha, de uma boa marca. Assim acabo também evitando a tentação de tomar puro, gelado! Serio, já provou? É muito bom!
O bolo de hoje não leva coco ralado [na verdade só um pouquinho na decoração, mas é totalmente dispensável ou altamente cambiável por umas lascas bonitas de coco fresco tostadas - que eu não tinha aqui]. É que coco ralado na massa acaba sempre formando uma casquinha dura na superfície, o que pode ser ótimo se você estiver fazendo bom-bocado, mas não funciona para esse tipo de receita. Todo o sabor de coco vem das quase duas xícaras de leite de coco que a receita pede. Não tem como ficar ruim, tem?
Espero que gostem!


Bolo de Coco [ou Coconut Bundt Cake]
[receita levemente adaptada daqui, rende um bolo de buraco no meio com 24cm de diâmetro e 8cm de altura]

Ingredientes para a massa:
3 xícaras de farinha de trigo;
1 colher de sopa de fermento em pó;
1/2 colher de chá de sal;
1 xícara de manteiga sem sal, em temperatura ambiente;
2 xícaras de açúcar;
2 ovos;
2 gemas;
2 colheres de sopa de extrato de coco - usei Malibu [rum + licor de coco];
2 colheres de chá de extrato de baunilha;
1 e 1/3 xícaras de leite de coco, de ótima qualidade.

Para a cobertura:
1 xícara de açúcar de confeiteiro;
1/2 colher de chá de extrato de coco [ou Malibu];
3 ou 4 colheres de sopa de leite de coco.

Coco ralado tostado, para decorar [opcional].

Prepare o bolo:
Preaqueça o forno a 180 graus.
Unte uma fôrma de buraco no meio [24cm de diâmetro e 8cm de altura, ou capacidade para 10 xícaras] com manteiga, polvilhe farinha por toda a superfície interna e bata bem, para descartar o excesso. Reserve.
Em uma tigela misture farinha de trigo, fermento e sal. Reserve.
Na batedeira bata a manteiga com o açúcar em velocidade média por uns 5 minutos, até conseguir um creme clarinho e fofo. Eu uso a batedeira planetária com o garfo tipo raquete.
Adicione os ovos e as gemas, um a um e batendo após cada adição. Não esqueça de raspar as laterais da tigela da batedeira com uma espátula.
Adicione o extrato de coco [ou o Malibu] e o extrato de baunilha, e misture bem.
Fora da batedeira, junte a mistura de farinha em três partes, alternando com o leite de coco em duas partes, misturando bem com uma espátula, sem bater.
Passe a massa para a fôrma preparada e alise a superfície, com uma espátula. 
Leve ao forno por 60 a 70 minutos [a receita original diz que 55 minutos são suficientes, mas aqui não foram, não]. Faça o teste do palito: enfiando fundo um palito de madeira no centro do bolo ele deverá sair limpo.
Retire o bolo do forno e deixe esfriar, ainda dentro da fôrma, por 15 minutos.
Desenforme o bolo com cuidado, sobre uma gradinha, e deixe esfriar.

Para a cobertura:
Em uma tigelinha coloque o açúcar de confeiteiro. Junte o extrato de coco e 2 colheres de sopa de leite de coco. Misture vigorosamente até virar um creme. Vá adicionando mais colheradas de leite de coco, só o necessário para conseguir uma textura cremosa, não muito líquida. 
Cubra o bolo ainda morno com essa cobertura e espalhe um bocadinho de coco ralado tostado, para decorar. 

Sobre uma torta de framboesas... à la mode

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Olás, tudo bem?
A receita de hoje é uma pequena obra-prima da humanidade, dividida basicamente em três partes fundamentais: 
Parte 1: A crosta.
Os americanos foram verdadeiros gênios ao transformar a refinada massa de torta européia [aquela que parece um biscoito amanteigado que desmancha na boca] em uma crosta tostada, crocante, sequinha e levemente folheada - os pedacinhos de manteiga gelada, que não são totalmente incorporados à farinha [o ideal é que permaneçam pedaços de manteiga do tamanho de feijões, no meio da massa], são responsáveis por isso. 
E como essa massa, coberta por um recheio de frutas que tende a ser bastante úmido, permanece assim crocante sem murchar, sem solar? O segredo é uma base [ pode ser uma pedra de forno ou uma placa de ferro fundido] que é preaquecida antes, sobre a gradinha do forno em sua posição mais baixa [isso contando, claro, que o calor do seu forno venha de baixo]. A torta deve ficar pelo menos 10 minutos no freezer, depois de montada [para a massa endurecer] e depois ser colocada diretamente sobre essa base quente, que deve permanecer no nível mais baixo da gradinha pelos primeiros 20 minutos de forno. Se você tiver uma boa frigideira de ferro fundido [a ideal é a sem esmalte, mas as vezes uso as esmaltadas porque, né, são tão bonitinhas!] pode montar a torta nela e dispensar a base quente - a frigideira se encarregará de deixar sua base completamente crocante e assada. 
O restante do tempo de forno a torta assa, ainda sobre a base, só que na altura média de apoio. Deve assar até o recheio borbulhar e a tampa ficar bem dourada mesmo. As vezes vejo fotos de tortas lindas no Instagram, mas com um dourado tão tímido na crosta! Certeza que não se mantém crocantes por muito tempo. As crostas bem douradas ficam mais crocantes, mais folheadas e o açúcar que é polvilhado por cima carameliza levemente, lembrando o sabor de Palmiers [aqueles biscoitos de massa folheada franceses, sabe?]. Delícia! Se seu forno tiver grill você pode ligá-lo, nos últimos 5 minutos, para ajudar no bronzeado da sua torta. Se as bordas começarem a dourar demais, basta cobrir com faixas de papel alumínio.
Parte 2: O recheio.
De todas as berries a framboesa é, acho que num consenso, a mais saborosa. E assim como o mirtilo, quando cozida seu sabor se desenvolve exponencialmente, não precisando de muitos coadjuvantes: framboesas, açúcar, amido e limão [que realça a acidez e colabora com pectina]. 
Framboesas são bem raras por aqui, eu sei, mas dá para usar as congeladas, mais comuns e mais baratas. Eu tenho sorte de ter um mercadinho de bairro aqui perto que busca seus hortifrúti diretamente no Ceagesp, então eles sempre trazem alguma berry.
Parte 3: O sorvete.
Não é frescura que o acompanhamento clássico de uma fatia de torta de frutas é uma bola de sorvete de creme - os americanos chamam a combinação de "pie à la mode". É casamento perfeito: quente com gelado, ácido com doce, agressivo com suave, tudo isso envolto em massa crocante. Dos deuses, né? Me enche a boca d'água descrever isso. E sem querer ser puxa-saco da framboesa, para mim ela combina ainda mais com sorvete de baunilha do que as outras frutas. Escolha um sorvete de ótima qualidade, afinal ele precisa ser digno de uma torta de framboesas caseira, certo?
Espero que gostem :)

PS: como não quis usar todas as minhas framboesas nessa receita, fiz uma torta menor. Para facilitar a medida das quantidades, a receita aqui é para uma torta tamanho normal, 23cm.


Torta de Framboesas
[receita adaptada do incrível The Four and Twenty Blackbirds Pie Book, rende uma torta de 23cm de diâmetro]

Para a massa:
2 e 1/2 xícaras de farinha de trigo;
1 colher de chá de sal;
2 colheres de sopa de açúcar;
220g de manteiga sem sal bem gelada, cortada em cubinhos;
1/2 xícara de água gelada;
1/8 de xícara de vinagre de cidra.

Para o recheio:
1 xícara de açúcar;
1/3 de xícara de amido de milho;
Raspas de 1 limão;
3 colher de sopa de suco de limão;
4 xícara de framboesas [frescas ou congeladas].

1 gema misturada com 2 colheres de sopa de leite, para pincelar;
Açúcar cristal ou demerara para polvilhar.

Sorvete de baunilha, para servir.

Prepare a massa:
Em uma tigela grande misture farinha, açúcar e sal. Adicione a manteiga bem gelada e amasse, usando as pontas dos dedos, até conseguir uma farofa úmida e grossa [os pedaços de manteiga devem ficar mais ou menos do tamanho de um feijão].
Em uma tigelinha misture a água gelada com o vinagre e vá adicionando colheradas à massa, duas por vez, amassando apenas o suficiente para dar liga. Normalmente são necessárias mais ou menos 5 colheres de água. Não trabalhe demais a massa, a ídeia é só conseguir formar uma bola com ela.
Divida a massa em duas partes, forme um disco com cada uma delas e embrulhe em filme plástico. Leve à geladeira por pelo menos 40 minutos.

Abrindo a massa de torta:
Retire um disco de massa da geladeira, descarte o plástico filme e coloque-o sobre uma superfície de bancada limpa e levemente enfarinhada. Dê uma batidas com o rolo sobre a massa, para amolecer e facilitar a abertura, e abra a massa com o rolo, também levemente enfarinhado, até conseguir um círculo de uns 27cm de diâmetro e mais ou menos 0.5cm de espessura.
Enrole a massa no rolo e desenrole sobre uma fõrma de tortas de 22cm de diametro. Aperte com cuidado para assentar a massa na fôrma. Reserve na geladeira.
Abra da mesma forma o segundo círculo de massa sobre a bancada levemente enfarinhada. Usando uma régua e uma faca afiada ou carretilha corte a massa em tiras - você pode variar na espessura e na quantidade de tiras - quanto mais tiras, mais fechado será o trançado sobre a torta. Passe com cuidado as tiras para uma fôrma coberta de papel manteiga e conserve também na geladeira, enquanto prepara o recheio.

Preparando o recheio:
Em uma tigela misture açúcar, amido e raspas de limão. Adicione as framboesas e o suco de limão e misture, até ficarem cobertas de açúcar. Não aperte para as framboesas não estourarem.

Montando a torta:
Ligue o forno em 220 graus, para preaquecer. Coloque a gradinha do forno na posição mais baixa e sobre uma uma pedra de forno ou uma placa de ferro fundido [não é obrigatório, mas ajuda muito, como contei acima]. Se você estiver, omo eu, usando uma assadeira de ferro ao invés de fôrma, não vai precisar dessa base.
Retire a fôrma preparada da geladeira e cubra a massa com o recheio. pincele toda a borda da massa com água.
Retire as tiras de massa da geladeira e monte um trançado sobre a torta - você pode trançar as tiras tradicionalmente ou apenas sobrepor as tiras, metade num sentido e metade no sentido perpendicular a esse. Pressione as pontas das tiras sobre as bordas, para colar.
Corte o excesso de tiras e bordas com uma tesoura.
Aperte as bordas, pressionando com um garfo ou com as pontas dos dedos, para dar acabamento.
Leve a torta para o freezer por 10 minutos.

Assando a torta:
Retire a torta do freezer e pincele toda a superfície com a mistura de gemas e leite. Espalhe açúcar cristal e leve a torta para o forno.
Deixe assar por 20 ou 25 minutos.
Abra o forno e passe a gradinha para o apoio do meio do forno, Abaixe o fogo para 190 graus e continue assando por mais 25 minutos, até que a torta fique bem dourada e o recheio borbulhe por entre o trançado.
Retire a torta do forno e deixe descansar por umas 2 horas sobre uma gradinha - esse tempo permite que os sucos do recheio fiquem mais gelatinosos e a crosta mais firme, facilitando o corte.
Sirva acompanhada se sorvete de creme.


French Silk Pie!

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Olás, tudo bem?
O nome dessa torta, Silk Pie ou French Silk Pie ["Torta Seda", traduzindo para o português], se refere à textura untuosa e delicada do recheio de chocolate que derrete na boca. E é realmente uma textura espetacular, diferente de qualquer creme ou mousse de chocolate que eu já tenha comido.
Fiz essa torta pela primeira vez faz muito tempo, e acabei nunca publicando a receita por conta do estigma que a receita carrega: ovos crus. 
É claro que por conta da relativa popularização de ovos pasteurizados, ovos crus deixam de ser um problema. A receita abaixo indica as medidas em gramas de gemas e claras para uso desses produtos pasteurizados, e eu realmente recomendo usá-los para evitar riscos.
O risco que se corre ao ingerir ovos crus é de contaminação por Salmonela, uma bactéria presente no intestino das aves que pode infectar os ovos através de rachaduras na casca ou, muito raramente durante sua formação [segundo a revista Superinteressante, uma em 2500 variações da bactéria consegue contaminar o ovo durante a formação]. 
Parece assustador, eu sei, mas o consumo de ovos crus é mais comum do que a gente imagina: as maioneses caseiras [ou "gourmet"], tão em voga, normalmente levam ovo cru. E quem nunca comeu um ovinho frito com gema mole? [a gema se solidifica a 60 graus Celsius, mas é preciso pelo menos 65 graus para matar a bactéria]. Sem falar em steak tartare, gemada, ovos moles [aqueles cozidos rapidamente, comidos no café da manhã] e nos fitness da vida que tomam um monte de ovo cru batido com sei lá o que.
Mas cá entre nós, eu raramente uso. Faço tortas para minha família apenas, me certifico de usar ovos bem frescos, sem rachaduras na casca e refrigerados. Evito servir essa torta para crianças ou muito idosos, ela é mantida o tempo todo na geladeira e consumida no mesmo dia. Nunca tivemos problemas.
Ficou na dúvida? Use ovos pasteurizados [são vendidos claras e gemas separadas, em embalagem longa vida] e não se prive do prazer de provar uma bela fatia de Silk Pie! 
Espero que gostem :)


French Silk Pie

Ingredientes para a massa:
1 e 1/4 xícaras de farinha de trigo;
1/2 colher de chá de sal;
1 colher de sopa de açúcar;
115g de manteiga gelada sem sal, cortada em cubinhos;
1/2 xícara de água bem gelada misturada com 1 colher de sopa de vinagre de maçã ou cidra.

Ingredientes para o recheio:
150g de chocolate amargo de boa qualidade em barra, picadinho [usei 56% cacau];
1 xícara [200g] de manteiga com sal, em temperatura ambiente;
1 xícara de açúcar refinado [a receita original pede 1 e 1/2 xícaras, mas reduzi porque gosto menos doce];
1/4 da colher de chá de pó para café instantâneo [opcional];
1 colher de chá de extrato de baunilha;
3 ou 4 ovos frescos [para ovos pasteurizados, considere  40g por cada clara mais 20g por cada gema].

Para a cobertura de chantilly:
1 e 1/2 xícaras de creme de leite fresco, bem gelado;
3 colheres de sopa de açúcar.

Prepare a massa:
Em uma tigela misture a farinha, o sal e o açúcar. Adicione a manteiga gelada e amasse com as pontas dos dedos até formar uma farofa grossa e úmida. Junte colheradas da água gelada misturada com vinagre - 2 colheradas por vez - amassando apenas o suficiente para dar liga à massa. Normalmente 4 colheradas são suficientes.
Forme um disco com a massa, embrulhe em filme plástico e leve à geladeira por meia hora.
Retire a massa da geladeira e coloque-a sobre uma bancada limpa e levemente enfarinhada. Bata com um rolo de abrir sobre a massa, para torná-la mais maleável. Abra a massa até conseguir um disco de mais ou menos 28cm de diâmetro. Enrole cuidadosamente a massa no rolo e desenrole sobre uma fôrma de tortas de 23cm de diâmetro. Corte o excesso nas bordas e pressione, com um garfo ou com as pontas dos dedos, para dar acabamento. Fure toda a massa com um garfo. Leve para o freezer por 10 minutos.
Ligue o forno a 210 graus. Coloque a gradinha do forno na posição mais baixa. Se você tiver, coloque uma pedra de forno ou assadeira de ferro para preaquecer junto.
Retire a massa do freezer, cubra com uma folha de papel manteiga e preencha a cavidade com feijões crus, para dar peso e a massa não crescer. 
Asse por 20 minutos. Suba a gradinha para o apoio do meio do forno, abaixe a temperatura para 190 graus. Descarte os feijões e o papel manteiga e asse a massa por mais 8 ou 10 minutos, até secar e dourar bem.
Retire do forno e deixe esfriar completamente, sobre uma gradinha.

Prepare o recheio:
No microondas ou em banho-maria, derreta o chocolate picadinho. Deixe esfriar por 10 minutos.
Na batedeira [se a sua for planetária use o garfo tipo raquete] em velocidade médio alta, bata a manteiga, o açúcar por uns 5 minutos, até formar um creme claro e fofo. Sem desligar a batedeira, vá adicionando o chocolate derretido num fio. Junte também o pó de café instantâneo e a baunilha. Você vai ter um creme leve, cor de chocolate e ainda granulado, pois o açúcar ainda não está totalmente dissolvido.
É hora dos ovos: você pode usar 3 ovos, para uma textura mais densa, ou 4 ovos para uma textura mais fofa - eu usei 3 ovos. Adicione um ovo por vez, batendo em velocidade médio alta por 5 minutos após cada adição. Lembre-se de raspar as laterais da tigela com uma espátula.
Recheie a massa já assada e fria com esse creme. Reserve na geladeira por duas horas - nesse tempo o creme vai firmar e quaisquer grânulos de açúcar que não tenham se dissolvido completamente vão sumir.

Na hora de servir, bata o chantilly:
Na batedeira com o garfo tipo fouet bata o creme de leite fresco bem gelado até conseguir picos moles. Adicione as colheradas de açúcar e bata para incorporar. Não bata demais, o creme deve ser leve e formar picos médios.
Com uma espátula ou usando o bico de confeiteiro [para dar um resultado mais bonito] espalhe o chantilly sobre a torta gelada.
Sirva.
Conserve o restante na geladeira. Deve ser consumida no mesmo dia.

Bolo de abóbora, sour cream e especiarias

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Olás, tudo bem?
Tenho uma história engraçada sobre abóboras: sempre comi abóbora normalmente, seja em pratos salgados [tipo com carne seca, quem nunca?] ou doce, molinho, de abóbora com coco, ou ainda meu preferido: doce de abóbora cristalizado, daquele que vai cal virgem. 
Acontece que um dia comprei uma abóbora e um pouco de bacon para fazer um risotto que tinha visto em algum programa de TV. Fui para a cozinha e não sei se foi o cheiro do bacon fritando ou se foi a mistura do doce da abóbora com o pungente do refogado de alho e cebola, só sei que quando o risotto ficou pronto eu já estava enjoado. Patologicamente enjoado, digamos. Nem experimentei. E não pude nem pensar em abóbora por anos, sério mesmo. Minha amiga, que presenciou tudo [e que herdou o risotto intocado] ri disso até hoje.
Não parece, mas eu tenho o estômago de uma grávida. Sou muito sensível a cheiro de fritura, de queijo derretido ou de refogado, mesmo adorando alho e torresmo. Minha mãe diz que isso é coisa da vesícula, mas nunca fui atrás de descobrir.
Enfim, depois de uns dois anos longe das abóboras, o negócio passou e eu pude voltar a comer o tal legume. Pelo menos em sobremesas. 
Estou contando isso porque sábado passado meu pai, que é um monstro devorador de doce de abóbora e também um preguiçoso de mão cheia, comprou uma baita de uma abóbora mas desistiu de fazer doce: "Leva pra sua avó, veja se ela quer". 
Peguei a abóbora para mim, e fiz um bom tanto de purê: cortei em fatias grossas, com casca e tudo, descartei as sementes, espalhei as fatias em uma assadeira grande e foram para o forno, 180 graus, por pouco mais de uma hora até que, enfiando um garfo, sentisse a polpa macia. Retirei a polpa da casca com uma colher, passei no processador e deixei escorrei uma noite na geladeira, em uma peneira grande forrada de filtros de papel [daqueles de coar café]. No domingo cedo reservei uma parte para fazer um bolo e o restante foi para o freezer.
E hoje, honrando o São João, preparei meu primeiro bolo de abóbora da vida! Que ficou mega macio, molhadinho e bem amarelinho, puxando para o dourado. Para mim o sabor que a abóbora dá lembra bastante o de bolo de cenoura. O "recheio", que é uma farofinha de especiarias, não apareceu tanto visualmente, depois do bolo assado, mas é presente com seu toque temperado a cada mordida. E a cobertura é de cream cheese com suco de laranja. Sim, abóbora e laranja, uma combinação que eu jamais teria pensado [a menos que o quesito fosse cores]mas que parece ser bem comum nos Estados Unidos.
Espero que gostem!


Bolo de Abóbora, Sour Cream e Especiarias
[receita retirada daqui, rende um bolo de buraco no meio de 25cm de diâmetro e 8cm de altura]

Ingredientes para a farofinha de recheio:
1/2 xícara de açúcar mascavo;
1 colher de chá de canela em pó;
1 pitada de cravo em pó. 
1 pitada de noz moscada ralada;
1 pitada de gengibre em pó;
2 colheres de chá de manteiga sem sal.

Ingredientes para a massa:
3 xícaras de farinha de trigo;
1 colher de chá de canela em pó;
2 colheres de sopa de bicarbonato de sódio;
1 colher de chá de sal;
2 xícaras de açúcar;
1 xícara [200g] de manteiga sem sal em temperatura ambiente;
4 ovos;
1 xícara de purê de abóbora [no texto acima eu ensino como fazer o purê];
1 xícara de sour cream*;
1 colher de chá de extrato de baunilha.

Ingredientes para a cobertura:
90g de cream cheese em temperatura ambiente;
1/4 de xícara de suco de laranja;
1 e 1/2 xícaras de açúcar impalpável.

Prepare a farofinha:
Em uma tigelinha coloque todos os ingredientes e amasse com as pontas dos dedos só até formar uma farofinha com textura de areia molhada. Reserve.

Prepare o bolo:
Preaqueça o forno a 170 graus.
Unte uma fôrma de buraco no meio de 25cm de diâmetro e 8cm de altura com manteiga. Polvilhe farinha de trigo, espalhe bem e bata para tirar o excesso. Reserve.
Em uma tigela misture a farinha, a canela, o bicarbonato e o sal. Reserve.
Na batedeira [se a sua for planetária use o garfo tipo raquete] bata a manteiga com o açúcar em velocidade média até conseguir um creme fofo e claro. Adicione os ovos, um por vez, batendo após cada adição. Junte a abóbora, o sour cream* e a baunilha e bata rapidamente para misturar.  Desligue a batedeira.
Adicione a mistura de farinha aos poucos, mexendo com uma espátula grande, até ficar homogêneo.
Espalhe metade da massa na fôrma preparada. Com a ponta de uma colher faça um "caminho" mais fundo no meio da massa, seguindo o formato da fôrma. Espalhe a farofinha nesse "caminho", evitando que entre em contato com as bordas da fôrma. Espalhe o restante da massa por cima.
Leve ao forno por 60 minutos, até que enfiando um palito de madeira no meio do bolo ele saia limpo.
Deixe esfriar por meia hora dentro da fôrma, sobre uma gradinha. Desenforme e deixe terminar de esfriar sobre a gradinha.

Para a cobertura:
Em uma tigelinha bata o cream cheese com o fouet até ficar cremoso. Junte os outros ingredientes e continue batendo até conseguir um creme grosso, liso e brilhante.
Espalhe sobre o bolo ainda morninho e deixe esfriar completamente.

*Para fazer Sour Cream caseiro: aqueça levemente uma xícara de creme de leite fresco, só para quebrar o gelo. Adicione 1 colher de chá de suco de limão, misture e deixe descansar em temperatura ambiente por 2 horas.

Bolo Bundt de Pecãs e especiarias com Cobertura de Caramelo

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Olás, tudo bem?
Desde que li aquele livro "Julie & Julia" fiquei curioso para testar a receita de Spiced Pecan Cake do chef Paul Prudhomme, que é citada na história. O chef Paul Prudhomme, um popular cozinheiro americano de New Orleans, tinha fortes influências sulistas, creole e cajun na sua culinária, e eu adoro essa parte da cozinha norte-americana! E claro, eu amo pecãs!
O problema é que a receita é um exagero atrás do outro! Imagina só: leva 4,5 xícaras de pecãs [e deus sabe que essas danadinhas não são nada baratas!], mais de 300g de manteiga, 8 gemas só na cobertura! Sem contar o trabalhão que é preparar bolo confeitado de 3 camadas e cobertura buttercream, né? Mesmo eu, que adoro uma receita cheia de etapas e ingredientes, "arreguei". Pelo menos por enquanto - vou aguardar uma oportunidade realmente festiva para prepará-lo, me aguardem!
Para remediar a situação, resolvi simplificar e aproveitar as pecãs que eu tinha e preparar a versão Bundt [ou "buraco no meio"] do Bolo de Pecãs, e trocar a complicada cobertura do chef Prudhomme por um glacé de caramelo que também vai muito bem com pecãs. Ainda mais com essas, tostadas com açúcar e especiarias.
Aliás, essas pecãs merecem um parágrafo à parte. Sabe quando você está andando pelo shopping e de repente é invadido por aquele aroma forte, doce, temperado e hipnotizante que indica que você está passando perto de um quiosque de castanhas açucaradas? Então, gente, é a mesma coisa, só que na sua cozinha! Na sua casa toda, né, porque o cheiro se espalha por tudo e permanece por horas! É tipo o cheiro do céu. Mesmo!
Segui a receita do chef Prudhomme para as pecãs, mas diminuí um bocadinho a temperatura e o tempo de forno - as pecãs tostam rápido, e é preciso ficar de olho para não passarem do ponto. Depois de prontas tive que me segurar com todas as forças para não comer tudo, puro mesmo, tipo petisco. Sério, é bom demais!
O bolo pegou todo o perfume das pecãs mais a baunilha e o bourbon, ficou macio, úmido e cheio de pontos crocantes. Ficou dourado como a cobertura de caramelo que escorre lindamente, feito bolo de comercial de TV.
Sem dúvida é um dos melhores Bundts que já fiz!
Espero que gostem!


Bolo Bundt de pecãs & especiarias com cobertura de caramelo
[receita adaptada daqui, daqui e daqui, rende um bolo de 25cm de diâmetro e 8cm de altura]

Ingredientes para as pecãs tostadas com especiarias:
2 xícaras de nozes pecã, grosseiramente picadas;
1/4 de xícara de açúcar mascavo;
1 colher de sopa de canela em pó;
3/4 colher de chá de noz moscada ralada na hora;
4 colheres de sopa [60g] de manteiga sem sal;
2 colheres de chá de extrato de baunilha.

Ingredientes para o bolo:
3 xícaras de farinha de trigo;
1 colher de chá de fermento em pó;
1/2 colher de chá de sal;
1 xícara [200g] de manteiga sem sal, em temperatura ambiente;
3/4 de xícara de açúcar mascavo claro;
1 xícara de açúcar refinado;
4 ovos;
2 colheres de sopa de bourbon [opcional, pode ser rum também];
1 colher de chá de extrato de baunilha;
1 xícara de leite;
2 xícaras das pecãs tostadas com especiarias.

Ingredientes para a cobertura de caramelo:
1/4 de xícara de açúcar mascavo claro;
1/4 de xícara de açúcar refinado;
1/4 de xícara de manteiga sem sal;
1 pitada de sal;
1/4 de xícara de creme de leite fresco;
1 e 1/4 xícaras de açúcar impalpável;
1/2 colher de chá de extrato de baunilha.

Pecãs tostadas inteiras, para decorar.

Prepare as pecãs tostadas com especiarias:
Preaqueça o forno a 200 graus.
Espalhe as pecãs picadas grosseiramente em uma fôrma retangular e leve ao forno por cerca de 5 minutos, misturando bem na metade do tempo.
Em uma tigela misture o açúcar, a canela, a noz moscada, a manteiga e a baunilha. Derrame sobre as pecãs e misture bem. Deixe assar por mais 5 minutos, misturando na metade do tempo. Fique de olho para que não dourem demais. 
Retire do forno e passe as pecãs para uma fôrma fria, para esfriar. 
Deixe esfriar completamente antes de usar.

Prepare o bolo:
Preaqueça o forno a 170 graus.
Unte com manteiga uma fôrma de bolo de buraco no meio de 25cm de diâmetro e 8cm de altura. Polvilhe farinha de trigo, espalhe bem e bata para descartar o excesso. Reserve.
Em uma tigela peneire juntos a farinha, o fermento e o sal. Reserve.
Na batedeira [se sua batedeira for planetária use o garfo tipo raquete] bata em velocidade média a manteiga com os açúcares por cerca de 5 minutos, até conseguir um creme fofo.
Adicione os ovos, um a um, batendo após cada adição.
Adicione o bourbon e a baunilha e bata para incorporar.
Desligue a batedeira. Junte a mistura de farinha em 3 partes, alternando com o leite em duas partes, e misturando bem, sem bater, com uma espátula grande.
Junte as pecãs tostadas com especiarias e misture bem.
Passe a massa para a fôrma preparada.
Leve ao forno por 60 minutos, até que enfiando um palito de madeira no centro do bolo ele saia seco. 
Retire do forno e deixe o bolo esfriar por 30 minutos ainda na fôrma.
Desenforme o bolo sobre uma gradinha.

Enquanto o bolo assa, prepare a cobertura:
Em uma panela de fundo grosso leve os açúcares, a manteiga e o sal ao fogo médio, mexendo sempre até derreter tudo e começar a ferver. Retire do fogo e adicione o creme de leite fresco, misturando com cuidado. Volte ao fogo, misturando sempre, apenas para o caramelo ficar homogêneo. Retire do fogo e passe para uma tigela média.
Junte o açúcar de confeiteiro e a baunilha e misture bem, com um fouet ou espátula, até a mistura ficar lisa e brilhante.
Espalhe a cobertura sobre o bolo ainda morno. Decore com as pecãs e deixe esfriar completamente.


Hand Pies de Maçã e especiarias

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Olás, tudo bem?
Quem nunca viu aqueles filmes americanos [e não só americanos, a moda se espalhou pelo mundo!] em que uma pessoa larga o trabalho chato, abre uma lojinha simples e bonitinha [no sentido mais "hipsteriano" dos termos] e se dá bem fazendo, por exemplo, alguma herança culinária de família para vender?
E quem nunca teve vontade de fazer exatamente isso? Para mim, esse monte de food trucks, de gente fazendo faculdade de gastronomia, de lojinha descolada [onde o que menos importa na verdade é o sabor] é tudo fruto disso. Não só fruto do cinema mas dos livros, séries, das comunicações em massa todas e, óbvio, das redes sociais que nos mostram esses mundos ideais, orgânicos, fofos, cheios de filtros de cores, cheio de life style, e claro, totalmente fakes.
O que a gente não vê por trás de toda essa maquiagem carregada é que dá trabalho produzir comida. Cansa, dói as costas, queima os dedos, estoura os ligamentos dos joelhos, deixa olheiras. As mãos cheiram a alho e os cabelos [sempre amassados pela touca] a fritura. É trabalho mecânico, físico, de repetição.
Soei sombrio? Desculpe, mas explico: é uma auto-acusação. Várias vezes já tive esses sonhos da lojinha de tortas do mundo cor-de-rosa, com fatias servidas quente com sorvete de creme de baunilha. Mas poucas vezes me juntei a alguém que encara a cozinha como profissão para realmente produzir comida em quantidade, com velocidade, padronização e sem erros. Semana passada tive essa experiência e levei um susto.
Mesmo susto deve ser a causa dessas lojinhas descoladas ou food trucks moderninhos fecharem antes de completarem dois anos, segundo uma reportagem que vi no Pequenas Empresas Grandes Negócios. Sem falar de outras questões: produtividade/ lucro, público-alvo, etc.
Mas não é só auto-acusação, é também uma reflexão geral: o quanto nos deixamos enganar por essa "cenografia culinária" feita de modismos? Recentemente uns amigos entendidos de comer bem [em tempo: seriamos nós todos pseudo-gourmands?] elogiaram muito o creme chantilly de uma sobremesa que fiz. Ah, nada como creme de leite fresco de verdade! E era "chantilly" de caixinha, porque não achei creme de leite fresco nem pra remédio. Sem contar o caso daquela fábrica de chocolates de Nova York, cujos produtos em embalagens lindas, totalmente orgânicos e mega artesanais [os donos alegavam moer eles mesmo as sementes de cacau que vinham dos trópicos mais paradisíacos possíveis] não passavam de barra de chocolate comum derretida e remodelada. Dá o que pensar, né?
Dá. E eu, como blogueiro de comida, mesmo que pequeno nesse mundo de blogs, não consigo evitar de questionar: mea culpa?

Ufa. Agora pausa na terapia e vamos para a receita de hoje.
Hand Pies ou Turnovers são como os americanos chamam essas versões individuais, em formato de triângulo ou meia-lua, das clássicas tortas americanas. Como uma boa torta de frutas, as Hand Pies conservam a massa flocada, crocante, quase folheada, com superfície caramelizada e dourada [com sabor de biscoito Palmier]. O recheio também é muito semelhante ao das tortas tradicionais, mas como nesse caso o tempo de forno é reduzido, as frutas precisam ser levemente cozidas antes de irem para dentro da massa. Dá para fazer com quase qualquer fruta [acertando o açúcar e amido conforme a fruta escolhida] e até com geléias prontas [fiz algumas de geléia de morango com queijo - adoro!]. Eu, que particularmente adoro massa da torta, gosto muito dessa opção de tamanho que diminui um pouco a proporção de recheio/massa!
Fiz cerca de 80 dessa tortinhas para um jantar, semana passada. Foram servidas acompanhadas de mini jarrinhas de calda de caramelo quente [por conta do caramelo, diminuí um pouquinho do açúcar no recheio, mas aqui as medidas são as originais, ok?]  e acho que fizeram sucesso, viu? #ficadica
Ah, uma dica: eu faço a maioria das minha massas de torta com uma mistura de manteiga e gordura vegetal. Se você não gosta de gordura vegetal, pode trocar a mesma quantidade por [mais] manteiga, sem problemas.
Espero que gostem!


Hand Pies de Maçãs e especiarias
[receita adaptada daqui, daqui e daqui]

Para a massa:
360g de farinha de trigo;
1 colher de chá de sal;
2 colheres de sopa de açúcar refinado;
120g de manteiga sem sal bem gelada, cortada em cubinhos;
120g de gordura vegetal bem gelada, cortada em cubinhos;
120g de água bem gelada;
1 colher de sopa de vinagre de maçã.

1 clara misturada a 2 colheres de sopa de água, para fechar as tortinhas.
1 gema misturada a 2 colheres de sopa de água, para pincelar as tortinhas.
Açúcar demerara ou cristal, para polvilhar.

Para o recheio:
5 maçãs [gosto da verde ou da Fuji maior] descascadas, sem caroço e picadas em cubinhos de menos de 1cm;
Suco de 1 limão;
2 colheres de sopa [30g] de manteiga sem sal;
3/4 de xícara de açúcar mascavo claro;
1 colher de sopa rasa de amido de milho;
1/2 colher de chá de gengibre em pó;
1/2 colher de chá de noz moscada ralada na hora;
1/4 de colher de chá de cravo em pó;
1/2 colher de sopa de canela em pó;
1 colher de chá de extrato de baunilha.

Prepare a massa [eu normalmente faço a massa e reservo na geladeira enquanto preparo o recheio e enquanto ele esfria completamente]:
Em uma tigela grande misture a farinha, o sal e o açúcar. Junte a manteiga e a gordura vegetal bem geladas e amasse, usando as pontas dos dedos, até formar uma farofa grossa e úmida. 
Misture o vinagre à água gelada e adicione à massa, aos poucos, amassando rápido, apenas o suficiente para conseguir formar uma bola de massa. Forme um disco com a massa, envolva em filme plástico e reserve na geladeira por pelo menos uma hora.
Dá para fazer a massa no processador, se preferir, sempre usando o botão "pulsar" para não bater demais.

Prepare o recheio:
Em uma tigela grande misture as maçãs picadas com o suco de limão. 
Em uma panela derreta a manteiga. Junte o açúcar, as maçãs, o amido e as especiarias e misture bem. Cozinhe, mexendo, por 5 a 7 minutos, até ativar o amido e as maçãs estiverem levemente firmes. Você vai perceber que o amido foi ativado quando o caldo que envolve as maçãs ficar mais grosso e brilhante.
Espalhe o recheio em um prato grande ou assadeira, para esfriar mais rápido.
Deixe esfriar completamente antes de usar.

Na hora de montar:
Você pode dar o formato que preferir às suas tortinhas: eu medi as minhas com uma régua e cortei quadrados de 11cm com faca afiada, mas você pode cortar círculos com um aro de uns 12 ou 14cm e dobrá-los ao meio, formando meia-luas. Não gosto de tortinhas menores que essa isso porque o equilíbrio entre recheio e massa se perde.

Sobre uma superfície limpa, lisa e enfarinhada, coloque a massa gelada. Dê umas batidas em toda a superfície da massa com o rolo - isso dá mais maleabilidade à massa gelada e facilita na hora de abrir.
Polvilhe um pouquinho de farinha sobre a massa e abra com o rolo, com cuidado, até conseguir um retângulo de mais ou menos 50x30cm, e com espessura de meio centímetro. 
Com uma régua e uma faca afiada corte quadrados de 11x11cm. Abra o que sobrar da massa novamente e corte mais quadrados. Eu consegui 11 quadrados com essa quantidade de massa.
Coloque uma colher de sopa do recheio já totalmente frio no centro de um quadrado de massa. Pincele as bordas todas com a mistura de claras e dobre duas pontas opostas, apertando nas bordas para fechar bem, formando um triângulo. Pressione toda a borda com as pontas de um garfo, para dar acabamento. Coloque a tortinha em uma assadeira grande, forrada de papel manteiga, e faça dois ou três cortes com a faca afiada sobre a tortinha, para o vapor escapar.
Faça o mesmo com todos os quadrados de massa. 
Leve a assadeira com as tortinhas para o freezer por uns 15 minutos [o suficiente para que a massa endureça], enquanto preaquece o forno.

Preaqueça o forno a 220 graus.
Retire a assadeira com as tortinhas do freezer, pincele as tortas rapidamente com a mistura de gemas e polvilhe com o açúcar cristal ou demerara.
Asse as tortinhas por 25 minutos até que fiquem bem douradas. Caso seu forno tenha grill/ dourador, ligue nos últimos 5 minutos de tempo de forno.
Deixe as tortinhas esfriarem por 10 minutos ainda na assadeira, então retire-as com cuidado e deixe esfriar sobre uma gradinha. Sirva as tortinhas quentes, mornas ou frias.

PS: você pode congelar as tortinhas cruas por meses! É só deixá-las firmar na assadeira e depois guardar naqueles sacos próprios para congelamento.

Bolo {Bundt} no estilo Donut com Geléia de Morango

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Olás, tudo bem?
Eu tenho uma resistência muito grande em relação a novas redes sociais. Não é nem uma questão de propriamente não saber mexer, é mais de não conseguir dar conta de ter várias e mantê-las todas atualizadas ao mesmo tempo.
Eu demorei bastante para abrir uma página d'A Cozinha Coletiva no Facebook, e depois que isso aconteceu, praticamente nunca mais entrei na página do Twitter do blog [a página hoje em dia é atualizada através daquele mecanismo que transforma postagens do Facebook em tweets]. Instagram então demorei horrores para usar! Lembro de ter ido a um evento e lá tinha aquelas plaquinhas indicando a hashtag a ser usada e eu não fazia a menor idéia de pra que servia aquilo! Sério mesmo. Snapchat eu nem nunca usei nem nunca vi, e nem pretendo [aliás, fiquei sabendo que já meio que acabou, né?] e a moça do Pinterest vive me mandando mails para eu melhorar minhas pastas lá e eu nunca tenho tempo. 
Instagram hoje em dia é minha preferida. Porém não gosto de fotografar com o celular, então acabo transferindo fotos da câmera para o PC e do PC para o celular, o que imagino que vá um pouco contra a idéia de tempo real do aplicativo, né? Mas me garante fotos bonitas. Sim, nisso sou velho, mesmo com um celular com uma câmera relativamente boa, eu não me acostumo a usar! Nada como o peso de uma câmera nas mãos.
Esses dias descobri as tais das "stories" do Instagram. Achei bacana mas, sinceramente, meu dia a dia não é tão interessante assim, até porque eu trabalho o dia todo e vou para a cozinha uma ou duas vezes na semana, só. E tem a questão do tempo, também: por exemplo, semana passada fiz algumas stories enquanto preparava um bolo, dizendo que a receita completa iria para o blog. Acontece que não tive tempo de escrever o post da receita essa semana então ele [que é esse que você está lendo agora] só vai ao ar mais de uma semana depois das tais stories terem desaparecido do Instagram - o que não faz sentido nenhum se a idéia é atrair visitas ao blog, né? Hahaha. Acho que publicidade não é o meu forte.
Então para quem viu as stories sobre esse bolo [e para quem não viu também, claro] agora sim vai a receita! É um bolo amanteigado simples, aromatizado com baunilha e com um pouquinho de raspas de casca de laranja, que por conta de receber um recheio de geléia de morango [clique aqui para a receita da geléia caseira] e um banho de manteiga derretida e açúcar com canela, é chamado de Bolo Donut. 
Não é um Donut, claro. Mas é tão delicioso quanto! E em tamanho família, o que é ótimo, vamos combinar! :)
Espero que gostem!


Bolo {Bundt} no estilo Donut com Geléia de Morango
[receita adaptada daqui e daqui, rende um bolo de 23cm de diâmetro e 8cm de altura]

Ingredientes para a massa:
200g de manteiga sem sal, em temperatura ambiente;
1 e 1/2 xícaras de açúcar refinado;
Raspas da casca de 1/2 laranja;
6 ovos, em temperatura ambiente;
2 e 1/4 colheres de chá de fermento em pó;
1 e 1/2 colheres de chá de sal;
3 xícaras de farinha de trigo;
1 colher de sopa de extrato de baunilha;
3/4 de xícara de leite.

1/2 xícara de geléia de morangos, para o recheio.

Ingredientes para a cobertura:
75g de manteiga sem sal, derretida;
1/2 xícara de açúcar;
1 colher de chá de canela em pó.

Prepare a massa:
Unte com manteiga uma fôrma de buraco no meio de 24cm de diâmetro e 8cm de altura. Polvilhe com farinha, espalhe bem e bata para descartar o excesso. Reserve.
Na batedeira em velocidade média, bata a manteiga com o açúcar e as raspas de laranja por uns 3 minutos, até conseguir um creme leve e fofo. Não esqueça de raspar as laterais da tigela de vez em quando.
Adicione os ovos, um a um, batendo após cada adição.
A mistura vai parecer meio talhada, mas é assim mesmo.
Em outra tigela misture a farinha, o fermento e o sal. Reserve.
Em uma tigelinha misture o leite e o extrato de baunilha. Reserve.
Com a batedeira em velocidade baixa, junte a mistura de farinha em três adições, intercalando com o leite, em duas adições. Bata apenas o suficiente para a massa ficar homogênea, sem exageros.
Passe 2/3 da massa para a fôrma preparada. Com uma colher de sopa, abra uma "depressão" por toda a massa, para garantir que o recheio de geléia não toque nas laterais da fôrma. Espalhe a geléia de morango nesse "caminho" e cubra delicadamente com o restante da massa.
Leve para assar por cerca de 55 - 60 minutos, ou até que enfiando um palito de madeira no centro do bolo, ele saia limpo.
Deixe o bolo esfriar por 15 minutos dentro da fôrma.
Desenforme com cuidado sobre uma gradinha.

Para pincelar e polvilhar a cobertura:
Em uma tigelinha misture o açúcar e a canela.
Pincele o bolo generosamente com a manteiga derretida. Polvilhe o açúcar com canela sobre o bolo, inclusive nas laterais.


Bolo {Bundt} Clássico de Laranja

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Olás, tudo bem?
Quem acompanha o blog há algum tempo sabe da minha paixão por tortas americanas, né? Afinal, não é por nada que tem mais de 100 receitas de tortas postadas aqui. Mas ultimamente tenho trabalhado demais, e além do tempo livre para cozinhar ter se reduzido consideravelmente por conta disso, ainda ando com uma preguicinha danada de fazer receitas com muitas etapas, tipo a maioria das receitas de tortas, né?
Da somatória desses fatores [pouco tempo e [muita] preguiça] com a questão de gostar de sobremesas tradicionais, elegantes e com um toque vovozinha, surgiu uma paixão coadjuvante, os Bundt Cakes.
Como eu já disse aqui [já tem mais de 10 receitas diferentes por aqui, fica a dica], Bundt Cakes são bolos amanteigados, descendentes dos Pound Cakes [o nosso velho bolo inglês], assados em fôrmas grandes de buraco no meio.
Fôrmas decoradas, tradicionalmente. Fôrmas lindíssimas, uma mais bonita que a outra. Fôrmas completamente viciantes. Fôrmas que eu preciso urgentemente parar de comprar. hahaha
[pula essa parte, dá para assar em fôrma de buraco no meio comum mesmo]
Ai, ai.
A receita de hoje é do time 'simplinha, mas honesta': Bolo de Laranja classicão. Se essa receita fosse da Nigella certamente ela ia chamar de "Bolo Triplamente Laranja", porque a massa leva suco e raspas de laranja, o bolo é embebido em calda de laranja e ainda é coberto com glacé de laranja. É pra acertar sempre. Pra ninguém botar defeito. É o pretinho básico dos bolos, só que laranja. Não dizem que "orange is the new black"? hahaha.
Ok, acabei de comer um chocolate e esse ataque de palhacito deve ser por conta disso.
O importante é: esse bolo é delicioso! Dá para notar só de ler a receita, acredite.
Espero que gostem :)


Bolo {Bundt} Clássico de Laranja
[receita adaptada daqui e daqui, rende um bolo de 25cm de diâmetro e 8cm de altura]

Ingredientes para o bolo:
200g de manteiga sem sal, em temperatura ambiente;
1 e 3/4 xícaras de açúcar;
Raspas da casca de 2 laranjas;
4 ovos;
1 colher de chá de sal;
2 colheres de chá de fermento em pó;
3 xícaras de farinha de trigo;
1/2 colher de chá de extrato de baunilha;
3/4 de xícara de leite;
1/4 de xícara de suco de laranja.

Ingredientes para a calda:
1/2 xícara de suco de laranja;
1/2 xícara de açúcar.

Ingredientes para o glacé:
1 xícara de açúcar impalpável ou de confeiteiro;
3 ou 4 colheres de sopa de suco de laranja.

Prepare o bolo:
Unte uma fôrma de buraco no meio de 24cm de diâmetro por 8cm de altura [capacidade para 10 xícaras] com manteiga. Polvilhe farinha, bata para espalhar bem e descarte o excesso. Reserve.
Preaqueça o forno a 170 graus.
Na batedeira [se a sua for planetária use o garfo tipo raquete] em velocidade médio-alta bata a manteiga , o açúcar e as raspas de laranja por uns 4 minutos, até formar um creme claro, fofo e leve. 
Junte os ovos, um a um, batendo após cada adição.
Em uma tigelinha misture a farinha com o sal e o fermento. Reserve.
Em outra tigelinha misture o leite com a baunilha e o suco de laranja. Reserve.
Com a batedeira em velocidade média junte a mistura de farinha em três adições, alternadas com o leite em duas partes.
Passe a massa para a fôrma preparada e nivele a superfície com uma espátula.
Asse por 55 a 60 minutos, ou até que enfiando um palito de madeira no centro do bolo, ele saia limpo.
Retire do forno e deixe esfriar dentro da fôrma por 15 minutos.

Enquanto o bolo assa, prepare a calda:
Em uma panelinha junte o suco e o açúcar e leve ao fogo, mexendo de vez em quando até o açúcar se dissolver completamente. Quando começar a ferver abaixe o fogo [para a calda não esparramar] e cozinhe sem mexer por 3 minutos. Apague o fogo e reserve.

Enquanto o bolo assa prepare também o glacé:
Em uma tigelinha coloque o açúcar e vá juntando o suco de laranja, às colheradas, misturando bem com um fouet, até conseguir um creme espesso e brilhante. Reserve.

Montagem:
Desenforme o bolo sobre uma gradinha.
Pincele todo o bolo, ainda quente, com a calda de laranja. Pincele várias vezes, para o bolo absorver bem a calda. Reserve por uns 10 minutinhos.
Espalhe o glacé sobre o bolo, deixando escorrer naturalmente. Deixe descansar para que o glacé seque.
Transfira o bolo com cuidado para o prato de servir.

Bolo {Bundt} de Limão e Sementes de Papoula

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Olás, tudo bem?
Como eu sempre digo, a variação de sabores dos Bundt Cakes é tão grande que eu poderia fazer um blog só com essas receitas! Mas calma, não vou. Já existem blogs lindos dedicados especialmente a esses bolos amanteigados [no Instagram tem a hashtag #bundtbakers, que mostra um monte de versões incríveis!] e são eles que me inspiram a postar mais um bolo, pela terceira semana consecutiva! Além disso, dia 30 é meu aniversário e estou pensando seriamente em, ao invés de um único bolo tradicional, fazer vários bundts, com sabores que funcionam bem tanto para café da manhã como para sobremesas, e montar uma composição bacana. O que vocês acham? Talvez fique uma mesa bem bonita, né?! Então, por isso estou testando várias receitas.
A combinação de cítricos com sementes de papoula é super tradicional! Aqui no Brasil costumava ser bem difícil de se encontrar essas sementinhas azuladas [boatos - infundados - que até foram proibidas por um período], mas já faz uns três anos que vejo sempre em algumas redes de supermercados. Pelo menos em São Paulo.
Mas calma, se você não encontrar as sementes de papoula na sua cidade não tem problema! Verdade seja dita, elas contribuem mais para o visual do que para o sabor - pontinhos azulados em uma massa amarelinha deixa a fatia linda, né? Mas o gosto - que para mim lembra sabor de gergelim bem fraquinho - quase desaparece ante o limão.
O bolo da receita de hoje pode ser servido simples, embebido em calda de limão e açúcar ou mesmo coberto com glacê de açúcar de confeiteiro [você pode ver essas idéias aplicadas no Bundt de Laranja clicando aqui]. Porém, como a cobertura cremosa de cream cheese e esse tipo de decoração, que segue as estrias do bolo, é um clássico, resolvi testar. Fica bonito, né? Mas ainda prefiro um glacêzinho básico.
Espero que gostem! :)


Bolo {Bundt} de Limão e Sementes de Papoula com cobertura de cream cheese
[receita adaptada daqui e daqui, rende um bolo de 24cm de diâmetro e 8cm de altura]

Ingredientes para a massa:
1 xícara [200g] de manteiga sem sal, em temperatura ambiente;
1 e 3/4 xícaras de açúcar refinado;
Raspas da casca de 4 limões tipo Taiti;
4 ovos, em temperatura ambiente;
1 colher de chá de extrato de baunilha;
3 xícaras de farinha de trigo;
1 colher de chá de sal;
2 colheres de chá de fermento em pó;
1/4 de xícara de sementes de papoula;
1 xícara de leite, em temperatura ambiente;
suco de meio limão Taiti.

Ingredientes para a cobertura de cream cheese*:
150g de cream cheese;
4 xícaras de açúcar de confeiteiro;
1/2 colher de chá de extrato de baunilha.

Raspas de limão para decorar.

Prepare o bolo:
Preaqueça o forno a 170 graus.
Unte uma fôrma de buraco no meio de 24cm de diâmetro e 8cm de altura com manteiga. Polvilhe farinha de trigo, bata para espalhar bem e descartar o excesso. Reserve.
Na batedeira em velocidade médio-alta [se a sua for planetária use o garfo tipo raquete] bata a manteiga com o açúcar e as raspas de limão por 3 ou 4 minutos, até conseguir um creme leve, fofo e clarinho. Não esqueça de raspar as laterais da tigela com uma espátula, de vez em quando.
Adicione os ovos, um a um, batendo após cada adição. Adicione a baunilha e bata para incorporar.
Em uma tigelinha misture farinha, sal, fermento e sementes de papoula. Reserve.
Em outra tigelinha Misture o leite com o suco de limão. Reserve.
Com a batedeira em velocidade baixa, adicione a mistura de farinha em três partes, alternando com a mistura de leite em duas partes.
Passe a massa para a fôrma preparada. Alise a superfície com uma espátula, para nivelar.
Leve ao forno por cerca de 50 a 60 minutos, até que enfiando um palito de madeira no centro do bolo ele saia limpo.
Deixe o bolo esfriar por 20 minutos dentro da fôrma. Desenforme sobre uma gradinha e deixe esfriar completamente.

Prepare a cobertura de cream cheese*:
Na batedeira [e se for planetária, garfo tipo raquete], bata todos os ingredientes até formar uma mistura espessa, lisa e brilhante.
Para decorar o bolo, é preciso que ele esteja totalmente frio. Espalhe a cobertura sobre o bolo com uma colher, se preferir. Eu, para seguir um tipo de decoração bem típica, passei a cobertura para um saco de confeitar com bico liso e decorei o bolo seguindo as estrias da fôrma. Polvilhe as raspas de limão por cima.


*Atualização no texto:
Depois que postei a receita recebi por mail a dúvida de um leitor sobre a grande quantidade de açúcar da cobertura. Sobre essa cobertura, é preciso fazer um parênteses: a receita original pede 300g de cream cheese para 4 xícaras de açúcar de confeiteiro. Acontece que o cream cheese nacional é mais aerado que o americano [provavelmente para ficar mais fácil de espalhar no pão], portanto mais mole. Então se você usar as medidas originais a cobertura resultará num glacé líquido, ao invés de um creme. Isso já aconteceu comigo algumas vezes. Por isso reduzi a quantidade de cream cheese pela metade e mantive a quantidade de açúcar [seguindo uma proporção semelhante à de um buttercream], e funcionou: a cobertura ficou com textura apropriada para o saco de confeitar. Ótimo.
Mas o que a dúvida do leitor me fez pensar um pouco mais fundo na questão: será que compensa esse açúcar todo na cobertura? Lembrando que a receita original mantem a mesma [grande] quantidade de açúcar [como todo buttercream, alias] , só aumenta a de cream cheese.  
Cheguei à conclusão que não, não compensa. Por isso vou manter a receita como está, mas sugiro aqui trocar essa cobertura pelo mesmo glacé do bolo de laranja [receita aqui, só troque o suco de laranja pelo de limão]. Pode não ser tão bonita mas é menos exagerada. 


Sticky Buns {Rolinhos Grudentos de caramelo, canela e pecãs}

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Olás, tudo bem?
Quando eu era pequeno minha mãe fazia pãezinhos enrolados em formato de caracol, recheados com coco ralado, que ela chamava de União Espirais. O nome original é, na verdade, Caracóis Húngaros, mas imagino que minha mãe deve ter achado a receita em algum livreto da marca de açúcar, por isso o "União". Eu estava no jardim da infância e nos dias em que minha mãe fazia eu ia para a escolinha com duas espirais na lancheira, um para mim e o outro para a professora. 
Anos depois eu estava no ensino fundamental e meus pais tinham uma padaria. Minha mãe tinha se tornado confeiteira [o que ela é, até hoje] e fazia a versão caprichada dos pãezinhos: rolinhos menores, todos grudadinhos uns nos outros, recheados de coco ralado mas também embebidos, ainda mornos, em calda de leite de coco, até ficarem encharcados. O nome também era outro, "fofinhas". Um pouco cafona, mas super auto-explicativo. 
Foi só na faculdade que eu conheci a versão americana das espirais que me eram tão familiares: os Cinnamon Rolls, ou rolinhos de canela, que trocavam o recheio de coco por uma mistura de açúcar mascavo, manteiga e canela. A equação "lembrança de infância + canela" deu em amor, e eu virei fã, claro.
E a receita de hoje é a versão caprichada dos rolinhos de canela. E bota caprichada nisso, porque os americanos são peritos em exageros culinários: não bastasse o recheio de açúcar, manteiga e canela, inventaram de juntar umas pecãs - até aí tudo normal - e assar tudo isso sobre uma camada de calda de caramelo! Então aquela inocente assadeira de rolinhos de canela é tirada do forno e virada rapidamente sobre um prato, e os simples pãezinhos se transformam em esponjas imersas no caramelo quente que escorre, derrete, estica, gruda. Indecente, né? É. Uma orgia culinária. 
Eu recomendo!
Espero que gostem!

Ah, e como os pãezinhos servidos ainda mornos são muito mais incríveis, dá para preparar tudo na noite de véspera, modelar, deixar a assadeira na geladeira e no outro dia cedo só assar*. Vai ser o melhor café da manhã da sua vida! 


Sticky Buns, ou "Rolinhos grudentos"
[receita adaptada daqui, daqui, rende 12 rolinhos]

Ingredientes para a massa:
4 e 3/4 xícaras [615g] de farinha de trigo de boa qualidade;
2 colheres de chá [7g] de fermento biológico seco;
1 xícara [250ml] de leite;
1/3 de xícara [75g] de manteiga sem sal;
1/3 de xícara [66g] de açúcar refinado;
1/2 colher de chá [2,5g] de sal;
3 ovos.

Ingredientes para a calda:
1 xícara [200g] de açúcar mascavo [aperte na xícara para medir];
3/4 de xícara [150g] de manteiga sem sal;
4 colheres de sopa de mel.

3/4 de xícara de pecãs grosseiramente picadas [usei metade pecãs, metade lâminas de amêndoas que eu tinha aqui].

Ingredientes para o recheio:
1/2 xícara [100g] de manteiga sem sal, em textura de pasta [quase temperatura ambiente];
1 xícara [200g] de açúcar mascavo;
1 colher de sopa de canela em pó;
3/4 de xícara de pecãs picadinhas [ou outra noz/castanha da sua preferência].

1 gema de ovo misturada com 2 colheres de sopa de água, para pincelar.

Prepare a massa:
Eu uso a batedeira planetária. Se você não tiver, pode fazer misturando os ingredientes com uma colher de pau [nos passos em que uso o garfo tipo 'raquete'] de depois trabalhando a massa com as mãos [nos passos que uso o garfo tipo 'gancho']. 

Na batedeira, com o garfo tipo 'raquete',  misture 2 e 1/4 de xícara [295g] da farinha de trigo e o fermento biológico. Reserve.
Em uma panelinha sobre fogo médio e mexendo constantemente, misture o leite, a manteiga, o açúcar e o sal apenas para amornar e a manteiga começar a derreter. 
Ligue a batedeira, ainda usando o garfo 'raquete', em velocidade baixa e junte a mistura de leite à de farinha e fermento. Junte os ovos, um a um, sempre lembrando de raspar as laterais da tigela, de vez em quando. Aumente a velocidade da batedeira para alta e deixe bater por 3 minutos.
Desligue a batedeira e troque o garfo 'raquete' para o garfo 'gancho' [de massas pesadas]. Junte o restante da farinha e bata, em velocidade médio-alta, por cerca de 10 minutos, até conseguir uma massa lisa e elástica, que não gruda mais. 
Unte uma tigela grande com manteiga. Faça uma bola com a massa e coloque na tigela. Cubra com plástico filme e deixe crescer em local protegido [tipo dentro do microondas desligado] por 1 hora e meia.

Enquanto isso, prepare a calda:
Em uma panela média junte o açúcar, a manteiga e o mel. Leve ao fogo médio, mexendo de vez em quando, até a manteiga derreter e o açúcar se dissolver. Retire do fogo.
Unte uma assadeira retangular de 23x33cm com manteiga. Espalhe sobre o fundo a calda de açúcar e por cima distribua as pecãs e lascas de amêndoas. Deixe esfriar completamente.

Deixe o recheio também preparado:
Certifique que sua manteiga está em textura de pasta. Reserve.
Em uma tigelinha misture açúcar, canela e pecãs. Reserve.

Abrindo e montando a massa:
Depois do tempo de crescimento da massa, descarte o plástico filme e pressione a massa com as palmas das mãos, para expelir o ar que estava incorporado nela. Deixe descansar por 10 minutos.
Passe a massa para uma bancada limpa e polvilhada com farinha.
Usando um rolo, abra a massa até conseguir um retângulo de mais ou menos 48x32cm. Corte as bordas para formar um retângulo certinhos.
Pincele todo o retângulo de massa com a manteiga do recheio. Espalhe por cima a mistura de açúcar e canela.
Enrole com cuidado, no sentido do lado maior, para conseguir um rolo de 46cm de comprimento. Não aperte demais quando estiver enrolando. Usando uma régua e uma faca afiada, apare as duas beiradas do rolo, para acertar. Depois divida o rolo em 12 fatias de mais ou menos 3,8cm de espessura.
Espalhe as fatias na assadeira preparada com o caramelo. Cubra com um  pedaço de filme plástico e com um pano limpo e deixe crescer, em temperatura ambiente, por mais meia hora.

*É nesse passo que você pode, ao invés de deixar crescer em temperatura ambiente, envolver a fôrma em filme plástico e deixar na geladeira até a manhã seguinte. No dia seguinte é preciso deixar a fôrma meia hora em temperatura ambiente, antes de assar.

Preaqueça o forno a 190 graus. Mantenha a gradinha do forno na posição do meio

Retire o pano e o plástico filme e pincele os pãezinhos com a mistura de gema e água.
Leve para assar por 25 a 35 minutos, girando a assadeira [para que o fundo venha para a frente] depois de 20 minutos.
Retire do forno  e com muito cuidado [o caramelo quente queima a pele que é uma beleza!] vire sobre uma gradinha. Deixe esfriar.
Fica muito melhor servido ainda morno!

Bolo Clássico Invertido de Abacaxi {Upside-down Pineapple Cake}

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Olás, tudo bem?
Semana que vem é meu aniversário e, apesar de não acreditar em horóscopos e signos e talz, de alguma forma eu acredito em inferno astral. Pode ser coincidência, pode ser auto-sugestão, pode ser doidice mesmo, mas é fato que nesses dias próximos ao meu aniversário meu bom humor desaparece por completo e a porcentagem de louças e afins que eu quebro aumenta assustadoramente. Sério mesmo. Ah, e claro, a porcentagem de desastres culinários também aumenta. Já estou até acostumado.
Foi por isso que, ao invés de utilizar minhas fatias de abacaxi em calda na receita que eu tinha pensado originalmente ao comprar a lata, consideravelmente mais complexa, resolvi cortar riscos e ficar no clássico e prático. E bota prático nisso - esse deve ser o bolo mais fácil que já postei nesses quase oito anos de blog! Mas tem dias em que uma receita fácil é tudo o que a gente precisa, né?
Acho que todo mundo conhece esse bolo, certo? Faz-se um caramelo clarinho para forrar a fôrma e por cima se espalham fatias de fruta [já fiz com pêssegos também e fica delicioso!]. Depois vai a massa e o bolo assa com cara de bolinho normal. A mágica acontece ao virar o bolo e ver o desenho dourado e brilhante das frutas com o caramelo. Lindo!
Esse bolo sempre me traz duas lembranças: a primeira é da Bree, a dona de casa (quase) perfeita do seriado de TV Desperate Housewives. A segunda é de quando meus pais tinham padaria. Minha mãe fazia bolos enormes nesse estilo 'de ponta-cabeça' e montava um desenho florido com rodelas de abacaxi, fatias de banana no sentido do comprimento, rodelinhas de banana, ameixa seca e cerejas ao marrasquino. Ficava tão lindo! Qualquer dia desses vou tentar com mais frutas ;)
Espero que gostem!


Bolo Clássico Invertido de Abacaxi 
{Upside-down Pineapple Cake}
[adaptado daqui, rende um bolo retangular de 23x33cm]

Ingredientes para o caramelo:
1/2 xícara [100g] de manteiga sem sal;
1/2 xícara de açúcar mascavo [prefira as mais claras];
1/4 de xícara de açúcar refinado.

1 lata grande [850g] de rodelas de abacaxi em calda.
1 ou 2 pitadas [1/2 colher de chá] de canela em pó.

Ingredientes para o bolo:
2 xícaras [250g] de farinha de trigo;
1 colher de sopa [7,5g] de fermento em pó;
1/4 de colher de chá de sal;
1/2 xícara [95g] de açúcar mascavo;
1/2 xícara [95g] de açúcar refinado;
2/3 de xícara [150g] de manteiga sem sal, em temperatura ambiente;
3 ovos;
1 colher de chá de extrato de baunilha;
3/4 de xícara [185ml] de leite.

Prepare o caramelo:
Em uma panela coloque a manteiga e os açúcares. Leve ao fogo médio, mexendo até que a manteiga derreta, o açúcar se dissolva e a mistura fique num tom dourado clarinho. Leva mais ou menos 4 minutos.
Unte uma fôrma retangular de 23x33cm com manteiga e espalhe o caramelo no fundo. 
Escorra as fatias de abacaxi em uma peneira - você não vai precisar da calda nessa receita, mas pode usá-la em outras preparações [tipo adoçar sucos, umedecer outros bolos, preparar drinks]. 
Corte as fatias de abacaxi ao meio e espalhe-as, formando 3 filas, sobre o caramelo - como vem 14 fatias na lata, dá certinho e sobra meia fatia.  Polvilhe a canela por cima. Reserve.
Preaqueça o forno a 180 graus.

Prepare a massa do bolo:
Em uma tigela média misture farinha, fermento e sal. Reserve.
Na batedeira, em velocidade médio alta, bata o açúcares com a manteiga por uns 4 minutos, até conseguir um creme leve e clarinho. Junte os ovos, um a um, batendo após cada adição. Junte a baunilha e bata para incorporar.
Reduza a batedeira para velocidade baixa e adicione a mistura de farinha em três partes, alternando com o leite em duas partes. Bata apenas até conseguir uma massa homogênea.
Espalhe a massa sobre as fatias de abacaxi com cuidado, alisando a superfície com uma espátula.
Leve ao forno por cerca de 35 minutos, até que, enfiando um palito de madeira no centro do bolo, ele saia limpo.
Retire do forno e deixe esfriar por 5 minutos na fôrma. Passe uma faquinha por toda a volta da assadeira e então desenforme sobre o prato de servir.

Devil's Food {Bundt} Cake

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Olás, tudo bem?
Faz anos que eu postei aqui a receita do que eu considero o melhor bolo de chocolate do mundo. De recheio e cobertura bem simples, o protagonismo está na massa: é fofa, macia mesmo, é preciso até tratá-la com cuidado para não quebrar. É escura, cor de chocolate amargo, nada da palidez dos bolos de chocolate de padaria ou de bolo de achocolatado. É úmida, dispensa caldas e não resseca como a maioria dos bolos de chocolate por aí. E é saborosa: tem sabor acentuado de chocolate amargo, acentuado pelo café - é sabor "adulto" de chocolate.
A receita de hoje consegue ser tudo isso também, num formato mais caseiro - menos bolo de festa, mais bolo de café da tarde. Se bem que, com um desses, qualquer café da tarde vira festa, né?
Eu adoro o nome Devil's Food Cake, que literalmente pode ser traduzido como 'comida do diabo': antagonista do Angel Food Cake [ou 'bolo comida de anjo'], tem intensidade onde o outro tem leveza e é escuro enquanto o outro não tem cor. Aliás, essa dupla de 'adversários' são ambos clássicos da culinária americana!
Existem várias versões da receita de Devil's Food Cake, mas preferi confiar na da Martha Stewart e não me arrependi! Aliás esse bolo dela é um dos que primeiramente me chamaram atenção quando comecei a me interessar por receitas americanas. Sabe-se lá porque demorei tanto para fazê-lo!
Mas oh, quando testei já foi amor de primeira: já fiz duas vezes, inclusive para o meu aniversário. Minha mãe, que é confeiteira, ficou impressionada com a maciez e umidade desse bolo!
Ah, rende um bolão, tá? Não se assuste com as quantidades. E sempre dá para fazer metade, se for muito, né?
Espero que gostem!


Devil's Food {Bundt} Cake
[receita da Martha Stewart, rende um bolo de 29cm de diâmetro e 10cm de altura]

Ingredientes:
300g de manteiga sem sal, em temperatura ambiente;
1 xícara de cacau em pó;
1 xícara de água fervente;
1 colher de chá de pó para café instantâneo [opcional];
1 xícara de sour cream*;
3 xícaras de farinha de trigo;
1/4 de colher de chá de sal;
1 colher de chá de fermento em pó;
1 colher de chá de bicarbonato de sódio;
2 e 1/4 xícaras de açúcar refinado;
4 ovos;
1 colher de sopa de extrato de baunilha;
1 e 1/4 xícaras de gotinhas de chocolate [usei Callebaut 70%];
1 colher de sopa de farinha de trigo [para envolver as gotas de chocolate].

Manteiga e cacau em pó para untar e polvilhar a fôrma.

Ingredientes da cobertura:
1 xícara de creme de leite fresco;
240g de chocolate meio amargo [usei 56%], picadinho;
1 pitada de sal.

60g de chocolate meio amargo em tablete, para decorar [opcional].

Prepare o bolo:
[Essa receita pede uma fôrma com capacidade para 12 xícaras de massa - já fiz esse bolo 2 vezes, na primeira usando uma fôrma com capacidade para 10 xícara e realmente sobrou, tive que descartar o restante]
Preaqueça o forno a 170 graus.
Unte com manteiga uma fôrma de buraco no meio com capacidade para 12 xícaras. Polvilhe cacau em pó, bata para espalhar bem e descarte o excesso. Reserve.
Em uma tigela média misture o cacau em pó, o café instantâneo e a água fervente, até dissolver completamente. Junte o sour cream*, misture bem e reserve.
 Em outra tigela misture a farinha, o sal, o fermento e o bicarbonato. Reserve.
Na batedeira, usando o garfo tipo raquete e em velocidade média, bata a manteiga e o açúcar por uns 4 minutinhos, até conseguir um creme leve e fofo.
Junte os ovos, um a um, batendo após cada adição. Adicione a baunilha e bata para misturar bem.
Fora da batedeira, adicione a mistura de farinha em três adições, alternando com a mistura de cacau em duas adições. Misture bem com uma espátula grande, até ficar homogêneo.
Misture as gotas de chocolate com a colher de sopa de farinha de trigo e junte na massa. Misture bem.
Passe a massa para a fôrma preparada, alise a superfície com uma espátula e leve ao forno por cerca de 1 hora a 1 hora e 10 minutos, ou até que enfiando um palito de madeira no centro da massa, ele saia limpo.
Retire o bolo do forno e deixe esfriar por 15 minutos. Desenforme o bolo sobre uma gradinha e deixe esfriar completamente.

Prepare a cobertura:
Coloque o chocolate picadinho em uma tigela. Reserve.
Aqueça o creme de leite fresco e sal, sem deixar ferver. Derrame o creme quente sobre o chocolate e deixe descansar por um minuto. Misture com uma colher delicadamente, sem bater, até ficar brilhante e homogêneo.
Derrame sobre o bolo frio.
Decore com raspas de chocolate ralado.

*Para o sour cream caseiro você pode azedar 1 xícara de creme de leite fresco em temperatura ambiente com uma colher de sopa de suco de limão. è só misturar e deixar pelo menos uma hora em temperatura ambiente.

Bolo Mocha.. ou Mocaccino

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Olás, tudo bem?
Sim, Bolo Mocha é um nome engraçado, a menos que você esteja familiarizado com todas essas bebidas oriundas do café que eu nunca sei qual é qual. Para mim [e se você é leitor de Monteiro Lobato ou velho o suficiente para ter visto o programa, vai concordar comigo] não tem como não pensar na vaca do Sítio do Pica-pau Amarelo - a vaca Mocha - ao ouvir esse nome.
Mas calma, esse Mocha aí se refere a uma bebida que combina café, leite e calda de chocolate. E esse bolo também combina esse trio de sabores, além de canela e caramelo [do mascavo]. Aliás, lendo a definição de Mocha eu descobri o Mocaccino, mais uma bebida a base de café e chocolate, só que essa, como o Cappuccino, com adição de canela. Então talvez Bolo Mocaccino fosse um nome mais apropriado, né? Mas vai ficar Mocha mesmo, como na receita original.
Esse bolo é mais uma prova para esfregar na minha cara que doces/ sobremesas com café podem ser realmente muito bons! Como já contei aqui, nunca gostei da combinação café + açúcar, nem na xícara, muito menos nas sobremesas - isso é fruto de um possível trauma causado por um frappuccino [basicamente um milk shake de café] que tentei tomar uma vez e odiei! Mas tudo mudou com a descoberta do Tiramisù! Descoberta essa que me incentivou a procurar e provar novas combinações de café em receitas. Por isso se você leu que vai café e já torceu o nariz, dê uma chance a esse bolo ;)
Eu tive que dar uma segunda chance a ele, por sinal. Não por conta do café, mas porque ao preaquecer o forno [meu forno é elétrico com resistência superior - dourador - e normal, no 'piso' do forno] liguei o dourador no máximo e desliguei a parte de baixo. Resultado: em 10 minutos a superfície do bolo ficou totalmente queimada, preta mesmo, e o restante mole. Respirei, lavei tudo e refiz o bolo. Dessa vez sem distrações. 
Valeu a pena. Mesmo!
E se por algum segundo eu tive o receio de que o bolo, por conta da cobertura estilo farofinha só que sem manteiga, pudesse ficar meio seco [na verdade só me toquei que isso pudesse acontecer depois do bolo no forno], o resultado se provou o contrário: uma massa úmida, macia, com casquinha crocante e sabor de chocolate, café, canela e caramelo. Adorei!
Espero que gostem!


Bolo Mocha
[receita retirada daqui, rende um bolo de buraco no meio de 25cm de diâmetro e 7cm de altura]

Ingredientes para a farofinha:
2/3 de xícara [120g] de mini gotinhas de chocolate [usei metade mini gotinhas de chocolate Callebaut e a outra metade gotinhas sabor doce de leite, nacionais];
1/2 xícara [70g] de nozes pecã picadinhas [imagino que funcione bem com outras castanhas também];
1/3 de xícara [60g] de açúcar mascavo;
2 colheres de sopa de farinha de trigo;
1 colher de sopa de café instantâneo granulado [vulgo Nescafé].

Ingredientes para a massa:
2 e 3/4 [385g] xícaras de farinha de trigo;
2 colheres de chá de fermento em pó;
1 colher de chá de canela em pó;
1/4 de colher de chá de bicarbonato de sódio;
1/4 da colher de chá de sal;
1 xícara [200g] de açúcar refinado;
1 xícara [215g] de manteiga sem sal, em temperatura ambiente;
1/2 colher de chá de extrato de amêndoas [usei pasta de amêndoas, se você usar essência, coloque só umas 2 gotinhas];
3 ovos em temperatura ambiente;
1 xícara [245ml] de sour cream*.

Para o glacê [opcional, fiz para ficar mais bonito, confesso]:
1/2 xícara de açúcar impalpável;
1 ou 2 colheres de sopa de leite.

Prepare a farofinha:
Misture todos os ingredientes em uma tigelinha. Reserve.

Prepare o bolo:
Preaqueça o forno a 170 graus.
Unte com manteiga e polvilhe com farinha de trigo uma fôrma de buraco no meio de 25cm de diâmetro e pelo menos 7cm de altura. Como esse bolo não é servido "virado" sobre um prato, e sim com a parte de cima para cima mesmo, você pode usar uma fôrma lisa mesmo.
Em uma tigela médio misture a farinha, o fermento, a canela, o bicarbonato e o sal. Reserve.
Na batedeira, com o garfo tipo raquete, bata o açúcar com a manteiga por uns 4 minutos em velocidade média, até conseguir um creme fofo e claro. Junte o extrato de amêndoas e os ovos, um a um, batendo após cada adição. 
Mude a velocidade da batedeira para baixa e adicione metade da mistura de farinha. Bata apenas até incorporar. Junte o sour cream e bata para incporporar. Por fim adicione o restante da farinha e bata para incorporar. 
Espalhe metade da massa na fôrma preparada, alisando com uma colher. Espalhe metade da farofinha sobre a massa. Espalhe o restante da massa por cima, alise novamente a superfície e espalhe o restante da farofinha.
Asse o bolo por 55 a 60 minutos, ou até que enfiando um palito de madeira no centro da massa, ele saia limpo.
Retire do forno e deixe esfriar dentro da fôrma por pelo menos 20 minutos. Desenforme sobre uma gradinha, vire o bolo e deixe esfriar completamente.

Prepare o glacê:
Misture o açúcar impalpável com o leite até ficar um glacê grosso e liso. Espalhe sobre o bolo.

*Para o sour cream caseiro você pode azedar 1 xícara de creme de leite fresco em temperatura ambiente com uma colher de sopa de suco de limão. è só misturar e deixar pelo menos uma hora em temperatura ambiente.

Chess Pie de Chocolate ao estilo sulista

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Olás, tudo bem?
Faz mais de 5 anos que publiquei aqui uma receita de Torta de Chocolate baseada na receita da Lee Ann Flemming, food-stylist do filme 'Histórias Cruzadas', e foi um sucesso! A grande questão daquela receita, para mim, é o uso do leite evaporado - um produto que atualmente não é mais comercializado no Brasil. Apesar de em receitas assim sempre usar substitutos, permanece em mim aquela dúvida - será que usando leite evaporado de verdade fica diferente? Minha curiosidade com esse laticínio é tanta que comprei algumas latas importadas, para testar e comparar com as substituições. Excentricidades, né? Quando a encomenda chegar faço um post compartilhando minha impressões.
Enquanto isso, encontrei essa receita de Chess Pie de Chocolate, ao estilo do Sul dos Estados Unidos, que - adivinha - não leva leite evaporado! Problema resolvido! O recheio no forno cria uma crosta quebradiça, que infla e racha quando está pronta. E sob essa camada, um creme escuro, brilhante, denso, e forte de chocolate. Eu adoro! Ainda mais combinado com uma massa perfeitamente assada, flocada e crocante. Me enche a boca d'água só de lembrar!

Fazer esse tipo de torta desperta alguma coisa muito boa em mim. Sério mesmo, acho de uma despretensiosidade caseira que beira o kitsch mas que significa cuidado, alegria. Tive um professor na faculdade de arquitetura, o Sérgio Ferro, que ao mostrar uma faixa de tijolos encaixados de modo a formar desenhos em um prédio de tijolos aparentes, construído em mutirão, dizia que aquele barrado não previsto no projeto era a tradução do prazer no trabalho: erguer uma parede empilhando tijolos é o básico. Brincar com os encaixes, formar padrões novos, sair do básico demonstra que você gosta do seu ofício, que ele não é apenas uma obrigação. E é assim que eu me sinto decorando as bordas da minha torta e vendo o recheio trincar no forno.
Espero que gostem :)



Chess Pie de Chocolate {southern style}
[receita levemente adaptada daqui, rende uma torta de 22cm de diâmetro]

Ingredientes para a massa:
1 e 1/4 xícaras [180g] de farinha de trigo;
1/2 colher de chá de sal;
1 colher de sopa [12g] de açúcar;
120g de manteiga sem sal bem gelada, cortada em cubinhos;
1/4 de xícara [60g] de água bem gelada;
1/2 colher de sopa de vinagre de maçã.

Ingredientes para o recheio:
1/4 de xícara [50g] de manteiga sem sal;
80g de chocolate amargo [pelo menos um bom 70% cacau] picadinho;
1 e 1/2 xícaras [300g] de açúcar refinado;
1 colher de sopa [10g] de farinha de trigo;
1 colher de sopa [8g] de cacau em pó;
1 pitada de sal;
1/2 xícara [125ml] de leite;
2 ovos, levemente batidos;
1 colher de chá de extrato de baunilha.

Creme de leite fresco bem gelado, batido em picos firmes, para servir.

Prepare a massa:
Em uma tigela misture farinha, sal e açúcar. Adicione a manteiga em cubos e amasse, apertando com as pontas dos dedos, até formar uma farofa grossa e úmida. 
Em um copo misture a água gelada com o vinagre e adicione à massa, aos poucos, 2 colheradas por vez, amassando rápido, apenas o suficiente para dar liga. Se sobrar água não tem problema.
Forme uma bola com a massa, achate formando um disco, envolva em filme plástico e leve para a geladeira por 1 hora.
Retire a massa da geladeira, coloque-a sobre uma superfície lisa, limpa e levemente enfarinhada e dê umas batidas com o rolo sobre toda a massa, para dar maleabilidade e facilitar para abrir.
Polvilhe um pouquinho de farinha sobre a massa e abra com o rolo, com cuidado para a massa não grudar na bancada, até conseguir um círculo de mais ou menos 26cm de diâmetro. 
Enrole o círculo de massa com cuidado no rolo e desenrole sobre uma fôrma para tortas de 22cm de diâmetro. Pressione com cuidado sobre o fundo e as laterais,  corte o excesso das bordas com uma tesoura e pressione toda a borda, com os dentes de um garfo ou com os dedos*, para dar acabamento.  Fure toda a massa para ela não inflar enquanto assa. Leve ao freezer por 10 minutos, para firmar.
Enquanto isso, aqueça o forno a 200 graus, com a gradinha no apoio mais baixo do forno. Se você tiver uma pedra do forno, coloque-a sobre a gradinha, para aquecer junto. Se não tiver, pode ser uma assadeira grande com bordas baixas.
Retire a massa do freezer, cubra com uma folha de papel manteiga ou alumínio e preencha a cavidade com feijões ou arroz cru, para fazer peso. Leve ao forno por 20 minutos.
Retire a torta do forno, descarte os feijões e o papel alumínio e volte ao forno por mais 2 minutos.
Retire do forno e deixe a massa esfriar sobre uma gradinha.

Prepare o recheio:
Abaixe a temperatura do forno para 175 graus e passe a gradinha para o apoio central.
Em uma panelinha, sobre fogo bem baixinho, coloque a manteiga e o chocolate picado e derreta, mexendo sempre. Reserve.
Em uma tigela misture açúcar, farinha, cacau e sal. Adicione a mistura de manteiga e chocolate derretidos e misture bem. Junte o leite, os ovos e a baunilha e misture por uns 3 minutos, até ficar bem homogêneo.
Passe o recheio para a massa pré-assada, já fria. 
Leve ao forno por cerca de 40 a 45 minutos. A superfície do recheio vai formar uma crosta e ela vai crescer levemente, quebrando essa superfície. Esse é o ponto. Não se preocupe se o recheio sob a crosta parecer mole, ele continua cozinhando fora do forno. 
Retire a torta e deixe esfriar completamente sobre uma gradinha.

Sirva em temperatura ambiente, acompanhada de uma bela colherada de creme de leite fresco batido em picos firmes.

*Para essa torta específica, quis fazer um charme na finalização das bordas: fiz a receita da massa em dobro, depois de forrar a fôrma abri o restante da massa e cortei em tiras finas. Pincelei toda a borda da massa na fôrma com água e fui colando as tiras sobre a borda, dobrando sempre sobre ela mesma para formar um franzido. É claro que isso não interfere no sabor da torta, por isso passe a receita com um acabamento mais simples e mais fácil mesmo.

Tortinhas {Hand Pies} de Pêssegos

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Olás, tudo bem?
Primeiramente, desculpe pelo hiato nesse mês de Outubro. Ando trabalhando bastante e, como autônomo, preciso aproveitar quando a demanda de trabalho é grande porque vai chegando o final do ano e ninguém constrói/ reforma nas férias, então é bom compensar os meses de pouca procura.
Mas não foi só por trabalho que andei sem postar. Tive uma maré de desastres culinários por aqui. Sabe quando nada dá realmente certo? Pois é, bem por aí. Sem contar os muitos dias nublados, péssimos para fotografar.
Acontece, né?
Mas receita de hoje veio de pequenas inspirações que tive na semana passada. Pra começar, meu cunhado veio me perguntar se dava para fazer tortinhas com pêssegos ao invés de maçã. Depois fomos tomar um sorvete de nata realmente muito bom que fazem por aqui e minha mãe comentou que faltava "uma tortinha daquelas pequenas, de maçã" e ainda quente para a sobremesa ficar perfeita. Por último, fui comprar verdura na mini-feirinha e lá estavam os pêssegos nacionais, pequeninos mas bem amarelos, em destaque na banca. Dava pra sentir o cheiro de longe, não tinha como não levar! Geralmente os pêssegos nacionais são deixados de lado ante os importados, grandões e vistosos, mas já comprei tanto pêssego caro, bonitão e que por dentro tinha gosto e textura de isopor que nem me engano mais! 
Cheguei em casa com uma sacola de pêssegos, descasquei tudo com uma faquinha de frutas afiada [prefiro assim do que mergulha-los em água fervente - o pêssego nacional é pequeno e cozinha muito rápido], juntei açúcar, amido e meus temperos favoritos e deixei criar suco. Eu gosto de adicionar um pouco de extrato ou pasta de amêndoas, cardamomo e um bocadinho cuidadoso de água de flor de laranjeira, que são sabores que para mim vão muito bem com o do pêssego. Depois levei ao fogo só para ativar o amido e, enquanto o recheio esfriava, preparei a massa. Foi tudo para a geladeira e no dia seguinte montei as tortinhas, no formato de meias-luas. Assei a primeira fornada e não sobrou nada nem para contar a história! Até quem torce o nariz para pêssegos acabou gostando! 
No final de semana repetimos a fornada e compramos o tal sorvete de nata para acompanhar - ficou mais-que-perfeito! Recomendo, muito!
Bom, aqui no blog tem uma "tradição" curiosa: as receitas que levam pêssegos, coincidentemente ou não, são as menos visitadas de todas. Espero que essa mude esse ranking! E espero que vocês gostem :)


Tortinhas Individuais {Hand Pies} de Pêssegos

Para a massa:
360g de farinha de trigo;
1 colher de chá de sal;
2 colheres de sopa de açúcar refinado;
120g de manteiga sem sal bem gelada, cortada em cubinhos;
120g de gordura vegetal bem gelada, cortada em cubinhos;
120g de água bem gelada;
1 colher de sopa de vinagre de maçã.

1 clara misturada a 2 colheres de sopa de água, para fechar as tortinhas.
1 gema misturada a 2 colheres de sopa de água, para pincelar as tortinhas.
Açúcar demerara ou cristal, para polvilhar.

Para o recheio:
Cerca de 14 pêssegos  nacionais [o pêssego nacional é pequeno, se for usar o importado pode reduzir para uns 9] maduros, sem caroço, descascados e cortados em fatias grossas;
Suco de 2 limões;
3/4 de xícara de açúcar refinado;
2 colheres de sopa de amido de milho;
1/2 colher de chá de gengibre em pó;
1/2 colher de chá de noz moscada ralada na hora;
1/2 colher de chá de cardamomo moído ou umas 3 favas amassadas;
1/2 colher de sopa de canela em pó;
1/2 colher de sopa de extrato de baunilha;
1/2 colher de chá de água de flor de laranjeira [opcional];
1/2 colher de sopa de pasta de amêndoas [opcional].

Glacê de cobertura: [opcional]
1 xícara de açúcar impalpável;
3 colheres de sopa de suco de limão.

Prepare a massa:
Em uma tigela grande misture a farinha, o sal e o açúcar. Junte a manteiga e a gordura vegetal bem geladas e amasse, usando as pontas dos dedos, até formar uma farofa grossa e úmida. 
Misture o vinagre à água gelada e adicione à massa, aos poucos, amassando rápido, apenas o suficiente para conseguir formar uma bola de massa. Forme um disco com a massa, envolva em filme plástico e reserve na geladeira por pelo menos uma hora.
Dá para fazer a massa no processador, se preferir, sempre usando o botão "pulsar" para não bater demais.

Prepare o recheio:
Em uma panela misture as fatias de pêssegos e o suco de limão.  Junte o açúcar, as maçãs, o amido e as especiarias e misture bem. Reserve por pelo menos meia hora, para os pêssegos liberarem o suco.
Leve a panela ao fogo médio, mexendo sempre por 5 a 7 minutos, apenas até ativar o amido. Você vai perceber que o amido foi ativado quando o caldo que envolve as fatias ficar mais grosso e brilhante.
Espalhe o recheio em um prato grande ou assadeira, para esfriar mais rápido.
Deixe esfriar completamente antes de usar.

Na hora de montar:
Você pode dar o formato que preferir às suas tortinhas: dessa vez eu escolhi cortar círculos de massa de 13cm de diâmetro e formar meias-luas com eles. Não gosto de tortinhas menores que isso porque o equilíbrio entre recheio e massa se perde.

Sobre uma superfície limpa, lisa e enfarinhada, coloque a massa gelada. Dê umas batidas em toda a superfície da massa com o rolo - isso dá mais maleabilidade à massa gelada e facilita na hora de abrir.
Polvilhe um pouquinho de farinha sobre a massa e abra com o rolo, com cuidado, até conseguir uma espessura de meio centímetro. 
Com um cortador de biscoitos de 13cm de diâmetro ou usando a boca de uma tigelinha de molde e uma carretilha ou faca afiada, corte os círculos de massa. Abra o que sobrar da massa novamente e corte mais círculos. Eu consegui 10 discos com essa quantidade de massa.
Coloque umas duas colheres de sopa do recheio totalmente frio no centro de um disco de massa. Pincele as bordas todas com a mistura de claras e dobre ao mio como um pastel, apertando nas bordas para fechar bem, formando uma meia-lua. Pressione toda a borda com as pontas de um garfo, para dar acabamento. Coloque a tortinha em uma assadeira grande, forrada de papel manteiga, e faça dois ou três cortes com a faca afiada sobre a tortinha, para o vapor escapar.
Faça o mesmo com todos os discos de massa. 
Leve a assadeira com as tortinhas para o freezer por uns 15 minutos [o suficiente para que a massa endureça], enquanto preaquece o forno.

Preaqueça o forno a 220 graus.
Retire a assadeira com as tortinhas do freezer, pincele as tortas rapidamente com a mistura de gemas e polvilhe com o açúcar cristal ou demerara.
Asse as tortinhas por 25 minutos até que fiquem bem douradas. Caso seu forno tenha grill/ dourador, ligue nos últimos 5 minutos de tempo de forno.
Deixe as tortinhas esfriarem por 10 minutos ainda na assadeira, então retire-as com cuidado e deixe esfriar sobre uma gradinha. Sirva as tortinhas quentes, mornas ou frias.

Prepare o glacé:
Em uma tigelinha coloque o açucar e adicione o suco de limão aos poucos, misturando bem até conseguir uma mistura lisa, brilhante, grossa, mas líquida o suficiente para conseguir escorrer em fio de um garfo.
Molhe o garfo no glacé e escorra fios sobre as tortinhas ainda mornas. Deixe secar.

Bolo Inglês {Pound Cake} de Laranja

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Olás, tudo bem?!
Todo mundo conhece bolo inglês, né? Qualquer padaria de bairro tem lá sua meia dúzia de bolinhos assados em fôrma tipo de pão-de-fôrma [só que menores], nos clássicos sabores frapê [ou mármore], laranja, abacaxi, coco, limão. Tudo mistura pronta, claro. Tudo aromatizado artificialmente. 
Sem contar os industrializados que, via de regra, são secos pra chuchu e costumavam vir, na minha infância, com uma faquinha de plástico dentro da embalagem. Eu adorava essas faquinhas!
Então, esse nosso bolo inglês é chamado na sua terra natal, a Inglaterra [daí o 'inglês', óbvio], de Pound Cake. Poundé uma medida de peso que equivale a quase meio quilo [453,5g], e o bolo tem esse nome por levar, na receita original, um pound [meio quilo] de cada ingrediente: açúcar, manteiga, ovos e farinha. É por esse motivo também que na França ele é conhecido como "quatre-quarts" [ou quatro quartos: um quarto de cada ingrediente, para formar o todo].
É claro que as receitas, conforme evoluíram, foram saindo da proporção perfeita e até agregando novos ingredientes, mas o nome ainda serve para designar esses bolos macios, densos e amanteigados, combinação perfeita para uma xícara de chá ou um cafezinho brasileiro.
A receita de hoje é a versão sabor laranja [aromatizado naturalmente, né?] de um Pound Cake. Um Pound Cake tão grande [e foi isso que me chamou atenção nesse bolo - adoro bolos de buraco no meio grandões, altos] que é assado em uma fôrma de buraco no meio de 25cm de diâmetro por 10cm de altura [usei uma fôrma de BoloChiffon] ao invés da tradicional fôrma retangular alta. 
Mas não preciso nem dizer que você pode fazer meia receita e assar em uma fôrma de bolo inglês comum ou em uma de buraco no meio menor, né? A menos que você tenha uma família bem grande ou vá fazer um pavê com ele - esses bolos rendem pavês deliciosos! Aliás, quem sabe eu não faço um pavê no final de semana, hein? Boa idéia! Só preciso que o bolo dure até lá! ;)
Espero que gostem!


Bolo Inglês {Pound Cake} de Laranja
[receita retirada daqui, rende um bolão gigante de 25cm de diâmetro e 9cm de altura, mas você pode fazer meia receita, se preferir]

Ingredientes:
1 e 3/4 xícaras [350g] de manteiga sem sal, em temperatura ambiente [textura de pasta];
2 e 3/4 xícaras [350g] de açúcar refinado;
8 ovos inteiros;
1 colher de chá de extrato de laranja [não usei];
2 colheres de chá de raspas de casca de laranja [usei raspa da casca de 2 laranjas];
3 xícaras [420g] de farinha de trigo;
1 colher de sopa [15g] de fermento em pó;
1 colher de chá [6g] de sal;
3/4 de xícara [177ml] de suco de laranja natural [mais ou menos de 3 laranjas].

Ingredientes da cobertura: [opcional]
1 xícara de açúcar impalpável;
2 ou 3 colheres de sopa de água ou suco de laranja.

Prepare o bolo:
Preaqueça o forno a 170 graus.
Unte com manteiga e enfarinhe uma fôrma de buraco no meio de 25cm de diâmetro por 10 de altura. Bata para descartar o excesso de farinha. Reserve.
Na batedeira, em velocidade médio baixa e usando o batedor tipo raquete, bata a manteiga até ficar cremosa. Adicione o açúcar aos poucos e bata até conseguir um creme claro e fogo. 
Junte os ovos, um a um, batendo após cada adição. Junte as raspas de laranja também.
Em outra tigela misture a farinha, o fermento e o sal.
Com a batedeira em velocidade baixa junte a mistura de farinha, alternando com o suco de laranja.
Bata apenas até homogenizar. 
Passe a massa para a fôrma preparada e alise a superfície com uma espátula.
Leve ao forno por 35 minutos. Depois disso abaixe o forno para 150 graus e asse por mais 45 minutos, ou até que enfiando um palito de madeira no centro ele saia seco*.
Retire o bolo do forno e deixe esfriar por 15 minutos.
Desenforme o bolo sobre uma gradinha e deixe esfriar completamente.

Para a cobertura:
Em uma tigelinha coloque o açúcar e a água [ou suco de laranja] e misture bem, até ficar liso, homogêneo e brilhante. Espalhe sobre o bolo e deixe secar.

*Se você optar por fazer meia receita, asse o bolo em 170 graus por uns 40 minutos.

Rolinhos de Geléia de Framboesa com cobertura de Cream Cheese

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Olás, tudo bem?
Por aqui tem feito um calor tão infernal que eu mal consigo cozinhar: estraguei umas três receitas nos últimos dias! E pior: não fiquei nada animado para tentar uma segunda vez nenhuma delas. De verdade. Mal posso esperar pelo inverno!
Mas hoje a maré virou: acordei com desejo de pãezinhos doces, comprei um pote de geléia de framboesas da boa [meu sabor favorito e o mais complicado de se fazer em casa porque, né, quem é que tem montes framboesas dando sopa?] e fui cedo para a cozinha, com calor e tudo! 
Comecei a preparar a massa e dei de cara com a recomendação da receita original de 'se usar um mínimo de 390g de farinha de trigo e ir adicionando mais, colherada por colherada, até sua "intuição" dizer que é suficiente'. Eu, como bom virginiano, simplesmente odeio esse tipo de recomendação! Sou de humanas, mas na hora de cozinhar gosto de medidas exatas. Vou lá saber se minha intuição é confiável?! Bom, respirei fundo e tentei seguir a tal da intuição, adicionando praticamente 100 gramas de farinha além dos 390 gramas mínimos. Fiz uma bola de massa, deixei crescendo e beleza. Foi na hora de abrir a massa que estranhei a textura, macia demais se comparada com outras receitas de rolinhos. Pensei "Isso não vai dar certo!", mas como já estava tudo preparado meso resolvi pagar para ver: recheei e enrolei  a massa - com uma dificuldade um pouquinho maior por conta da maciez - cortei as fatias, deixei crescer novamente e lá foram para o forno. 
O resultado foi surpreendente: os rolinhos cresceram maravilhosamente e ficaram super leves e macios, mais fofinhos do que quaisquer outros que já preparei! E a cobertura é tão deliciosa que dá vontade de comer de colher, sério mesmo! A casa ficou cheirando pãezinhos a manhã inteira, e isso compensou totalmente o calor do forno ;)
Espero que vocês também gostem!


Rolinhos de Geléia de Framboesa com cobertura de Cream Cheese
[receita adaptada levemente daqui, rende 12 rolinhos]

Ingredientes da massa:
3/4 de xícara [180ml] de leite integral, levemente morno;
2 e 1/2 colheres de chá [7,5g] de fermento biológico seco;
2 ovos, em temperatura ambiente;
3 e 3/4 xícaras [480g] de farinha de trigo [a receita original recomenda um mínimo de 390g de farinha e a adição de mais, colherada por colherada, confirme a necessidade - eu acabei colocando quase 100g a mais];
2 colheres de sopa de açúcar;
1 colher de chá de sal;
4 colheres de sopa [60g] de manteiga sem sal, em temperatura ambiente.

1 gema misturada com 2 colheres de sopa de água, para pincelar.

1 vidro [200g] de geléia de framboesa de boa qualidade.

Ingredientes da cobertura:
150g de cream cheese;
3/4 de xícara [95g] de açúcar impalpável;
1/2 colher de chá de extrato de baunilha.

Prepare a massa:
Na tigela da batedeira coloque o leite levemente morno e o fermento. Bata rapidamente com um fouet para misturar e reserve por 5 minutos.
Ligue a batedeira em velocidade baixa, usando o garfo tipo 'raquete', e adicione os 2 ovos, a farinha, o açúcar e o sal. Aumente a velocidade para média e bata até misturar bem.
Troque o garfo 'raquete" pelo gancho e ligue a batedeira novamente, em temperatura médio-alta. Adicione a manteiga aos poucos, sem desligar a batedeira.
Bata a massa por cerca de 8 minutos, até que a massa fique lisa e elástica e se solte das laterais da tigela - você vai ouvir a massa batendo nas laterais.
Passe a massa para uma fôrma untada levemente com manteiga. Cubra com filme plástico e reserve, em um local sem ventilação [eu sempre deixo dentro do forno] por 1 hora.
Depois do crescimento, passe a massa para uma superfície de trabalho limpa e enfarinhada. Aperte bem a massa, achatando-a para que todo o ar do crescimento saia. 
Abra a massa, com o rolo, até conseguir um retângulo de mais ou menos 35x45cm. 
Espalhe a geléia com uma espátula sobre toda a massa.
Enrole, no sentido do comprimento, apertando de leve para que o rolo não fique com folgas.
Corte as pontinhas dos 2 lados do rolo de massa, para dar acabamento, e corte o rolo em 12 fatias iguais, de mais ou menos 3,8cm de espessura cada.
Distribua as fatias sobre uma fôrma retangular untada com manteiga.
Cubra com plástico filme, sem prender o plástico, e por cima cubra com uma toalha.
Deixe crescer até que a massa duplique de tamanho - mais ou menos 45 minutos.
Enquanto isso preaqueça o forno a 180 graus.
Depois do segundo crescimento, descarte o filme plástico e pincele os rolinhos com a mistura de gema.
Leve para assar por 30 ou 35 minutos.

Enquanto os rolinhos assam, prepare a cobertura:
Em uma tigelinha junte todos os ingredientes e bata com um fouet, até conseguir um creme brilhante e liso.
Espalhe a cobertura sobre os rolinhos ainda mornos e deixe secar.
Sirva em temperatura ambiente.

Mississippi Mud Pie

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Olás, tudo bem?
Eu adoro receitas com nomes que remetem a referências regionais ou da cultura popular. Acho que entender o porquê ou a que se referem esses nomes nos aproxima ainda mais, para além da experiência gustativa, da cultura em questão. A receita de hoje, por exemplo, típica do estado do Mississippi, no sul dos Estados Unidos, é chamada de torta"lama do Mississippi" [mud = lama], por conta da cor escura e da textura úmida das camadas de chocolate que remetem à lama das margens do rio Mississippi.
A Mississipi Mud Pie surgiu provavelmente no pós segunda guerra e começou a pipocar nos livros de receita americanos, juntamente com o Mississippi Mud Cake [a versão bolo dessa sobremesa], a partir da década de setenta. Não se sabe exatamente qual veio primeiro, se foi a torta ou o bolo, e nem existe uma receita 'oficial' para qualquer um deles: há infinitas variações de tortas e bolos de chocolate que acabam recebendo a alcunha de 'Mississippi Mud' - algumas podem levar sorvete, calda de chocolate, nozes picadas, merengue ou mesmo marshmallow tostado.
Eu acabei escolhendo para testar a versão presente no livro Baked Explorations: Classic American Desserts Reinvented, por parecer uma receita menos 'paladar infantil' e, confesso, por ser a mais bonita! A foto da torta, publicada no caderno de culinária do New York Times, me conquistou na hora! E, me perdoem a comparação talvez de mau gosto, mas as camadas sobrepostas no corte da fatia - indo da textura crocante da massa, passando pela densidade úmida do brownie, a maciez do creme de chocolate e terminando na leveza do creme batido - me pareceram as camadas de solo em corte que vemos naquelas ilustrações nas aulas de geografia... o que pode fazer algum sentido indiretoquando se pensa no nome "lama" da torta. Viajei? Talvez. Mas a combinação de texturas das camadas me pareceu também deliciosa! E realmente é!
Espero que gostem!

PS:ao escrever esse post me dei conta de que todas as receitas de Páscoa aqui do blog acabam sendo sempre publicadas depois da Páscoa! Então fica a dica para a Páscoa do ano que vem... ou para qualquer dia que bater aquela vontade de comer chocolate ;)


Mississippi Mud Pie {Torta Lama do Mississippi}
[Receita retirada daqui, rende uma torta de 23cm de diâmetro e uns 8cm de altura]

Ingredientes para a crosta:
230g de biscoito tipo Maria;
8 colheres de sopa [120g] de manteiga sem sal, derretida.

Ingredientes para a camada de brownie:
8 colheres de sopa [120g] de manteiga sem sal, em cubos;
170g de chocolate meio amargo [usei 56% cacau], picado;
1/3 de xícara [67g] de açúcar mascavo;
1/3 de xícara [33g] de cacau em pó;
1 colher de chá de extrato de baunilha;
3/4 da colher de chá de sal;
3 gemas;
3 claras;
1/2 xícara [100g] de açúcar refinado;
1/4 de xícara [32g] de farinha de trigo.

Ingredientes para a camada de creme de chocolate:
115g de chocolate meio amargo [usei 56%] picado;
2 colheres de sopa [30g] de manteiga sem sal;
1/2 xícara [100g] de açúcar refinado;
1/4 de xícara [25g] de cacau em pó;
1/4 de xícara [28g] de amido de milho;
1/4 da colher de chá de sal;
2 xícaras [480ml] de leite integral;
4 gemas.

Ingredientes para a montagem:
1 e 1/2 xícaras [360ml] de creme de leite fresco, bem gelado.
Cacau em pó, para polvilhar.

Prepare a crosta:
Preaqueça o forno a 160 graus.
No processador ou liquidificador triture os biscoitos até formar uma farinha grossa. Passe para uma tigela, junte a manteiga derretida e misture bem até parecer uma farofinha úmida.
Usando as costas de uma colher, pressione a farofinha sobre o fundo e as laterais de uma fôrma de fundo removível de 23cm de diâmetro e 7cm de altura, formando uma camada compacta , fina e uniforme. Leve para assar por 10 minutos.
Retire a fôrma do forno e reserve.

Prepare a camada de brownie:
Aumente o forno para 180 graus.
Em banho-maria ou no microondas, derreta a manteiga junto com o chocolate picado. Cuidado para não queimar.
Passe para uma tigela média e adicione o açúcar mascavo, o cacau em pó, a baunilha e o sal. Misture bem, para ficar homogêneo. Deixe esfriar um pouquinho e em seguida misture as 3 gemas.
Separadamente, bata as 3 claras na batedeira, adicionando o açúcar refinado aos poucos, até formar um merengue liso, brilhante e com picos firmes - leva mais ou menos uns 3 minutos em velocidade alta.
Usando uma espátula, misture vigorosamente 1/3 do merengue à mistura de chocolate. Junte o restante do merengue e agora misture delicadamente, fazendo movimentos do fundo para cima, sem bater, até ficar homogêneo. Peneire a farinha sobre a massa e misture cuidadosamente, para incorporar.
Despeje a mistura sobre a crosta já assada e alise o topo.
Leve ao forno por 30 minutos, ou até que uma casquinha tenha se formado sobre a massa mas o centro ainda esteja bem úmido e macio.
Deixe esfriar completamente em temperatura ambiente por 3 horas. A camada de brownie vai abaixar um pouco quando esfriar, é normal.

Prepare o creme de chocolate:
Coloque a manteiga e o chocolate em uma tigela grande. Coloque uma peneira grande por cima. Reserve.
Em uma panela média misture bem o açúcar, o cacau, o amido e o sal. Junte o leite, aos poucos, mexendo sempre até incorporar totalmente, sem formar grumos. Junte as gemas e misture bem até ficar homogêneo.
Leve a panela ao fogo médio, sem parar de mexer, até que a mistura comece a ferver e engrossar. Depois que ferver continue cozinhando, sempre mexendo, por um minuto.
Despeje o creme imediatamente através da peneira, por cima da manteiga e chocolate picado. Deixe descansar por um minuto e então misture bem para homogenizar.
Despeje o creme sobre a camada de brownie, já totalmente fria.
Cubra o creme com filme plástico, para não formar película, e leve para a geladeira por pelo menos 4 horas, ou de um dia para o outro.

Na hora de servir:
Remova a torta da fôrma, usando o fundo removível, e transfira para o prato de servir.
Bata o creme de leite fresco bem gelado na batedeira, até formar picos macios. Espalhe o creme batido sobre a torta. Polvilhe cacau em pó e sirva.

Casadinho, amanteigado, Beijo de Dama ou falso alfajor

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Olás, tudo bem?
Sim, eu sumi. Sim, eu apareci! A vida é assim, né? Não precisa explicar.
Enfim. 
Quando meus pais tinham padaria eu adorava um biscoitinho amanteigado chamada Beijo de Dama, feito com farinha de castanha de caju e casadinho com doce de leite [uma versão brasileira do Bacio di Dama italiano, feito com avelãs e ganache]. E detalhe: eu gostava mais dessas bolachinhas alguns dias depois de feitas, já meio velhinhas, quando o doce de leite cristaliza nas bordas mas se mantem cremosinho no centro. Sentir em uma mesma mordida o macio esfarelante da massa, o crocante do doce cristalizado  na beirada e a parte cremosinha no meio é uma sensação incrível!
Alfajor eu também gosto, mas menos, porque alfajor leva amido e eu não sou muito fã da textura meio desestruturada de biscoitinhos com amido. Mas adoro quando vem bem recheado de doce de leite [e quem não adora, né?] e com cobertura branca de glacé. Sim, todo mundo gosta com cobertura de chocolate, eu sei, mas eu prefiro glacé. Me julguem.
Pois bem, ontem foi meu aniversário e, por já ter comido bolo [esse bolo aqui, aliás, o melhor e mais simples bolo do mundo, na minha singela opinião] na festinha de aniversário coletiva que fiz com meus amigos no final de semana, resolvi variar e fazer uns amanteigados de amêndoas, só para beliscar.
Como eu tinha um pouco de farinha de castanha de caju me lembrei dos Beijos de Dama e resolvi adaptar os amanteigados: fiz a massa com castanha de caju [mas você pode usar farinha de qualquer castanha, amêndoa ou noz], casei com doce de leite [pra parecer alfajor mas com uma massa mais crocantinha] e, para dar aquele toque especial do cristalizado, cobri com glacé de açúcar, daqueles que ficam sequinhos. Caprichei na pitada de sal da massa e aromatizei o glacé de cobertura com limão para cortar um pouco do doce e funcionou, ficou bem equilibrado!
Comi quase todos sozinho, afinal é meu aniversário, né? ;)
Espero que gostem!


Casadinhos Amanteigados

Ingredientes da massa:
2 xícaras [260g] de farinha de trigo;
1 xícara [150g] de farinha de castanha de caju;
3/4 da colher de chá [3g] de sal;
1 xícara [220g] de manteiga sem sal em temperatura ambiente;
1/2 xícara [100g] de açúcar refinado;
1 colher de chá [5g] de extrato de baunilha;
2 gemas.

Para casar os docinhos:
1 lata de doce de leite.

Para o glacé da cobertura:
2 e 1/2 xícaras de açúcar impalpável;
1 colher de chá de suco de limão;
5 colheres de sopa de água morna.

Preparo:
Em uma tigela misture a farinha de trigo, a farinha de castanhas e o sal e reserve.
Na batedeira com o garfo tipo 'leque' bata a manteiga com o açúcar até formar um creme fofo e claro. Adicione a baunilha e as gemas e bata para incorporar. Por fim adicione a mistura de farinha, e bata até conseguir uma massa homogênea. Divida a massa em duas partes.
Abra uma folha de papel manteiga de 35x45cm sobre uma superfície de trabalho e coloque a massa sobre ela. Cubra com outra folha de papel manteiga do mesmo tamanho e usando um rolo, abra a massa entre as folhas até conseguir uma espessura de 0,5cm. Faça isso com as duas partes da massa.
Leve as massas, sem desembrulhar, à geladeira por 1 hora.
Preaqueça o forno a 180 graus.
Forre 2 assadeiras de 35x45cm com papel manteiga e reserve.
Retire as massas da geladeira, descarte as folhas superiores de papel manteiga e, usando um cortador do formato desejado, corte os biscoitos. Espalhe os biscoitos pelas assadeiras preparadas, deixando uma margem de 2cm entre eles.
Leve as assadeiras de volta à geladeira por 10 minutos [assim os biscoitinhos não perdem o formato quando assam], e depois ao forno preaquecido por cerca de 12 minutos ou até as bordas ficarem douradas. Retire do forno e deixe os biscoitos esfriarem completamente.

Para casar os docinhos:
'Case' os biscoitos, aos pares, usando uma colherada generosa de doce de leite. Espalhe os casadinhos sobre uma grade e reserve.

Para a cobertura:
Em uma tigelinha misture todos os ingredientes até formar uma calda grossa e homogênea. Se for preciso adicione mais uma ou duas colheres de sopa de água quente, mas vá adicionando aos poucos, com cuidado.
Derrame a cobertura sobre os casadinhos generosamente e deixe secar.


Cuca de Doce de Leite e Banana

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Olás, tudo bem?
O nome "cuca" ou "cuque" vem do som da palavra "kuchen', que é bolo em alemão. Mas preciso confessar que comi cuca de banana a infância inteira e sempre relacionava o nome à jacarezona loira do Sítio do Pica-pau Amarelo. Criança faz as correlações mais peculiares, né?
Basicamente a cuca é uma sobreposição de massa, creme/frutas e farofinha crocante. Na receita original alemã, a massa é de rosca, com fermento biológico. Já para nós, aqui no Brasil, a massa mais comum é a de bolo mesmo, com fermento químico.
Há uma infinidade de recheios: em casa minha mãe só fazia Cuca de Banana com bastante canela. Depois, quando meus pais tinham padaria, as cucas eram assadas em fôrma de bolo inglês e variavam: tinha de banana, doce de leite, goiabada, geléia de morango. Mais tarde descobri ainda os sabores das cucas gaúchas - uvas, creme de confeiteiro, amoras, maçãs, mirtilos.
Como a versão bolo é mais prática e mais rápida, é sempre essa que faço quando tem banana madura demais sobrando na cozinha ou, como no caso desse final de semana, quando tem um pote de doce de leite com mais da metade na geladeira correndo sério risco de ser devorado às colheradas se não fosse usado rapidamente em uma receita. Sabe como é, né?
Um problema que sempre percebo na cuca é o perigo de ficar seca demais: além da farofinha crocante já ser sequinha por si só, as vezes a cuca, principalmente quando mais alta, leva mais tempo de forno do que um bolo normal, o que pode deixar as beiradas assadas demais. Por isso acho válida a combinação de um creme mais uma fruta no recheio, para equilibrar bem as texturas, e claro, o cuidado com a temperatura. Dessa forma não tem erro ;)
A receita é simplezinha! Espero que gostem :)


Cuca de Doce de Leite & Banana
[receita radaptada daqui, rendeu um bolo alto de 23x23cm]

Ingredientes para a farofinha:
1/2 xícara de farinha de trigo;
1/2 xícara de farinha de alguma castanha [amêndoas, castanha de caju, avelãs, ou substitua por farinha de trigo mesmo, se preferir];
1/2 xícara de açúcar refinado;
3 colheres de sopa [45g] de manteiga sel sal, gelada;
1 pitada de sal;
3/4 de colher de chá de canela em pó;
1 pitada de noz moscada ralada;
1/2 colher de chá de extrato de baunilha.

Ingredientes para a massa:
2 xícaras de farinha de trigo;
2 colheres de chá de fermento em pó;
1 pitada de sal;
3 ovos;
1 xícara de açúcar refinado;
1/2 xícara de óleo de milho ou canola;
1 colher de chá de extrato de baunilha.
1/2 xícara de leite.

500g de doce de leite cremoso, para rechear.
2 ou 3 bananas maduras e rodelas, para rechear.

Prepare a farofinha:
Junte todos os ingredientes em uma tigela e amasse com as pontas dos dedos até formar uma farofa com textura de areia molhada. Reserve na geladeira enquanto prepara a massa.

Prepare a massa:
Preaqueça o forno a 170 graus.
Unte uma fôrma de 23x23cm com manteiga, forre com papel manteiga e unte também o papel. Reserve.
Em uma tigela misture a farinha, o fermento e o sal. Reserve.
Você pode usar batedeira, mas fiz a receita toda na mão, com um fouet.
Em outra tigela bata o açúcar com os ovos até dissolver bem e ficar uma mistura clara e espumosa. Adicione o óleo e a baunilha e bata um pouco mais.
Junte a mistura de farinha de trigo peneirada, alternando com o leite. Misture até conseguir uma massa lisa e homogênea.
Espalhe a massa na fôrma preparada e alise com uma espátula.
Distribua colheradas de doce de leite sobre e massa e por cima espalhe as rodelas de banana. 
Espalhe a farofinha sobre tudo e leve ao forno por mais ou menos 35 minutos ou até que enfiando um palito de madeira no centro do bolo ele saia limpo.
Retire o bolo do forno, deixe esfriar sobre uma gradinha e corte em quadrados para servir.

Nosso Bolo de Cenoura

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Olás, tudo bem?
Você deve estar olhando esse post e pensando: sério? Bolo de Cenoura?! Mas todo mundo sabe fazer bolo de cenoura! 
Pois é, todo mundo sabe, mas eu gostei tanto das fotos do meu que tive que postar! Me julguem.
É que outro dia eu estava comprando pão em São Paulo e tinha um bolo de Cenoura na vitrine da padaria. Era uma dessas padarias de rede que tem na cidade inteira, sabe? E o bolo, sabe-se lá porquê, custava uma pequena fortuna! Pensando nas minhas recentes experiências "gastronômicas" em São Paulo - prejuízo: tudo é caro, nem tudo é bom - fiquei com vontade de comer mas não de pagar, então resolvi fazer eu mesmo o bolo. 
Bolo de Cenoura com cobertura de chocolate é um clássico brasileiro, né? Todo mundo já comeu, quase todo mundo já fez. Receita de liquidificador, não tem dificuldade alguma. 
Ou melhor, tem uma, a cobertura: a versão tradicional pede um calda feita com água, manteiga, açúcar e chocolate em pó que se feita corretamente forma uma casquinha crocante e fina por cima e se mantém úmida por baixo. O problema é que o ponto dessa calda é complicadinho - eu já fiz muitas vezes e mesmo assim nem sempre dá certo. Toda vez que faço penso em usar um termômetro pra registrar a temperatura correta do ponto e toda vez me esqueço. Até minha mãe que é confeiteira diz que evita essa cobertura! 
Então como eu não estava a fim de correr o risco, dessa vez troquei a cobertura por ganache de chocolate mesmo, que não deixa de ser paixão nacional e é bem mais fácil de se fazer. E adicionei um pouco de chocolate meio amargo picado na massa, pra dar um tchanzinho. Simplificar sem deixar simplório, né? rs
Aqui é óbvio que todo mundo gostou, e tenho certeza que você também vai gostar!



Bolo de Cenoura Clássico 
Receita levemente adaptada daqui, rende um bolo quadrado de 23x23cm, ou redondo de 24cm de diâmetro, ou 2 bolos em fôrma de bolo inglês de 22x10cm]

Ingredientes da massa:
2 xícaras de farinha de trigo;
1 colher de sopa de fermento em pó;
1 pitada de sal;
3 cenouras médias descascadas e picada e rodelas;
4 ovos;
1 xícara de óleo de milho;
1 e 1/2 xícaras de açúcar;
120g de chocolate meio amargo [usei 56%] picadinho, ou gotas de chocolate meio amargo.

Manteiga para untar e farinha de trigo para polvilhar a fôrma.

Ingredientes da cobertura:
100g de chocolate meio amargo [usei 56%] picado;
100g de chocolate ao leite picado;
120ml de creme de leite fresco.

Prepare a massa:
Preaqueça o forno a 180 graus.
Unte a fôrma no tamanho escolhido [quadrado de 23x23cm, ou redondo de 24cm de diâmetro, ou 2 bolos em fôrma de bolo inglês de 22x10cm] com manteiga e polvilhe com farinha de trigo. Bata para descartar o excesso e reserve.
Em uma tigela grande misture a farinha , o fermento e o sal. Reserve.
No liquidificador coloque as rodelas de cenoura, os ovos, o óleo e o açúcar. Bata até ficar uma mistura quase que totalmente homogênea - eu gosto que sobrem uns pontinhos de cenoura no meio do bolo.
Transfira aos poucos a mistura do liquidificador para a tigela com a mistura de farinha, mexendo bem com uma colher grande ou um fouet, até ficar homogêneo.
Polvilhe o chocolate picado com uma pitada de farinha de trigo, misture bem e junte à massa.
Passe a massa para a fôrma preparada.
Asse por cerca de 45 ou 50 minutos ou até que enfiando um palito de madeira no centro do bolo ele saia limpo.
Deixe esfriar sobre uma gradinha.

Prepare a cobertura:
Em uma tigela pequena coloque os chocolates meio amargo e ao leite picados.
Aqueça o creme de leite sem deixar ferver, e derrame quente sobre os chocolates. Deixe descansar por 1 minuto e então mexa delicadamente com uma colher, até formar uma ganache lisa e brilhante.
Espalhe sobre o bolo morno e deixe esfriar completamente.


Torta de Ruibarbo, Framboesas e Morangos

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Olás, tudo bem?
Descobrir os sabores de ingredientes pouco comuns por aqui sempre me fascinou! Conhecer baunilha de verdade, direto da fava, transformou minha vida! E provar mirtilos, as famosas blueberries, foi, num primeiro momento, um verdadeiro anticlímax - as frutinhas frescas tem um sabor bem fraquinho - mas depois uma verdadeira surpresa ao prová-las assadas - só quando cozidas essas frutinhas liberam todo o seu sabor! Sem falar na cor. A manteiga de amendoim estrangeira também foi uma explosão de sabor na minha boca, que na época só conhecia uma marca de pasta nacional que era pálida e totalmente sem gosto [hoje melhoramos muito no quesito manteiga de amendoim, graças ao povo fitness]. Pra não falar de outros ingredientes que já conheci, como nozes pecã [ingrediente da minha torta preferida!], sour cream, xarope de maple [que para mim tem gosto de geléia de mocotó Colombo, aquelas de copo], leite evaporado [queria muito que fosse comercializado no Brasil], framboesas frescas [amo!], groselha de verdade [decepção, apesar do visual], e mais um monte que ainda quero conhecer: cranberries frescas, maple sugar, verbena, biscoitos graham crackers, batata doce cor de laranja, chocolate mexicano, limão meyer, laranja vermelha, morango selvagem, etc. 
Pois bem, semana passada eu pode riscar mais um item da minha lista de novos sabores, o Ruibarbo! 
O ruibarbo, tão famoso em receitas inglesas e americanas, é uma planta cujas folhas são venenosas mas os talos são consumidos. Esses talos são avermelhados, puxados para o rosa, lembrando visualmente talo de beterraba. Mas só visualmente: a textura do talo cru para mim remete um pouco a cana-de-açúcar - são bem fibrosos e firmes, e o sabor é muito, muito azedo!
No Brasil o ruibarbo é muito pouco conhecido [salvo como ingrediente de medicamentos fitoterápicos] e muito pouco produzido. Eu encontrei os meus na Casa Santa Luzia, em São Paulo, que é um mercado super especializado e que, segundo informações, cultiva  seus próprios ruibarbos. Então óbvio que não são baratos, né? Mas eu queria muito experimentar! Uma pena que, devido a fatores climáticos, o Ruibarbo brasileiro acaba não ficando sempre tão vermelho quanto os que vimos em publicações estrangeiras.
Eu, que adoro sabores azedos [dizem que isso é comum em psicopatas, será que significa alguma coisa?], virei fã do tal ruibarbo, que cozido com açúcar e especiarias, como no recheio dessa torta, ganha um equilíbrio perfeito entre doçura e acidez - aliás esse equilíbrio doce/ azedo está presente nas melhores sobremesas, pelo menos na minha opinião. 
Os puristas ingleses diriam que misturar morangos ao recheio de ruibarbo, ou mesmo framboesas, é um pecado dos mais graves. Mas né, fazer uma torta só de ruibarbos ia estourar meu orçamento. Então perdoem-me.
E cá entre nós, combinou muito bem! ;)
Espero que gostem!


Torta de Ruibarbo, Framboesas e Morangos
[adaptada levemente daqui, rende uma torta de 23cm de diâmetro]

Para a massa:
360g de farinha de trigo;
1 colher de chá de sal;
2 colheres de sopa de açúcar refinado;
120g de manteiga sem sal bem gelada, cortada em cubinhos;
120g de gordura vegetal bem gelada, cortada em cubinhos [se não quiser usar gordura vegetal use a mesma quantidade de manteiga];
120g de água bem gelada;
1 colher de sopa de vinagre de maçã.

Para o recheio:
500g de ruibarbo, cortado em cubinhos de 1,5x1,5cm*;
1 xícara de framboesas [frescas ou congeladas];
1 xícara de morangos frescos, picados em pedaços grandes;
2/3 de xícara de açúcar refinado;
1/2 xícara de açúcar mascavo;
3 colheres de sopa de amigo de milho ou araruta;
1/2 colher de chá de canela em pó;
1/4 da colher de chá de cardamomo em pó;
1/2 colher de chá de sal;
1 ovo, levemente batido.

1 gema misturada a 2 colheres de sopa de água, para pincelar a torta.
Açúcar demerara ou cristal, para polvilhar.


Preparo da massa:
Em uma tigela grande misture a farinha, o sal e o açúcar. Adicione os cubinhos de manteiga e gordura e amasse, usando as pontas dos dedos, até formar uma farofa com textura de areia úmida. 
Junte o vinagre na xícara de água com gelo, misture e vá adicionando 2 colheres de sopa dessa mistura à farofa úmida, amassando apenas o suficiente para formar uma bola de massa - geralmente é preciso 6 ou 8 colheres de sopa desse líquido.
Você pode fazer esse processo todo no processador, pulsando a massa várias vezes, se preferir.


Divida a bola de massa em duas partes, uma levemente maior, forme um disco com cada parte, envolva-as em filme plástico e leve para a geladeira por pelo menos uma hora.

Retire o disco menor de massa da geladeira e coloque sobre uma superfície limpa e polvilhada com farinha. Bata com o rolo de massa sobre a massa, para facilitar o manuseio e a abertura. Abra a massa com o rolo até conseguir um círculo de mais ou menos 26cm de diâmetro e 0.5cm de espessura. Enrole cuidadosamente a massa no rolo e desenrole sobre uma fôrma de torta de 23cm de diâmetro. Pressione para que a massa cubra certinho toda a fôrma e leve para a geladeira.
Retire o segundo massa da geladeira e abra da mesma forma que a primeira, só que formando um círculo de 30cm de diâmetro. Corte 2 fatias finas nas laterais à esquerda e direita do círculo, para deixar as alterais retas, e então corte o restante em 8 fatias, para montar o trançado - as fatias mais curtas irão mais próximas das beiradas e as mais compridas  no meio do trançado. Espalhe as fatias sobre uma assadeira forrada de papel manteiga e leve para a geladeira até o momento de montar a torta.

Prepare o recheio:
Em uma tigela grande misture o ruibarbo, as framboesas e os morangos picados. Junte os açúcares, o amido, as especiarias, o sal e o vovo levemente batido e misture bem. 

Montando a torta:
Preaqueça o forno a 210 graus.
Coloque a gradinha do forno na posição mais baixa e sobre ela coloque uma assadeira retangular de bordas baixas ou uma pedra de forno para aquecer junto.

Retire a fôrma forrada de massa da geladeira e coloque a mistura do recheio. Molhe as bordas da massa com água para colar as tiras do trançado, e monte o trançado por cima, apertando nas bordas para colar na base da torta. Você pode ver como fazer o trançado nesse vídeo, clicando aqui.
Depois de pronto o trançado corte o excesso das bordas com uma tesoura, dobre para dentro para fechar as laterais e aperte com os dedos, para dar um acabamento bonito. Leve a torta para o freezer por uns 10 minutos, até a massa endurecer.
Retire a torta do freezer, pincele a massa com a mistura de gema e água e polvilhe açúcar cristal generosamente. Coloque uma folha de papel manteiga sobre a fôrma ou pedra que está aquecendo no forno e por cima coloque a torta.
Asse a torta por 25 minutos, então passe a gradinha com a pedra e a torta para a altura do meio do forno, abaixe a temperatura para 190 graus e asse por mais 30 ou 35 minutos, até a massa ficar bem dourada e o recheio borbulhar por entre o trançado. Se o seu forno tiver dourador, ligue o dourador na temperatura média nos últimos 5 minutos de forno [mas fique de olho!].
Retire a torta do forno e coloque para esfriar sobre uma gradinha. A torta precisa esfriar por 2 ou 3 horas, antes de cortar.

*A receita recomenda picar os ruibarbos, congelar de um dia para o outro e descongelar sobre uma peneira, antes de usá-los. Assim grande parte da água é descartada, evitando que o recheio da sua torta vire uma sopa.




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